Carreira em Medicina

Nervo Óptico | Colunistas

Nervo Óptico | Colunistas

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De função sensitiva, o nervo óptico capta as informações através dos cones e bastonetes presentes na retina que são estimulados pela luz projetada em objetos.

Compreender a anatomofisiologia do nervo óptico, tanto na sua disposição geral quanto aos testes estabelecidos para avaliação, é o objetivo desse texto.

Os pequenos fotorreceptores da retina (a superfície interna, na parte posterior do olho) percebem a luz e transmitem os impulsos até o nervo óptico. A junção dos dois nervos é denominada quiasma óptico, o qual se divide em dois novamente, formando os corpos geniculados, passando pelos cornos e chegando ao córtex visual, no lobo occipital.

Campos visuais temporal e nasal

A luz do campo visual direito é detectada pelo lado temporal do olho esquerdo e do lado nasal do olho direito. Isso se dá pela disposição do quiasma óptico: as fibras do nervo óptico que se originam do lado temporal da retina do olho direito continuam no trato óptico direito.

Portanto, as aferências visuais do campo visual esquerdo viajam no trato óptico direito. Uma decussação semelhante ocorre com fibras surgindo no lado nasal do olho contralateral.

 

Campo visual

Imagem 1: Campo visual do nervo óptico. Fonte: portalopticanet.com

O principal teste usado para avaliar o nervo óptico através dos quadrantes do globo ocular chama-se Teste de Confrontação. O profissional de saúde apto irá ficar a frente do paciente, com uma variação de distância côngruo; tanto o avaliador quanto o avaliado devem vedar o olho de mesmo hemisfério (paciente direito, médico esquerdo) para evitar choques de face. Sendo assim o médico irá mover a mão focando em cada um dos quadrantes visuais, direito e esquerdo, inferiores e superiores. Se o paciente não visualizar a mão do médico dentro de um dos quatro quadrantes, sem mover o globo ocular para burlar o teste, este terá o teste positivo, evidenciando assim uma quadrantopsia, que é definida como um tipo específico de distúrbio ocular que afeta um quadrante da visão de um indivíduo.

Teste de acuidade visual

Teste de acuidade visual é o exame mais elementar para se checar a capacidade funcional da vista de uma pessoa. Quanto melhor o resultado, maior a habilidade de enxergar perfeitamente. Ela depende de fatores óticos e neurais, ou seja, a nitidez do foco retiniano dentro do olho humano, a saúde e o funcionamento da retina e a sensibilidade da faculdade interpretativa do cérebro. Tem como principal representante o teste de Snellen, seu resultado é avaliado conforme a capacidade de ler as letras menores da escala optométrica, ou seja, será considerado adequado o indivíduo que conseguir distinguir bem os símbolos até a 8ª linha. As alterações serão consideradas se a dificuldade em distinguir os símbolos usados acontecer acima da 8º linha. Entre a 5ª e 8ª linha será considerada uma perda de acuidade visual.

Fundoscopia

O aparelho usado no exame é o oftalmoscópio, o qual tem como função projetar um feixe de luz no interior do olho e, por meio da reflexão da luz na retina, gera a possibilidade de observar suas estruturas. Para facilitar e ampliar a visão da região, focando na papila, o médico usa um colírio que dilata a pupila ocular, tal dilatação, se muito intensa, pode causar posteriormente uma fotofobia (aversão à luminosidade), que faz com que o paciente tenha que aguardar um período de tempo de 20 minutos, no mínimo, antes de expor-se à claridade.

É o principal exame usado para avaliar estruturas que não se podem ser vistas no exame físico, dentre elas: cabeça do nervo óptico, retina, vasos retinianos e coroide. Mas o foco deste exame é a papila óptica, esta que possui uma forma característica de gema de ovo. Através da papila, é possível notar sinais importantes para possíveis diagnósticos, como a hipertensão craniana, que leva à dilatação dos nervos e edema da papila óptica.

Além de propiciar um diagnóstico local, o exame da retina permite avaliar alguns aspectos da saúde do indivíduo de uma maneira geral, concentrando-se especialmente no nervo óptico.

Conclusão

O segundo par de nervo craniano, denominado nervo óptico é responsável por dar forma ao campo visual do indivíduo. Tal mecanismo parte das retinas nasais, as quais recebem informação externa, passando pelas fibras e nervos ópticos. No quiasma há o encontro dos 2 nervos, partindo dele, atravessa o corpo geniculado, passa pelo corno e chega ao córtex visual primário, localizado no lobo occipital. Há diversos testes para avaliar a acuidade e o campo visual, destacando o de Confrontação e Snellen.

Em suma, cabe ao paciente buscar atendimento médico para avaliar sua acuidade visual, e possíveis alterações no nervo óptico, no mínimo 1 vez ao ano, e quando há alterações, este número tende a aumentar, buscando através do médico oftalmologista e/ou neurologista uma conduta exemplar de beneficência e não maleficência.


O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.


Referências:

Nervo óptico –  https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-optico

Exame de visão – https://bit.ly/2W4Sya9

Teste de acuidade visual – https://bit.ly/3owI53A

Optometria avançada – https://bit.ly/3n1XsAU

Fundoscopia – https://bit.ly/3a0116O