Coronavírus

Manejo farmacológico de acordo com gravidade da COVID-19

Manejo farmacológico de acordo com gravidade da COVID-19

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O espectro do tratamento farmacológico para pacientes com COVID-19 tem se ampliado desde o início da pandemia, e é atualmente organizado de acordo com a gravidade da doença. O manejo atual consiste, primeiramente, na prevenção da infecção, que uma vez adquirida, deverá ter o suporte e medidas de controle fornecidas ao paciente.

Estas medidas incluem oxigênio suplementar e ventilação mecânica, quando indicadas, mas também há algumas drogas já testadas que podem ser utilizadas em situações específicas.

Falaremos neste post destas terapias, utilizando como base o guideline publicado pelo National Institute of Health (NIH). 

A terapêutica de acordo com a patogênese da COVID-19

A patogênese da COVID-19 é dirigida por dois principais processos. No curso inicial da infecção, o principal processo responsável é a própria replicação do vírus SARS-CoV-2. 

Já num curso mais tardio, o processo patológico subjacente é dirigido por uma resposta imune/inflamatória exacerbada, levando a dano tecidual secundário. 

Baseado no raciocínio acima exposto, podemos inferir que as terapias antivirais terão maior efeito no curso precoce da doença.

Já as terapias imunossupressoras e/ou anti-inflamatórias serão mais benéficas no curso tardio da COVID-19.

Recomendações de acordo com gravidade da COVID-19

Paciente não hospitalizado

Para o paciente não hospitalizado, ou seja, aquele que apresenta doença leve ou moderada, os dados são insuficientes para recomendar ou contra indicar o uso de terapias antivirais ou com anticorpos. 

Nos EUA, por exemplo, anticorpos neutralizantes contra SARS-CoV-2 estão disponíveis para pacientes ambulatoriais com alto risco de progressão da doença. 

Já a Dexametasona não deve ser utilizada (grau de recomendação AIII). 

Hospitalizado, sem necessidade de O² suplementar

Para estes pacientes, a Dexametasona também não deve ser utilizada (grau de recomendação AIIa). Os dados são ainda insuficientes para recomendar ou contra indicar o uso do antiviral Remdesivir. 

Mas, para os pacientes com alto risco de progressão de doença, o uso do Remdesivir pode ser apropriado. 

Hospitalizado com necessidade de O2 suplementar

Os pacientes desta seção são aqueles que requerem uso de O2 suplementar, porém não em alto fluxo, ou através de ventilação não invasiva ou mecânica. Para estes, as recomendações podem seguir umas das três opções:

  1. Uso de Remdesivir – para aqueles pacientes que requerem suplementação mínima de O2 (BIIa).
  2. Dexametasona + Remdesivir – para pacientes que requerem quantidades crescentes de suplementação com O2 (BIII).
  3. Dexametasona – quando a combinação com o Remdesivir não puder ser utilizada (BI).

Hospitalizado, com maior necessidade de O2 suplementar

Para pacientes que requerem suplementação de O2 através de dispositivos de alto fluxo ou por ventilação não invasiva, recomenda-se o uso de Dexametasona (AI). 

A opção terapêutica combinada com o Remdesivir também poderia ser utilizada (BIII). 

Hospitalizado em ventilação mecânica invasiva

Para estes pacientes, a recomendação é do uso da Dexametasona (AI). A dose recomendada é de 6 mg IV, uma vez ao dia durante 10 dias. 

Se a Dexametasona não estiver disponível, doses equivalentes de outros corticoesteroides podem ser utilizadas (prednisona, metilprednisolona, hidrocortisona). 

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Referências

Therapeutic Management of Patients with COVID-19 – NIH

Information for Clinicians on Investigational Therapeutics for Patients with COVID-19 – CDC