A população mundial apresenta números alarmantes de casos de Diabetes Mellitus estima-se que até 2035 chegaremos a 600 milhões de indivíduos diabéticos em todo o planeta. O Diabetes tipo 2 é a patologia que possui maior prevalência dentre as alterações que promovem falhas no funcionamento da insulina.
As causas de resistência à insulina estão relacionadas a fatores com o desequilíbrio nutricional, através de hábitos alimentares que promovem obesidade, o sedentarismo e outras alterações biológicas. Além disso, uma pré-disposição genética, associada a fatores ambientais também potencializam o desenvolvimento desta doença. A junção destes fatores promove o crescimento exponencial do Diabetes em todo o mundo.
. Paralelo a isso, segundo a Associação Internacional de Alzheimer, estima-se que haja cerca de 46,8 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, a previsão é que chegaremos a mais de 70 milhões de indivíduos com este quadro clínico até 2030.
Dentre os diversos tipos mecanismos patológicos que geram demência o Mal de Alzheimer aparece como a principal causa de neurodegeneração. O crescimento do número de indivíduos com esta patologia também está atrelada ao envelhecimento da população, sendo diretamente proporcional aumento na expectativa de vida.
Tanto o Diabetes Tipo 2 como o Alzheimer seguem uma tendência de crescimento na sua prevalência, a qual acompanha o envelhecimento populacional. No caso das demências fatores associados ao quadro de resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão arterial são desencadeantes de múltiplos AVCs, e atuam como causa no aumento do número de casos de doenças cerebrovasculares. Porém sabemos que o Alzheimer possui um sistema de degeneração complexo, mediado pelo acúmulo de proteínas beta amiloides e morte neuronal.
Neste sentido o quadro de desenvolvimento desta patologia teria relação direta com a presença de Diabetes?
A associação dos dois quadros clínicos o Diabetes e o Mal de Alzheimer está sendo analisada por diversos estudos, os quais apontam para uma combinação direta entre estas duas patologias. O quadro de hipoglicemia recorrente, mais frequente em pacientes diabéticos tipo 1, pode ser um fator degenerativo para o cérebro e contribui para diversas complicações neuronais. Porém, estas alterações não são comuns no paciente diabético tipo 2.
Uma outra hipótese é a que correlaciona o desenvolvimento do Alzheimer ao tempo de convivência e duração do diabetes no indivíduo. Os estudos mostram que a exposição prolongada à hiperglicemia atua como fator potencializador da neurodegeneração, facilitando a disfunção celular e o desenvolvimento de agentes promotores do Mal de Alzheimer em indivíduos pré-dispostos a doença.
Estas evidências apontam para uma forma específica no desenvolvimento do Alzheimer quando associado ao Diabetes. Conhecendo afundo as diversas funções fisiológicas da insulina, podemos entender que ela promove várias modificações metabólicas sobre nutrientes como os carboidratos, lipídios e proteínas. Porém, sabemos que a insulina possui ações mais complexas, voltadas a sistema de sinalização e proliferação celular, além de efeitos protetores sobre o mecanismo interno de funcionamento da célula.
A nível neuronal a insulina está sendo apontada como um fator protetor contra a neurodegeneração. Este papel foi apresentado em estudos realizados com neurônios do hipocampo e de outras áreas do Sistema Nervoso Central.
O hipocampo está intimamente ligada ao aprendizado e a consolidação de novas memórias, o que coloca a insulina como mediador importante na manutenção e funcionamento adequado do cérebro. A resistência à insulina é uma falha no funcionamento ou na sinalização de receptores celulares de insulina, o que leva a um problema no processo de sinalização de receptores neuronais e ainda deficiência na ativação de sinais e de segundos mensageiros intracelulares.
A insulina apresenta um apresenta um papel mediador da proliferação celular e está sendo apontada como agente ativo na plasticidade neuronal de sinapses cerebrais. Entendendo isso podemos perceber que a falha no funcionamento da insulina, mesmo que indiretamente, pode potencializar e se associar a distúrbios neuronais que levam ao desenvolvimento do Alzheimer.
Ao observarmos a possível correlação entre o desenvolvimento de Alzheimer e Diabetes Mellitus, compreendemos que fatores protetores, já consolidados, como a redução da obesidade, realização frequente de atividades físicas e modificações de hábitos alimentares, se enquadram como uma boa relação de proteção contra o desenvolvimento do Alzheimer. Sendo assim podemos concluir que ao adquirir o Diabetes Mellitus você não está fadado a desenvolver Alzheimer, mas hoje sabemos as duas patologias podem compartilhar de mecanismos conjuntos sendo necessários a manutenção hábitos saldáveis para que possamos nos distanciar cada vez mais de complicações graves como estas.
Autor: Juarez de Sousa
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