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Nitazoxanida: entenda a pesquisa brasileira

Nitazoxanida: entenda a pesquisa brasileira

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O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) está conduzindo estudo clínico no combate à COVID-19 com objetivo de avaliar a eficácia da medicação Nitazoxanida, conhecida popularmente pelo seu nome comercial Annita.

Entenda neste post onde tudo começou e onde se encontra atualmente a pesquisa Brasileira.

A descoberta da Nitazoxanida

Tudo começou em fevereiro. Uma equipe do laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, iniciou pesquisa sobre reposicionamento de fármacos para o tratamento da COVID-19.

O reposicionamento consiste em testar drogas já aprovadas e utilizadas em outras condições, para usá-la contra uma outra doença. A pesquisa incluiu inicialmente 2 mil medicamentos previamente aprovadas pela FDA.

Utilizando alta tecnologia de biologia molecular e estrutural, associada à computação científica, quimioinformática e inteligência artificial, os pesquisadores chegaram a 6 moléculas que mostraram-se promissoras para seguir com os testes in vitro.

Ao fim dos testes, duas destas moléculas mostraram redução significativa da replicação viral, sendo Nitazoxanida, um antiparasitário, a mais eficaz. A nitazoxanida conseguiu inibir a replicação viral em 94% nas células infectadas pelo SARS-CoV-2 in vitro.

No dia 14 de Abril, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) obteve autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) para prosseguir e realizar a última etapa dos testes, que consiste em ensaio clínico para testar a Nitazoxanida em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2.

Início dos estudos com Nitazoxanida contra a COVID-19

Após a aprovação para realização dos testes em humanos, o ministério elaborou dois protocolos de pesquisa. O primeiro deles é direcionado ao tratamento de pacientes graves, e o segundo visa avaliar a eficácia em pacientes com sintomas leves.

Protocolo em pacientes hospitalizados

Atualmente, este braço da pesquisa conta com 200 participantes em 21 hospitais, espalhados entre 7 capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Manaus e Curitiba.

Os resultados ainda não estão disponíveis, e a conclusão dependerá da velocidade de recrutamento dos participantes. O objetivo é avaliar 500 pacientes com sintomas graves ou hospitalizados por COVID-19.

Protocolo em pacientes com sintomas leves

O segundo protocolo iniciou-se em meados de Maio, e é direcionado às pessoas com sintomas iniciais e leves da COVID-19. Neste braço da pesquisa, o objetivo é também recrutar 500 voluntários.

A estratégia consiste em um posto montado que recebe pessoas com sintomas gripais como febre, tosse e fadiga. Os voluntários que concordam em participar do estudo realizam teste para COVID-19.

Uma vez testados positivos, os voluntários recebem a medicação para tomar em casa, e são acompanhados pela equipe médica durante 8 dias. No final, retornam para realizar exames.

A finalidade é testar a eficácia da Nitazoxanida em inibir a replicação viral logo no início da doença, impedindo assim a progressão para insuficiência respiratória e necessidade de hospitalização.

Para isso, a campanha #500VoluntáriosJÁ foi montada como estratégia. Um posto móvel roda cidades e recruta voluntários para a pesquisa.

Ministro Marcos Pontes em posto de campanha

As cidades de Bauru, Sorocaba, Barueri, Guarulhos e São Caetano do Sul, em São Paulo, e Juiz de Fora (MG) já receberam os postos da campanha.

Conclusão

A medicação utilizada na estudo clínico brasileiro contra COVID-19 é barata e amplamente disponível. Seguimos no aguardo da conclusão da pesquisa. Os resultados, se positivos, podem colocar o Brasil em destaque mundial na luta contra a pandemia causada pelo novo coronavírus.

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