A presença de um quadro infeccioso no idoso é um evento de grande relevância clínico - epidemiológica, condição esta responsável por um terço dos óbitos nessa população. Tal condição apresenta importante impacto na morbidade por exacerbar doenças pré- -existentes. Sabe-se que múltiplos são os fatores orgânicos e psicossociais relacionados ao envelhecimento que se associam com a prevalência de infecções nos idosos. Além disso, sabe-se que idosos com doenças crônicas (diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica - DPOC, história de eventos cardiovasculares etc.) e idosos institucionalizados (por estarem expostos a microrganismos resistentes) estão mais susceptíveis a infecções e, geralmente, apresentam pior resposta ao tratamento.
A bacteremia e a sepse, geralmente, têm como fontes infecções do trato urinário, trato respiratório e trato gastrointestinal. A pneumonia tem como principal representante S. pneumoniae, mas nos idosos pode ser polimicrobiana ou por gram-negativos (H. influenzae, L. pneumophila, M. catarrhalis, Klebsiella spp).
Podem se apresentar com sinais e sintomas atípicos. A febre está ausente em 30-50% dos idosos, mesmo nas infecções graves. A infecção pode se apresentar como confusão mental progressiva, anorexia e exacerbação de doença pré-existente.
A prioridade no manejo da infecção é reconhecer precocemente e tratar a causa, no entanto, frequentemente o controle dos sintomas (febre, hipotermia, nauseas, dispnéia) são necessários.
Os principais fatores de pior prognóstico das infecções nos idosos são a demência, a dependência nas atividades básicas da vida diária (ABVD), baixa massa corporal (< 20 kg/m2 ), comorbidades, residir em asilos, presença de hipotermia e instabilidade hemodinâmica na admissão.