O vírus do Covid-19, atualmente, está causando inúmeros transtornos em praticamente todo o planeta, ocasionando infecções e várias mortes. O patógeno que gera essa doença é o novo coronavírus, seu nome científico é SARS-CoV-2, o qual SARS é a abreviação para síndrome respiratória aguda grave; CoV é a abreviação para coronavírus e o número 2 é devido à aparência desse vírus com outra espécie que surgiu em 2002.
Nesse contexto, há, mormente no Brasil, possíveis variadas formas de tratamento para a doença, como alguns tipos de vitaminas. Dessarte, o presente artigo terá como fito perquirir acerca da definição e da influência da Vitamina D para auxiliar o tratamento da contaminação por Covid-19.
O QUE É A VITAMINA D?
De acordo com Marques, Claudia et.al (2009), a vitamina D é um hormônio, da classe dos esteroides, que tem como principal objetivo regular a homeostase do cálcio, na formação e na reabsorção óssea.
Ainda, consoante a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) 2016, a vitamina D pode ser considerado um pró-hormonio, que é associado ao PTH – um paratormônio, um imprescindível regulador ósseo.
Nesse contexto, analisa-se que a vitamina D tem vários benefícios além da homeostase do cálcio, como a influência no sistema imunológico, podendo citar a promoção da diferenciação celular e a regulação de proteínas antimicrobianas.

Conforme Galvão, Letícia et.al (2013), a vitamina D, que é um composto lipossolúvel, é produzida pelo corpo, de forma endógena nos tecidos cutâneos devido à exposição solar e de forma exógena, quando ocorre a ingestão de nutrientes que contenham vitamina D, como cereais e sucos.
Em média, entre 80% e 90% da vitamina D é feita na pele, posteriormente a uma exposição de raios ultravioletas B, que, quando formada, é ejetada para os leitos capilares da derme. Convém ressaltar que há duas formas de vitaminas D, a saber, a vitamina D2 (ergocalciferol), que é produzida por plantas, por exemplo, alguns cogumelos conseguem produzir por meio da radiação solar, e a D3 (colecalciferol) advém da síntese cutânea em seres humanos ou da ingestão de nutrientes de origem animal, como o salmão, o atum e a gema do ovo.
INFLUÊNCIA DA VITAMINA D
O grande desafio para os cientistas de vários países foi o de desenvolver uma droga eficaz que combatesse o vírus. Atrelado às pesquisas na elaboração de uma vacina eficaz, estavam estudos que buscavam tratamentos na prevenção e, até mesmo, terapêuticos para serem administrados para pacientes durante a infecção do vírus, com o intuito de minimizar os riscos de morte que estão associados à doença. Nesse ínterim, a vitamina D foi estudada como promissora para redução de sintomas em infectados pelo vírus.
Apesar dessa vitamina estar relacionada com funções do metabolismo do tecido ósseo e na homeostasia do mineral cálcio, ela também apresenta papéis relacionados à regulação do sistema imunológico. Essas atividades que a vitamina D desempenha na imunidade está relacionada com as células de defesa da imunidade inata e imunidade específica. De fato, segundo o Grupo de Estudos Epidemiológicos e Inovação em Alimentação e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), a vitamina D colabora para o funcionamento do sistema imune, como a modulação da produção de citocinas inflamatórias, a promoção da diferenciação celular e a regulação da quantidade de proteínas antimicrobianas, as quais reduzem algumas inflamações.
Outrossim, é válido reiterar a premência da Vitamina D para o tratamento de Covid-19. Conforme Moozhipurath et al., 2020, a deficiência da V.D pode engendrar a resposta imunológica enfraquecida, a doenças infecciosas no trato respiratório superior e pode aumentar a mortalidade em pacientes gravemente enfermos, como no caso de Covid-19. Um dos motivos para explicar esse contexto de funcionamento é que a V.D, por meio de sua forma ativa, 1,25 – dihidroxivitamina D, eleva a imunidade inata pelo estímulo de peptídeos antimicrobianos, como a defensinas e a catelicidina humana. Esses dois conjuntos de aminoácidos têm efeitos antivirais, isto é, possuem a capacidade de interromper os envelopes virais e modulam a resposta inflamatória, suprimindo a expressão excessiva de citocinas pró-inflamatórias, mitigando o risco de uma tempestade de citocinas. Dessa maneira, a Vitamina D tem a capacidade de reduzir a probabilidade de infecção grave e de mortes por Covid-19, uma vez que a 1,25 – dihidroxivitamina D desempenha um papel essencial na imunomodulação do sistema imunológico inato e do adaptativo. Desse modo, considera-se que um aumento da síntese de vitamina D amplie a probabilidade de imunidade e atenue as chances de infecções graves, decrescendo, assim, os casos críticos de COVID-19.
CONCLUSÃO
Portanto, percebe-se que a Vitamina D, mais especificamente a vitamina D3, conhecida como colecalciferol, pode ter um papel imprescindível no tratamento da Covid-19, sendo obtida de forma natural, por meio da radiação solar, ou de forma exógena, ou seja, mediante a ingestão de alimentos de origem animal que possuam a vitamina em questão.
Além disso, é essencial reiterar o papel dessa vitamina como influenciadora e impulsionadora do sistema imunológico, uma vez que a sua forma ativa regula a promoção de proteínas antimicrobianas e suprime a expressão de citocinas pró-inflamatórias.
Convém ressaltar que sempre é importante a orientação de um profissional para indicar a quantidade de Vitamina D, principalmente em casos de Covid-19, visto que, como já dito, ela tem o potencial de diminuir os riscos que a doença pode trazer.
Autor: Vladmir do Nascimento Aragão. Instagram: @Vladmir Nascimento
Coautora: Laís Helena Bezerra da Silva. Instagram: @Laís_helenab

O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
REFERÊNCIAS
https://coronavirus.saude.mg.gov.br/blog/27-como-surgiu-o-coronavirus
http://www.rbm.org.br/details/113/pt-BR/consideracoes-atuais-sobre-a-vitamina-d
http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/342-vitaminad
https://www.fsp.usp.br/geias/index.php/2020/08/04/vitamina-d-e-covid-19/
MARTINS, M. C. C.; OLIVEIRA, A. S. S. S. Zinco, vitamina D e sistema imune: papel na infecção pelo novo coronavírus. Revista FAESF, v. 4, n. especial COVID 19, 2020.
QUEMEL, G. K. C. et al. O papel da vitamina D na imunidade e na infecção por
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Malaguarnera, L . (2020). Vitamina D3 como adjuvantes potenciais de tratamento para COVID – 19. Nutrientes .12 (11): 3512