Endocrinologia

Nódulo na tireoide: o que saber e o que fazer? | Colunistas

Nódulo na tireoide: o que saber e o que fazer? | Colunistas

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Os nódulos tireoidianos são comuns na prática clínica e, apesar de serem assintomáticos, possuem prevalência entre 3 e 7% da população. Geralmente, são diagnosticados através da palpação ocasional durante o exame físico e, ainda mais, com a ultrassonografia de região cervical.

São encontrados mais comumente em idosos, nas mulheres e em situações de exposição à radiação ou carência de iodo.

A maioria dos nódulos é de origem benigna, mas um nódulo solitário, de consistência endurecida, pouco móvel e associado à linfonodomegalia é considerado de alto risco para câncer. Além disso, caracterizar a anatomia e a função tireoidiana do paciente é imprescindível.

Não está clara a patogênese dos nódulos e a participação do TSH atuando como fator de crescimento ainda não está clara. Entre as causas mais frequentes encontramos: cistos coloidais e tireoidites (80%), neoplasias foliculares benignas (15%) e o carcinoma (5%).

Existem alguns fatores de risco para malignidade como: sexo masculino (3x maior), crianças e idosos, sintomas compressivos e invasivos (crescimento rápido, rouquidão, mudança de voz, disfagia e dor) e tireoidite autoimune (TSH e TRAb podem atuar como fatores mitogênicos e antiapoptóticos).

O que fazer diante de um nódulo tireoidiano?

O melhor método de investigação é a punção aspirativa com agulha fina (PAAF) guiada por ultrassom. No entanto, inicialmente, solicitamos os exames de avaliação da função tireoidiana (TSH e T4 livre) e o ultrassom de tireoide. Se não houver hipertireoidismo e o nódulo for de 1cm ou mais deverá ser feita a biópsia através da PAAF. Por outro lado, se o nódulo for menor que 1 cm, porém com características de malignidade (margem irregular, conteúdo sólido, hipoecoico, microcalcificações, fluxo sanguíneo intranodular) ou com linfonodomegalias associadas, também deverá ser biopsiado.

Diante do resultado citopatológico algumas considerações podem ser feitas. Primeiro, se o nódulo possui características malignas, deverá ser realizada a tireoidectomia total e avaliada a necessidade de complementar com ablação com iodo radioativo por até 12 semanas. Por sua vez, se o nódulo é benigno, podemos acompanhar a cada ano com ultrassom e, posteriormente, por tempo mais espaçado.

Autor: Welberth Fernandes

Sou estudante de medicina da Universidade Estadual de Montes Claros-MG (Unimontes), estou no 8º período, sou presidente da Liga Acadêmica de Clínica Médica do Hospital Universitário e presidente do RacioClin (Plataforma de Aperfeiçoamento do Raciocínio Clínico).

instagram: https://www.instagram.com/welberthfs/