É uma emergência oncológica, que se defi ne por: febre (temperatura oral maior ou igual a 38,3ºC ou axilar maior a 37,8 ºC ou persistência de temperatura oral entre 38 ºC e 38,3 ºC por mais de uma hora), e contagem de neutrófi los <500/mm3 ou entre 500-1000/ mm3 com tendência à queda nas próximas 48 horas. Neutropenia é defi nida como leve, se o número de neutrófi los estiver entre 1500-100/mm3 ; moderada, se entre 1000-500/ mm3 ; e grave, se inferior a 500/mm3
Atualmente, a maioria dos casos são causados por agentes gram-positivos (Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus fecalis/faecium). Grande parte desses agentes são resistentes à meticilina e, por isso, só há resposta aos antimicrobianos como vancomicina, linezolida e teicoplanina. Apesar de haver maior prevalência dos gram-positivos, as infecções por gram-negativos (Echerichia coli, Pseudomonas, Klebisiella) e as infecções fúngicas são associadas com maior mortalidade (sepse grave, choque séptico).
O quadro clínico é caracterizado principalmente por febre, e a frequência de outros sintomas é baixa devido à pouca resposta inflamatória, decorrente do número reduzido de neutrófi los. Sendo assim, o exame físico deve ser detalhado na busca do foco infeccioso, focando nos sítios de infecções mais frequentes: lesões cutâneas; mucosas; pulmão; períneo; local de inserção do cateter; fundo de olho; região perirretal (toque retal não deve ser realizado devido ao risco de translocação bacteriana). Em menos da metade dos pacientes, o foco consegue ser identifi cado.
É dado pelos parâmetros já citados na introdução, sendo necessária a realização dos seguintes exames complementares para a classificação de gravidade e busca do foco infeccioso: hemograma; eletrólitos; função renal; enzimas hepáticas; dois pares de hemocultura periférica e das vias do cateter, quando presente, lembrando que devem ser colhidas antes da antibioticoterapia; raio-x de tórax; culturas de outros sítios suspeitos podem ser solicitadas. Baseado na história clínica, epidemiologia, exame físico e exames complementares, é possível fazer a estratificação de risco do paciente em relação à gravidade da doença, sendo uma arma importante no manejo clínico, pois podem modificar a conduta. Um dos escores validados para esse uso é o escore de risco MAASC
ode ocorrer em pacientes que receberam quimioterapia para neoplasia, ou após quadros infecciosos como rickettsioses, ou com uso de medicações como tionamidas, clozapina e sulfassalazina. Doenças como o lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Felty, ou síndromes congênitas como Chediaki-Higashi ou síndrome Schwachman-Diamond-Oski também podem ser causas.
1. Medidas gerais: início de antibioticoterapia empírica deve ser efetivado até 30 minutos do diagnóstico. No caso de dúvida quanto à presença de neutropenia