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Manual Prático para Urgências e Emergências Clínicas

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Índice
8.1

INTRODUÇÃO DE NEUTROPENIA FEBRIL

É uma emergência oncológica, que se defi ne por: febre (temperatura oral maior ou igual a 38,3ºC ou axilar maior a 37,8 ºC ou persistência de temperatura oral entre 38 ºC e 38,3 ºC por mais de uma hora), e contagem de neutrófi los <500/mm3 ou entre 500-1000/ mm3 com tendência à queda nas próximas 48 horas. Neutropenia é defi nida como leve, se o número de neutrófi los estiver entre 1500-100/mm3 ; moderada, se entre 1000-500/ mm3 ; e grave, se inferior a 500/mm3

ETIOLOGIA DE NEUTROPENIA FEBRIL

Atualmente, a maioria dos casos são causados por agentes gram-positivos (Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus fecalis/faecium). Grande parte desses agentes são resistentes à meticilina e, por isso, só há resposta aos antimicrobianos como vancomicina, linezolida e teicoplanina. Apesar de haver maior prevalência dos gram-positivos, as infecções por gram-negativos (Echerichia coli, Pseudomonas, Klebisiella) e as infecções fúngicas são associadas com maior mortalidade (sepse grave, choque séptico).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE NEUTROPENIA FEBRIL

O quadro clínico é caracterizado principalmente por febre, e a frequência de outros sintomas é baixa devido à pouca resposta inflamatória, decorrente do número reduzido de neutrófi los. Sendo assim, o exame físico deve ser detalhado na busca do foco infeccioso, focando nos sítios de infecções mais frequentes: lesões cutâneas; mucosas; pulmão; períneo; local de inserção do cateter; fundo de olho; região perirretal (toque retal não deve ser realizado devido ao risco de translocação bacteriana). Em menos da metade dos pacientes, o foco consegue ser identifi cado.

DIAGNÓSTICO DE NEUTROPENIA FEBRIL

É dado pelos parâmetros já citados na introdução, sendo necessária a realização dos seguintes exames complementares para a classificação de gravidade e busca do foco infeccioso: hemograma; eletrólitos; função renal; enzimas hepáticas; dois pares de hemocultura periférica e das vias do cateter, quando presente, lembrando que devem ser colhidas antes da antibioticoterapia; raio-x de tórax; culturas de outros sítios suspeitos podem ser solicitadas. Baseado na história clínica, epidemiologia, exame físico e exames complementares, é possível fazer a estratificação de risco do paciente em relação à gravidade da doença, sendo uma arma importante no manejo clínico, pois podem modificar a conduta. Um dos escores validados para esse uso é o escore de risco MAASC

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE NEUTROPENIA FEBRIL

ode ocorrer em pacientes que receberam quimioterapia para neoplasia, ou após quadros infecciosos como rickettsioses, ou com uso de medicações como tionamidas, clozapina e sulfassalazina. Doenças como o lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Felty, ou síndromes congênitas como Chediaki-Higashi ou síndrome Schwachman-Diamond-Oski também podem ser causas.

TRATAMENTO DE NEUTROPENIA FEBRIL

1. Medidas gerais: início de antibioticoterapia empírica deve ser efetivado até 30 minutos do diagnóstico. No caso de dúvida quanto à presença de neutropenia

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