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Com o advento da tecnologia, têm-se visto que a mesma se encontra cada vez mais presente em setores antes inimaginados. Sendo definida como o conjunto de tecnologias e aplicações que permitem a realização de ações médicas à distância, a telemedicina se faz cada vez mais presente no contexto da saúde, trazendo consigo diversas vantagens. A despeito das várias polêmicas que circundaram a questão dos atendimentos médicos virtuais, grandes nomes de planos de saúde como a Amil, passaram a oferecer tal serviço. O intuito é disponibilizar atendimento médico de qualidade, com profissionais qualificados, com foco na resolução de queixas comuns como tosse, cólicas menstruais, cefaleias, atopias, dores de garganta e diarreias.
O médico virtual pode nesses casos, quando julgar necessário, passar orientações e prescrever remédios. Além disso, nessa modalidade de atendimento, o profissional responsável pelo atendimento poderá indicar ao paciente a necessidade de consultas presenciais e realização de exames, indicando o encaminhamento do usuário ao plano de saúde.
Vantagens
- As consultas via telemedicina dão maior vazão aos atendimentos de queixas comuns, afrouxando o gargalo existente no sistema de saúde, tantas vezes saturado de pacientes;
- Além disso, devido à facilidade do acesso ao médico virtual, gera-se um ambiente de maior liberdade entre paciente e profissional, aumentando as chances de diagnosticar precocemente quadros simples, que poderiam se complicar caso o tempo de diagnóstico fosse mais arrastado;
- Redução do tempo e dos custos, pela desnecessidade de transportar os pacientes;
- Acesso rápido à especialistas em casos de acidentes e emergências;
- Uso mais eficiente de recursos, centralizando nos especialistas e na descentralização da assistência, alcançando um número maior de pessoas;
- Diminuição da ida a hospitais superlotados e com riscos de infecções hospitalares;
- Maior qualidade dos programas educacionais para médicos e residentes localizados em zonas fora de centros especializados.
Desvantagens
- No caso de planos de saúde como a Amil, o serviço de médico online, apesar de contar com muitos profissionais cadastrados, ainda não é uma realidade disponível para todos os usuários.
- Muitos locais na internet, que oferecem o serviço de médico virtual, apresentam baixa taxa de confiabilidade, assim o usuário desse tipo de serviço deve estar atento à qualidade das informações obtidas.
Regulamentação
Atualmente, a regulamentação da telemedicina no Brasil é normatizada pela resolução 1.643 de 2002. Embora exista, esta resolução não apresenta clareza quanto às regras para um eventual atendimento pelo médico virtual.
Código de ética médica e Conselho Federal de Medicina
Em linhas gerais, tanto o código de ética médica quanto o Conselho Federal de Medicina desaprovam as atividade médicas de atendimento online, haja visto que conforme previsto no artigo 37 do Código de Ética médica, “é vedado ao médico prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo”.
O Conselho Federal de Medicina editou a resolução 1974/2011 sobre publicidade médica. Nesta, é vedado ao médico “consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou à distância.” Dessa forma, evidencia-se a opinião do Conselho Federal de Medicina quanto a proibição de consultas, diagnóstico ou prescrições por qualquer meio de comunicação, pelo entendimento que a consulta física é insubstituível.
Experiências bem sucedidas com a Telemedicina
No mundo: Brigham and Women’s Hospital (BWH), nos Estados Unidos. Pacientes com doenças crônicas são acompanhados online, por profissionais de saúde, por videoconferências, e 97% deles se mostraram satisfeitos com o programa. Com essa iniciativa, o hospital reduziu o tempo com casos mais simples permitindo que casos mais graves fossem atendidos mais rápido.
No Brasil: Programa de Telemedicina do Amazonas, realizado pela Secretaria de Estado de Saúde em parceria com as universidades Federal e Estadual. Foram realizados mais de 150 mil exames de eletrocardiograma com laudos e mais de 1000 consultas cardiológicas em 60 municípios do estado em 2017.
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Saiba mais em:
https://anadem.org.br/site/consulta-medica-por-whatsapp-e-possivel/
https://pebmed.com.br/medico-online-o-que-e-permitido-ou-nao-nesse-tipo-de-atendimento/
https://amb.org.br/noticias/medico-on-line/
Camilla Mesquita
Graduanda em Medicina
Instagram: @camilla_mess