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Um estudo na Itália mostrou que menos de 13% dos pacientes estavam livres dos sintomas da COVID-19 após recuperação virológica. Sobreviver ao coronavírus significa recuperar-se dele? Este é o tema do nosso post.
Estamos no meio de uma pandemia, e parece que cada dia surgem novos enigmas a serem decifrados. A doença é nova, e os esforços empregados ao redor do mundo para contê-la são de proporções e diversidades inimagináveis. O conhecimento obtido em tão pouco tempo parece ter corrido na velocidade da luz mas, ainda assim, há tanto a ser descoberto.
Uma das lacunas de conhecimento a ser preenchida é a persistência de sintomas após a recuperação. O estudo Italiano que citamos trouxe à luz esta questão, mostrando dados que levantam necessidade de maior investigação no tema.
Como o estudo foi feito
Os dados de 143 pacientes que haviam se recuperado da COVID-19 foram coletados em serviço de ambulatório para pacientes pós-hospitalização por COVID-19.
Somente aqueles com teste negativo de RT-PCR para SARS-CoV-2 foram incluídos. Sintomas potencialmente relacionados à COVID-19 durante a infecção aguda foram pesquisados.
Os pacientes foram solicitados a retrospectivamente afirmar a presença ou ausência dos mesmos durante o tempo que estavam doentes. Em seguida, foram pesquisadas a permanência dos mesmos sintomas no momento da visita no ambulatório.
Os pacientes também foram convidados a responder questionário que avalia qualidade de vida, graduando-o retrospectivamente, antes de terem se infectado com COVID-19 e no momento da coleta da pesquisa.
Resultados mostram sintomas da COVID-19 após recuperação
Após a coleta da história e do exame físico, apenas 13% dos pacientes relataram estar livres de sintomas da COVID-19. Os pacientes foram avaliados após, em média, 60 dias de início dos sintomas e 36 dias após alta hospitalar.
Dos entrevistados, 55% tinham 3 ou mais sintomas persistentes, e os demais permaneciam com 1 ou 2 sintomas. O sintoma persistente mais comum foi fadiga (53%), seguido de dispneia (43%), artralgia (27%) e dor torácica (22%).
Comparando-se qualidade de vida antes da COVID-19, 44% reportaram diminuição da qualidade de vida (queda maior ou igual a 10 pontos no questionário graduado de 0 a 100).
Conclusão
Dados longitudinais mais robustos são necessários para entender-se por quanto tempo os sintomas da COVID-19 podem permanecer nos recuperados da doença.
A terapia para sequelas também é incerta, e apenas o acompanhamento a longo prazo poderá elucidar o fenômeno da persistência dos sintomas e necessidade de terapia específica sintomática.
Confira o vídeo:
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