Carreira em Medicina

Nervo Vago: o que é, anatomia e principais funções | Colunistas

Nervo Vago: o que é, anatomia e principais funções | Colunistas

Compartilhar
Imagem de perfil de Comunidade Sanar

Para que você compreenda o que é o nervo vago, precisamos começar pelo nível mais básico: a explicação do seu nome. Os nervos são estruturas de condução do sistema nervoso periférico compostas por um conjunto de axônios neuronais.

Já o termo vago se origina da palavra em latim vagari que significa errante, adjetivando o nervo devido à sua vasta distribuição.

É pelo nervo vago (X par de nervo craniano) e pelos pares de nervos III, VII e IX que as fibras do sistema nervoso parassimpático deixam o sistema nervoso central.

No entanto, o nervo vago compõe a maior parte das fibras do sistema nervoso parassimpático (75%). O X nervo craniano é classificado como misto, devido ao fato de possuir um componente motor e outro sensitivo.

Ele também é predominantemente visceral, inervando predominantemente músculos lisos, músculos cardíacos e glândulas. (GUYTON, 2017; MACHADO; HAERTEL, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014)

Anatomia do Nervo Vago

A origem aparente encefálica do X nervo craniano é no sulco lateral posterior do bulbo, caudalmente ao IX nervo, enquanto sua origem aparente craniana é no forame jugular.

Durante seu trajeto, ele passa pelo pescoço, tórax e abdome, inervando diversas vísceras como coração, estômago e parte do cólon.

O nervo vago possui dois gânglios (aglomerados de corpos celulares fora do sistema nervoso central) sensitivos: um deles é chamado de gânglio superior e o outro gânglio inferior.

Ao sair do crânio pelo forame jugular, o nervo continua inferiormente na bainha carótica até a raiz do pescoço, emitindo, nesse percurso, ramos para o palato, faringe e laringe.

O nervo vago adentra no tórax passando anteriormente à artéria subclávia e posteriormente à veia subclávia, cruzando a face lateral da traqueia até alcançar o esôfago (há uma pequena diferença entre o trajeto do nervo vago direito e esquerdo).

Nesse percurso pelo tórax, o nervo vago emite ramos para laringe, plexo cardíaco, plexo pulmonar e plexo esofágico.

No abdome, o nervo vago entra por meio dos troncos vagais anterior e posterior, formados, predominantemente, pelos nervos vagos esquerdo e direitos respectivamente e passam pelo hiato diafragmático.

O tronco vagal anterior segue pela face anterior do esôfago e vai em direção à curvatura menor do estômago e, nesse trajeto, emite ramos para o fígado e duodeno, além de dar origem aos ramos gástricos anteriores.

Enquanto isso, o tronco vagal posterior entra no abdome pela face posterior do esôfago, mas também vai em direção à curvatura menor do estômago.

Nesse percurso, o nervo vago dá origem aos ramos celíacos e gástricos posteriores.

Ainda no abdome, emite ramos para o intestino delgado e para o intestino grosso, sendo responsável pela sua inervação até a flexura esquerda do cólon. (GRAYS, 2015; MACHADO; HAERTEL, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

Funções do Nervo Vago

As funções do nervo vago podem variar dependendo do componente funcional das fibras vagais emitidas. Esses componentes podem ser: aferente visceral especial, aferente visceral geral, aferente somático geral, eferente visceral geral e eferente visceral especial.

Não se preocupe, vamos explicar a função de cada um para você! Primeiro, para te ajudar a entender melhor cada componente, vamos entender o que cada nome significa.

A palavra aferente diz que o nervo é sensitivo e leva mensagem do órgão ou estrutura para o SNC; já o termo eferente transmite a ideia de resposta, portanto o nervo leva mensagem do SNC para o órgão e/ou estrutura e são nesses nervos que acontecem as ações motoras.

A palavra visceral faz referências ao músculo liso, m. cardíaco e glândulas (visceral geral), ou músculos esqueléticos de origem branquiomérica (visceral especial), enquanto o somático se refere às estruturas originadas dos somitos, como o músculo estriado esquelético, por exemplo. (MACHADO; HAERTEL, 2014)

 Os ramos aferentes viscerais especiais inervam a epiglote e são responsáveis pelo sentido da gustação dessa estrutura.

O componente aferente visceral geral está presente em parte da faringe, laringe, traqueia, esôfago, nas vísceras torácicas e abdominais e transmite a sensação de dor.

A porção aferente somática geral inerva parte do pavilhão auditivo e do meato acústico interno, e conduz informações sobre temperatura, dor pressão tato e propriocepção.

A fração eferente visceral geral inerva as vísceras torácicas e abdominais enquanto o componente eferente visceral especial inerva os músculos da faringe e laringe. (MACHADO; HAERTEL, 2014)

Gosta do assunto? Confira mais sobre ele no nosso Medicina Resumida de Sistema Nervoso!