Trata-se da causa mais comum de trauma no idoso, sendo defi nida pelo deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade. A queda é o mais sério e frequente acidente doméstico que ocorre com os idosos, e a principal etiologia de morte acidental em pessoas acima de 65 anos
• As quedas representam 20-30% dos ferimentos leves; • As quedas e os ferimentos subsequentes são responsáveis por 10-15% das consultas de emergência; • A frequência das quedas aumenta com a idade e o nível de fragilidade; • Aproximadamente 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de idade sofrem quedas a cada ano, subindo esta proporção para 32% a 42% para as pessoas com mais de 70 anos;
As quedas ocorrem devido à perda de equilíbrio postural, sendo decorrentes de problemas primários do sistema osteoarticular e/ou neurológico, ou de uma condição clínica adversa que afete secundariamente os mecanismos de equilíbrio e estabilidade.
As fraturas mais comuns são as vertebrais, do quadril, em fêmur, úmero, rádio distal e costelas, além do traumatismo cranioencefálico (TCE) e lacerações sérias. Desse modo, o quadro clínico varia de acordo com a consequência da queda, e a anamnese deve apontar para o seu mecanismo, que é o aspecto mais esclarecedor nesses casos.
No atendimento inicial, é importante explorar atentamente a possibilidade de patologias agudas, como quadros infecciosos e AVC. Uma vez que a queda é a causa mais comum de trauma na população geriátrica, na suspeita daquele, as diretrizes do Advanced Trauma Life Support. (ATLS) devem ser aplicadas.
Principal diagnóstico diferencial consiste em maus-tratos, sendo o serviço de saúde a principal porta de entrada desses pacientes, cabendo ao profissional de saúde realizar avaliação e abordagem adequadas, baseando-se em informações consistentes;
• Recomendam-se intervenções multidimensionais e interdisciplinares. Nenhuma medida isolada mostrou-se eficaz na prevenção de quedas.
São fatores de pior prognóstico os extremos de idade, sinais sugestivos de TCE grave, complicações da fratura e presença de fatores orgânicos relacionados à queda
Conclui-se, portanto, que a queda deve ser considerada como um evento sentinela, sinalizador do início do declínio da capacidade funcional ou o sintoma de uma nova doença