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Se no ano 2000 o número de médicos no Brasil era de 230.110 profissionais, em 2020 o índice mais que dobrou: são 502.475 médicos no país. Dessa forma, a relação de profissionais por 1 mil habitantes teve aumento significativo: foi de 1,41 para 2,4 no período, mostra o estudo Demografia Médica no Brasil 2020, divulgado no último dia 09 de dezembro. A pesquisa confirma a tendência apontada em 2018, quando o número de médicos no Brasil cresceu mais de 600%.
Resultado de parceria entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa indica que, proporcionalmente, o Brasil tem mais médicos por habitantes do que Japão (2,4), México (2,4) e Coreia do Sul (2,3). O índice também é próximo ao de Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido (2,8). Porém, o Brasil segue abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): 3,4 para cada 1 mil habitantes.
A ampliação da oferta de vagas no ensino superior, com a liberação de novos cursos, e a expansão em cursos já existentes influenciaram o crescimento do número de médicos no Brasil, aponta o professor Mário Scheffer, que coordenou a pesquisa.
“De 2011 até agora foram mais de 20 mil novas vagas de graduação em Medicina. É isso que impacta no número de médicos. Temos quase 37,8 mil vagas em 2020”, disse o professor para a Agência Brasil. “Apenas na última década, de 2010 a 2019, 179.838 novos médicos entraram no mercado de trabalho no Brasil”, complementou.
Número de médicos no Brasil não resolve desigualdade
Apesar do aumento no número de médicos no Brasil, o problema está na desigualdade da distribuição. A Demografia Médica no Brasil 2020 mostra que a distribuição de profissionais é a seguinte:
- Região Norte: 4,6%
- Região Centro-Oeste: 8,5%
- Região Sul: 15,3%
- Região Nordeste: 18,4%
- Região Sudeste: 53,2
“Ao comparar a proporção de médicos e da população, as desigualdades ficam ainda mais evidentes”, afirma o estudo. “A região Norte, por exemplo, agrupa 8,8% de toda a população do país, mas conta com 4,6% dos médicos em atividade. O Nordeste reúne 27,2% da população, mas somente 18,4% dos médicos. O estado da Bahia abriga 7,1% da população e apenas 4,7% dos médicos do país”, diz a pesquisa.
“Por outro lado, o Sudeste agrupa mais da metade dos médicos do país – 53,2% – que atendem 42,1% da população brasileira. O estado de São Paulo concentra mais de um quarto dos médicos – 28,1% do total – para atender uma população que representa 21,9% do país”, exemplifica a Demografia Médica no Brasil deste ano.
Número de médicos no Brasil vai aumentar mais
As projeções indicam que, em 2024, mais de 31 mil novos médicos entrarão no mercado de trabalho. Dessa forma, a proporção de profissionais por 1 mil habitantes continuará crescendo.
Além disso, daqui a 45 anos, o país terá aproximadamente 1,5 milhão de médicos, para atenderem a uma população de 250 milhões de habitantes, de acordo com projeção do professor Milton de Arruda Martins, da USP, citada pelo CFM.
Em relação a recém-formados, o Brasil tem média de 10,4 novos formados em Medicina para cada 100 mil habitantes, índice superior ao de países como França (9,5) e Estados Unidos (7,7). Em poucos anos, indica o CFM, a proporção será de 16 recém-formados por 100 mil habitantes, similar ao que existe em países do Leste Europeu.
Residência Médica
A Demografia Médica no Brasil 2020 ainda indica que o país ampliou a capacidade de formação de médicos especialistas: 53.776 profissionais cursavam Residência Médica em 2019, em 4.862 programas ofertados por 809 instituições credenciadas pelo MEC, mostra a pesquisa.
Dos médicos residentes, 23.134 (43%) estavam em programas em quatro especialidades: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral (incluindo residentes do Programa de Pré-Requisito em Área Cirúrgica Básica) e Ginecologia e Obstetrícia.
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