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Neste post falaremos sobre o uso do plasma convalescente em adultos hospitalizados por COVID-19. A busca por terapias que consigam interromper o curso da doença causada pelo novo coronavírus permanece. Uma das terapias testadas que não se mostrou bem sucedida até então, foi o plasma convalescente.
Os autores do artigo que pretendemos aqui expor acreditam que talvez o motivo da falha estivesse no fato dos anticorpos precisarem ser administrados logo no início do curso da doença.
Vamos portanto analisar os resultados de um estudo que buscou verificar o uso do plasma convalescente na etapa precoce da doença.
Metodologia do estudo
O estudo consistiu em estudo duplo-cego, randomizado, com a administração de plasma convalescente com altas titulações de anticorpos IgG contra o SARS-CoV-2.
Os pacientes eram adultos, e a administração ocorreu dentro das 72 horas de início dos sintomas.
O desfecho primário consistiu de presença de doença respiratória grave, definida como frequência respiratória acima de 30 incursões por minuto, saturação de O2 menor que 93% em ar ambiente, ou ambos critérios.
Resultados: plasma convalescente e a COVID-19
Um total de 160 pacientes participaram do estudo. Doença respiratória grave desenvolveu-se em 13 dos 80 pacientes tratados com plasma (16%), e em 25 dos 80 pacientes que receberam placebo (25%).
Isto confere um risco relativo de 0,52 (Intervalo de Confiança 0,29-0,94, P=0,03), com redução do risco relativo de 48%. Nenhum efeito adverso foi observado dentre os participantes do estudo.
Conclusão sobre uso de plasma convalescente na COVID-19
O estudo concluiu, com base nos resultados apresentados, que a administração de plasma convalescente com altas titulações de IgG, em pacientes hospitalizados com manifestação leve da COVID-19, reduziu a progressão da doença.
Além disso, apesar da pequena amostra, o que diminui o poder estatístico dos resultados, o grupo tratado com plasma convalescente também apresentou melhores resultados que o grupo placebo em todos os desfechos secundários (doença respiratória ameaçadora à vida, internação em UTI, doença sistêmica crítica e morte associada à COVID-19).
A medida simples e barata de administração do plasma convalescente pode reduzir demandas do sistema de saúde, bem como ajudar a salvar vidas, tornando-se um aliado para aqueles sob risco de desenvolver doença crítica, até que a vacina esteja amplamente disponível.
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