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A empresa americana Moderna anunciou no último dia 18 de maio resultados positivos de uma nova vacina para o novo coronavírus. A primeira vacina testada em humanos se mostrou capaz de estimular uma resposta imunológica contra a Covid-19.
Os resultados divulgados são baseados na reação de oito pessoas que receberam duas doses da vacina a partir de março. Todas são voluntários saudáveis.
A resposta foi, segundo a farmacêutica, produção de anticorpos que foram testados em células humanas em laboratório e impediram a replicação do Sars-CoV-2. Os chamados anticorpos neutralizantes foram encontrados na mesma quantidade daqueles em pacientes recuperados da Covid-19. Esse é o principal requisito para uma vacina ser considerada eficaz.
A Food and Drug Administration (FDA), uma espécie de vigilância sanitária americana, autorizou a segunda fase de testes. Cerca de 600 pessoas deverão participar dessa etapa do experimento.
Se os resultados forem positivos, a expectativa é que a vacina esteja disponível para uso generalizado até o início de 2021.
Diferença nas doses
Algo que chama a atenção no estudo da Moderna são os efeitos adversos das doses da vacina. Foram testadas as doses baixa, média e alta. Os resultados positivos são referentes às duas primeiras.
A alta dosagem causou vermelhidão e sensação de dor muscular nos braços de um voluntário. A tendência é que essa dose seja eliminada de estudos futuros, já que as mais baixas parecem funcionar.
Vacina da Moderna não é a única
No início de maio, a Pfizer e BioNTech anunciaram que começaram a testar em humanos uma vacina contra o novo coronavírus. O antídoto é desenvolvido com base no material genético RNA.
Ao ingerir no corpo um RNA mensageiro desenvolvido especificamente para a Covid-19, a vacina teria potencial para dizer às células que produzam proteínas do coronavírus sem deixar o indivíduo doente. Isso faria com que o sistema imunológico produzisse anticorpos para lutar contra a infecção. Doze adultos saudáveis foram testados na fase experimental.
Nos Estados Unidos, as farmacêuticas planejam testar 360 voluntários na primeira etapa do estudo. Mas até o final da segunda fase, 8 mil voluntários devem participar do experimento.
Os participantes serão divididos em grupos para comparar quatro variações da vacina. Cada uma representa um formato de RNA mensageiro com instruções para criar uma peça diferente do que compõe a proteína spark.
Os médicos acompanharão os níveis de anticorpos dos participantes, enzimas hepáticas e outros indicadores de possíveis efeitos colaterais. Se houver evidências de que a vacina é eficaz e não produziu nenhum dano grave, as farmacêuticas poderão solicitar a aprovação da substância para aqueles que mais precisam.
Estudos mais detalhados podem ser necessários para que seja autorizado o uso no público em geral.
Neste momento, estima-se que pelo menos 70 vacinas para o coronavírus estão sendo produzidas nas mais diferentes fases de teste. Dentre elas, seis já estão em fase de ensaios clínicos em humanos ou se preparando para isto.
Além das vacinas, diversas outras terapias estão sendo estudadas, como um anticorpo que neutraliza a Covid-19. A substância ainda está em fase de testes laboratoriais.
O número de casos de coronavírus no mundo passa dos 4,7 milhões em todo o mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) já contabiliza também mais de 317 mil mortes por causa da doença. No geral, a curva da doença deu um pulo depois do dia 10 de março, tanto com o número de casos, tanto com o número de mortes.
Os Estados Unidos lideram em número de casos, já tendo acumulado mais d e 1,4 milhões de diagnósticos da Covid-19. Em seguida vem a Rússia, com 299,9 mil casos confirmados, e o Brasil, com 271,8 mil pessoas contaminadas.
Em número de mortes, os Estados Unidos também lideram. São 89,2 mil pessoas mortas por causa de complicações decorrentes do Sars-CoV-2. O Reino Unido aparece em seguida, com 34,7 mil óbitos. O terceiro na lista é a Itália, que acumula 32 mil mortes. O Brasil é o sexto do ranking da OMS, com 17.983 óbitos.