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Lúpus eritematoso sistêmico tem uma predileção por mulheres em idade reprodutiva que geralmente é marcada por recidivas e remissões. Dentre os sintomas: Erupção fotossensível, poliartrite, serosite e fadiga são comuns durante a acentuação da doença que também pode ser acompanhada por hipocomplementenemia. Além disso, as causas mais importantes de morbidade são a doença renal e o acometimento do SNC. Para seu diagnóstico existem fatores específicos porém pouco sensíveis como os autoanticorpos anti-dsDNA e anti-Sm.
Achados Clínicos e Diagnósticos
Sinais e Sintomas:
Constitucionais: febre (baixa quando há serosite), fadiga e alterações do peso.
Mucocutâneas: 80-90% dos pacientes manifestam.
Manifestação da LES nos órgãos:
- Cavidade oral: eritema, petéquias ou úlceras
- Pele: erupção malar, LESC, lúpus discóide, lesões bolhosas, paniculite, púrpura palpável, eritema periungueal, livedo reticular, Raynaud e lúpus pernio.
- Linfonodo: linfadenopatia cervical e axilar
- articulações: poliartrite inflamatória simétrica, geralmente não erosiva, artropatia verossímil a de jaccoud mas reversível.
- Coração: pericardite, miocardite, endocardite de libman sacks, anomalias condutivas, aterosclerose prematura.
- pulmões: pleurite, pneumonite, hemorragia alveolar difusa, hipertensão pulmonar
- TGI: peritonite, hepatite, pancreatite, vasculite mesentérica, pseudo obstrução intestinal
- Rins: glomerulonefrite, nefrite intersticial, nefropatia causada pelo anticorpo antifosfolipídio.
- Sangue: leucopenia, anemia, trombocitopenia, trombose arterial/venosa
- Neuropsiquiátricas: convulsões, cefaléia, mielopatia, neuropatia periférica.
Achados Laboratoriais
- Hematológicos: anemia de doença crônica (causa mais comum), anemia hemolítica autoimune (AHAI-nível sérico alto de bilirrubina não conjugada, desidrogenase láctica alta, contagem aumentada de reticulócitos e haptoglobina sérica reduzida), anemia hemolítica microangiopática (AHMA – presença de esquizócitos no esfregaço de sangue periférico deve levar à consideração da possibilidade de púrpura trombocitopênica trombótica), hemorragia, insuficiência renal, aplasia eritrocitária pura e anemia aplásica.
- Exames bioquímicos: hiperpotassemia pela acidose tubular na nefrite lupica. CrS pode estar elevada.
- Função hepática: 60% dos pacientes sendo uma manifestação pelo uso farmacológico ligado ao tratamento: AINES, metotrexato e azatioprina que podem causar hepatotoxicidade. corticoides podem causar esteatose hepática.
- Enzimas musculares: creatinocinase pode estar elevada nos pacientes com miosite associada ao LES.
- Reagentes de fase aguda: VHS pode estar elevado
Exames especiais:
- Autoanticorpos: método padronizado para detectar FAN é imunofluorescência indireta utilizando um substrato de linhagem de células tumorais humanas (linhagem celular HEp-2). Mais recentemente têm sido usados os enzimaimunoensaios (Elisa) contendo uma mistura de antígenos nucleares.
Complemento: Na acentuação do LES, há hipocomplementenemia causada pela ativação e pelo consumo de complemento, resultando em níveis baixos de C4, C3 e CH50.
Outras maneiras de encontrar achados seria na Biópsia cutanea, e exames de imagem como o RX de tórax para derrames pleurais, por exemplo. Ecocardiografia para lesões valvares.
Critérios Diagnósticos
O paciente deve ter quatro dos 11 critérios (QUADRO 1) para que possa ser classificado como portador de LES e, mesmo assim, depois da exclusão das outras possibilidades diagnósticas plausíveis. Entretanto, é importante enfatizar que esses critérios de classificação foram elaborados na tentativa de padronizar ainclusão dos pacientes em estudos clínicos e nem sempre ajuda a solucionar todos os casos difíceis.
Referências
HOCHBERG, M. C. et. al.; Reumatologia; 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. P. 983-1067.
IMBODEN, J. B.; HELLMANN, D. B.; STONE, J. H.; CURRENT reumatologia: diagnóstico e tratamento. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
Autora: Letícia Bucinsky Orengo – @let.orengo
O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto
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