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Uma nova variante do Coronavírus pode ser a responsável pela rápida disseminação da doença no mundo. Um estudo recente, publicado na revista Cell no dia dois de julho, demonstra que a mutação D614G do SARS-CoV-2 tornou-se a variante dominante no mundo, apesar que o mesmo estudo ainda tenta provar se isso está relacionado a uma maior transmissibilidade do vírus ou ao acaso.
Segundo o estudo, realizado pelas Universidades Sheffield e Duke Universities e pelo Laboratório Nacional Los Álamos, dos 999 pacientes britânicos com COVID-19 analisados, os que possuíam a forma D614G variante do vírus, também possuíam mais partículas virais.
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Essa variante é mais fácil de transmitir comparada com o vírus que surgiu na China?
É um vírus mais infeccioso, no entanto, os pacientes com a nova variante não demonstraram maior gravidade em comparação aos demais.
Durante uma segunda pesquisa, seis amostras de moradores de San Diego foram analisadas com o objetivo de comparar a resposta imune do vírus original com a variante D614G. A pesquisa demonstrou que a resposta imune humana pode combater a nova variante tão bem ou melhor que a versão original. Ou seja, apesar de aparentar maior sucesso na disseminação, o corpo humano não encontra maiores dificuldades para combater o vírus.
“Os dados clínicos desse artigo da Universidade de Sheffield mostraram que, embora os pacientes com o novo vírus G (D614G) tenham mais cópias virais do que os infectados com D (vírus original), não houve um aumento correspondente na gravidade da doença”, diz a professora Erica Ollmann Saphire, que lidera o CoVIC.

Se a nova variante demonstra ser mais infecciosa, isso significa que ela também é mais mortal?
Apesar dos resultados demonstrarem maior facilidade de disseminação, como um experimento in vitro não pode reproduzir com fidelidade a dinâmica real da pandemia, fica difícil afirmar que a variante é mais transmissível entre humanos.
“Parece que o vírus se replica melhor e pode ser mais transmissível, mas ainda estamos na etapa de tentar confirmar isso. Existem geneticistas de vírus muito bons trabalhando nisso”, disse Anthony Fauci, diretor do Instituto de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos à revista Jama, no dia 2 de julho.
De qualquer forma, essa variante é a nova pandemia. Ela já se tornou a variante dominante no mundo e as novas descobertas não devem interferir nas medidas restritivas. Também não devemos perceber nenhuma piora no aumento do número de casos.
Bette Korber, pesquisadora do Laboratório Nacional Los Alamos (LANL), traz uma conclusão importante: “Essas descobertas sugerem que a forma mais nova do vírus pode ser transmitida mais rapidamente do que a original — independentemente de essa conclusão ser ou não confirmada, ela destaca o valor do que já eram boas ideias: usar máscaras e manter o distanciamento social”.
