Carreira em Medicina

O que faz do médico um profissional respeitável? | Colunistas

O que faz do médico um profissional respeitável? | Colunistas

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Desde o início da humanidade, diversos traços culturais, científicos e sociais foram desenvolvendo-se, de modo que cada sociedade absorve aquilo que lhe apresenta conveniente com relação ao passado.

Do mesmo modo, a admiração social acerca da Medicina e do profissional médico pode ser explicada por diversos fatores, dotados em momentos históricos diferentes, mas todos com uma origem comum: a capacidade de intervir (leia-se “curar”) sobre o processo de saúde e doença.

Dito isso, a visão social do médico como profissional respeitável é baseada em alguns preceitos importantes, sendo eles:

1.  Ser dotado de INTELIGÊNCIA.

A inteligência, por definição, refere-se ao ato de conhecer, compreender e aprender sobre determinado assunto, bem como capacidade de resolver novos problemas e conflitos, adaptando-se às mais diversas situações.

Ou seja, a descrição do termo, nada mais é, que o cotidiano médico, o qual é procurado todas as vezes em que algo ou alguém causa desordem orgânica ou mental com relação ao próximo.

Existem estudos que afirmam que, em média, um médico demora cerca de 28 segundos para formular hipóteses diagnósticas após ouvir a queixa principal do doente, e chega ao diagnóstico correto em 75% das vezes após decorridos 6 minutos de consulta. Essa capacidade hipotético x dedutiva é algo bastante estimulado nos cursos de medicina, e o uso da inteligência é crucial nesse processo.

2.  Possuir ampla BASE TEÓRICA.

O estudo da medicina, desde sua origem (em meados do século V a. C.), sofreu transformações em sua forma de analisar o processo de saúde x doença, de modo que ocorreu importante desenvolvimento nas áreas da fisiologia, patologia, farmacologia e, mais recentemente, da imunologia.

A necessidade de conhecimento acerca de todas essas áreas, consideradas básicas e indissociáveis, foi responsável pela enorme base teórica intrínseca ao currículo do médico formado no Brasil. Segundo o Ministério da Educação (MEC), são necessárias, no mínimo, 7200 horas de conteúdo teórico/prático, distribuídos em 6 anos, para a formação do médico generalista, apesar da média nacional para o ensino médico ultrapassar 8000 horas de formação. Dessa forma, o Curso de Graduação em Medicina é o de maior carga horária do Brasil, seguido por Medicina Veterinária, Psicologia e Odontologia, ambos com 4000 horas.

3.  Mantenedor do SIGILO.

A relação médico paciente é pautada em alguns pilares, sendo a CONFIANÇA um dos mais importantes; possuir a certeza de que informações relatadas durante a consulta ficarão sob total sigilo é, de fato, reconfortante.

Essa confiança na manutenção do sigilo profissional, além de ser construída historicamente, possui uma base legal. O Código de Ética Médica, em seu artigo 103º, versa sobre o sigilo médico-paciente, definindo que a confidencialidade é um direito do paciente, só podendo ser quebrado em casos extremos, por exemplo quando colocado a saúde de outrem em questão, sendo que ainda assim, a quebra de sigilo deve ser informada pelo médico ao paciente.

Talvez por este motivo, o médico seja um dos profissionais com maior índice de confiabilidade, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) durante o ano de 2016.
(Imagem em anexo)

Fonte: Reprodução Pesquisa Datafolha “PERCEPÇÃO DOS BRASILEIROS SOBRE A CONFIANÇA E CREDIBILIDADE EM PROFISSIONAIS E INSTITUIÇÕES” de Setembro de 2016, a pedido do CFM.

4.  Ser um profissional BENEVOLENTE.

Nesse contexto, a proximidade entre religião e medicina se fortalece, uma vez que o profissional benevolente é todo aquele que preza por sempre fazer o bem (e nunca o mal), que possui o que definimos como bondade, ou seja, qualidade daquele que é bom, que possui boa índole, como uma disposição natural do ser.

De modo similar, a busca pela bondade, pela caridade, e pelo ato de fazer o bem a outrem, são princípios universais da maioria das religiões, muitas vezes atribuindo ao profissional médico o “dom divino” para lidar com pessoas, curar e fazer o bem.

5.  E o  princípio mais importante, possuir EMPATIA.

Fortemente relacionada com a relação médico-paciente, empatia é definida como a capacidade de sensibilização e entendimento do outro, momento a momento, a cada mudança sentida e refletida.

É durante uma consulta que o profissional médico transpassa sensibilidade perante situações desconfortantes, consegue fornecer suporte ao paciente, gerando um vínculo de confiança, sendo este imprescindível para a resolução dos problemas acerca do paciente em questão.

Além disso, o estabelecimento de empatia envolve elementos verbais e não verbais, desde a aparência do profissional médico (preferência por cabelos aparados, poucos acessórios/maquiagem, roupas brancas) até a postura, seja na recepção pelo nome do paciente com um sorriso, ou por um aperto de mão, tudo é importante no estabelecimento desse princípio.

A importância da empatia também reflete na qualidade do atendimento prestado, sendo inclusive um dos principais fatores que levam pacientes a abandonarem tratamento ou trocarem de serviço profissional quando o vínculo não é fidedigno. Portanto, a junção desses princípios em um profissional médico é a chave da admiração social dessa profissão, uma vez que a partir dessas características sendo bem desenvolvidas há uma garantia de excelência no atendimento prestado para a população.



O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.