Medicina da Família e Comunidade

Programa Nacional de Vacinação de 2023: datas, vacinas disponíveis e mais

Programa Nacional de Vacinação de 2023: datas, vacinas disponíveis e mais

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Programa Nacional de Vacinação: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa do governo brasileiro que tem como objetivo garantir a proteção da população contra diversas doenças infecciosas por meio da vacinação. O programa foi criado em 1973 e é coordenado pelo Ministério da Saúde. 

Nesse sentido, o PNV oferece diversas vacinas gratuitamente para toda a população, com prioridade para grupos específicos, como crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas. Entre as vacinas disponibilizadas pelo programa estão a BCG (contra a tuberculose), a tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba), a vacina contra a gripe, a vacina contra a hepatite B, a vacina contra a febre amarela, entre outras.

Qual o objetivo do programa nacional de vacinação?

O calendário de vacinação é atualizado periodicamente e pode variar de acordo com as necessidades epidemiológicas do país. 

O objetivo do programa é alcançar altas coberturas vacinais para prevenir a disseminação de doenças e, consequentemente, reduzir a morbidade e mortalidade causadas por elas. Além disso, o PNV também desenvolve ações educativas para conscientizar a população sobre a importância da vacinação.

É importante lembrar que o calendário de vacinação pode variar de acordo com a região e as necessidades epidemiológicas do país. 

Como será o cronograma do programa nacional de vacinação em 2023? 

O cronograma divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que essa campanha será dividida em 5 etapas: 

  1. Etapa 1 – a partir de fevereiro: O foco será na vacinação contra Covid-19 (reforço com a vacina bivalente).
  2. Etapa 2 – a partir de março: intensificação da vacinação contra Covid-19, tendo como foco crianças com mais de 12 anos
  3. 3 – a partir de março: intensificação da vacinação de Covid-19 entre crianças e adolescentes
  4. Etapa 4 – a partir de abril: vacinação de Influenza
  5. Etapa 5 – a partir de maio: multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas

Quais as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)?

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza diversas vacinas gratuitamente para toda a população, com o objetivo de prevenir a disseminação de doenças infecciosas. Algumas das principais vacinas disponíveis no SUS são: 

  • BCG: contra a tuberculose; 
  • Hepatite B: contra a hepatite B; 
  • Pentavalente: contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B; 
  • Poliomielite: contra a poliomielite; 
  • Pneumocócica 10-valente: contra doenças causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonia e meningite; Rotavírus humano: contra a diarreia causada pelo rotavírus; 
  • Meningocócica C: contra doenças causadas pela bactéria meningococo do tipo C, como meningite e septicemia; 
  • Tríplice viral: contra sarampo, rubéola e caxumba; 
  • Febre amarela: contra a febre amarela; 
  • HPV: contra o papilomavírus humano, que pode causar câncer de colo do útero e outras doenças
  • Influenza
  • Vacina contra COVID

Bacilo de Calmette-Guéri (BCG)

A BCG é uma vacina utilizada para prevenir a tuberculose, uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. A vacina BCG é aplicada em dose única e é indicada para crianças de zero a cinco anos de idade, especialmente aquelas que têm maior risco de desenvolver a forma grave da doença, como filhos de portadores de tuberculose, crianças vivendo em áreas de alto risco e crianças que apresentam sinais de infecção por HIV. 

A vacina é administrada por via intradérmica, geralmente no braço direito, e pode causar uma pequena cicatriz no local da aplicação. Embora a vacina BCG seja eficaz na prevenção de formas graves da tuberculose em crianças, ela não oferece proteção completa contra todas as formas da doença. Além disso, a vacina pode interferir em testes diagnósticos de tuberculose, fazendo com que a pessoa testada apresente resultados falso-positivos.

Vacina contra hepatite B

A vacina contra a hepatite B é uma vacina que protege contra a infecção pelo vírus da hepatite B, que pode causar inflamação e danos no fígado, incluindo cirrose e câncer de fígado. 

A hepatite B é transmitida por meio do contato com sangue e outros fluidos corporais infectados, como sêmen e secreções vaginais. 

Qual o público alvo da vacina contra hepatite B no programa nacional de vacinação? 

Essa vacina é recomendada para todas as pessoas, especialmente aquelas com maior risco de infecção, como:

  • Profissionais de saúde
  • Pessoas com múltiplos parceiros sexuais
  • Usuários de drogas injetáveis
  • Pacientes com doença hepática crônica
  • Pacientes com HIV 
  • Crianças recém-nascidas cujas mães são portadoras do vírus da hepatite B. 

Como é a administração da vacina contra hepatite B?

A vacina é administrada em três doses, com intervalos de tempo específicos entre cada dose. As primeiras duas doses são geralmente aplicadas com um intervalo de um mês entre elas, e a terceira dose é aplicada entre seis meses e um ano após a primeira dose. 

Essa vacina é administrada por via intramuscular, geralmente no braço ou na coxa. Nesse contexto, é uma forma segura e eficaz para prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B, e é uma das principais medidas para prevenir a transmissão da doença. 

Vacina pentavalente no Programa Nacional de Vacinação

A vacina pentavalente é uma vacina combinada que protege contra cinco doenças: 

  • Difteria: doença respiratória que pode levar à obstrução das vias aéreas 
  • Tétano: doença que afeta os músculos e o sistema nervoso
  • Coqueluche
  • Hepatite B: doença viral que afeta o fígado, podendo levar a cirrose e câncer hepático
  • Haemophilus influenzae tipo B: uma bactéria que pode causar meningite, pneumonia e outras infecções graves em crianças

Essa forma de prevenção é especialmente indicada para crianças, já que as doenças protegidas por ela são muito comuns na infância e podem ser graves e até mesmo fatais. 

Como é feita a administração da vacina pentavalente? 

A vacina pentavalente é administrada em três doses, geralmente aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um reforço aos 15 meses de idade. 

Além disso, é administrada por via intramuscular, geralmente no músculo da coxa ou do braço. É importante lembrar que a vacinação deve ser realizada de acordo com o calendário de vacinação recomendado pelo Ministério da Saúde.

Vacina contra poliomielite

A poliomielite é uma doença viral que pode causar paralisia. Essa doença é transmitida por meio do contato com fezes ou secreções de pessoas infectadas pelo vírus. 

Existem duas formas de vacina contra a poliomielite: 

  • Vacina oral contra a poliomielite (VOP) 
  • Vacina inativada contra a poliomielite (VIP). 

Como é feita a administração da vacina contra poliomielite? 

A VOP é administrada por via oral, em gotas, e é indicada para crianças com menos de um ano de idade. A VIP é administrada por via intramuscular, e é indicada para crianças com mais de um ano de idade e adultos. 

A vacina contra a poliomielite é recomendada para todas as pessoas, especialmente para crianças. No Brasil, a vacinação contra essa doença é obrigatória para todas as crianças menores de cinco anos, sendo que a VOP é utilizada nas campanhas de vacinação e a VIP é utilizada no calendário regular de vacinação. 

Pneumocócica 10-valente

A vacina pneumocócica 10-valente é uma vacina que protege contra dez tipos de bactérias pneumocócicas, que podem causar doenças graves, como:

  • Pneumonia
  • Meningite 
  • Sepse 

Essas bactérias são transmitidas por meio do contato com gotículas respiratórias, como espirros e tosse, de pessoas infectadas. 

Quem deve ser vacinado com a pneumocócica 10-valente no programa nacional de vacinação? 

A vacina pneumocócica 10-valente é recomendada para crianças, especialmente aquelas com maior risco de infecção, como prematuros e crianças com doenças crônicas, como doença pulmonar, cardíaca ou renal. 

Além disso, é recomendada para adultos com maior risco de infecção pneumocócica, como idosos e pessoas com doenças crônicas. 

Como é feita a administração da vacina pneumocócica? 

A vacina pneumocócica 10-valente é administrada em três doses, geralmente aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um reforço aos 12 meses de idade. 

O local de escolha para aplicação da vacina é a via intramuscular, geralmente no músculo da coxa ou do braço.

Meningocócica C

A vacina meningocócica C protege contra a bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo C, que pode causar meningite meningocócica. 

A meningite meningocócica é uma infecção que afeta as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, além de outras infecções graves. 

Quem deve ser vacinado com a meningocócica C?

A vacina meningocócica C é recomendada para crianças, adolescentes e adultos, especialmente aqueles que apresentam maior risco de infecção, como: 

  • Pessoas com sistema imunológico enfraquecido
  • Pessoas que viajam para regiões com maior incidência da doença. 

Como é feita a administração da meningocócica C? 

A vacina meningocócica C é administrada em duas doses, geralmente aos 3 e 5 meses de idade, com um reforço aos 12 meses de idade. 

Vale lembrar que, para adolescentes e adultos, a vacina é administrada em dose única.

Febre amarela

A vacina contra a febre amarela é protege contra uma doença viral que pode causar sintomas graves, como:

  • Febre alta
  • Dores musculares
  • Icterícia 
  • Sangramento 

A febre amarela é transmitida por meio da picada de mosquitos infectados. Esse vírus é endêmico em áreas tropicais da África, América Central e América do Sul.

Quem deve ser vacinado contra febre amarela? 

A vacina contra a febre amarela é recomendada para todas as pessoas que vivem em áreas de risco ou que viajam para essas áreas, especialmente para áreas rurais ou de mata.

Essa forma de prevenção contra a febre amarela é administrada em dose única, por via subcutânea, e é recomendada a partir dos 9 meses de idade. A vacinação deve ser realizada pelo menos 10 dias antes da viagem para áreas de risco, para garantir a proteção contra a doença.

Tríplice viral

A vacina tríplice viral protege contra três doenças virais: 

  • Sarampo: é uma doença altamente contagiosa que causa febre, erupção cutânea e outros sintomas
  • Caxumba: é uma infecção viral que afeta as glândulas salivares, causando inchaço e dor
  • Rubéola: é uma infecção viral que pode causar febre, erupção cutânea e inflamação das glândulas linfáticas. 

Quem deve ser vacinado com a tríplice viral? 

A vacina tríplice viral é recomendada para crianças e adultos que não foram vacinados anteriormente ou que não têm imunidade contra essas doenças. 

Essa forma de proteção é administrada em duas doses, geralmente aos 12 e 15 meses de idade, com um reforço aos 4 anos de idade. Para adultos que não foram vacinados anteriormente, a vacinação é realizada em dose única.

HPV

A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) protege contra certos tipos do vírus HPV, que podem causar câncer:

  • No colo de útero
  • Vulva
  • Vagina
  • Pênis
  • Ânus 
  • Orofaringe,

A vacina contra o HPV é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade, preferencialmente antes do início da atividade sexual, quando a proteção contra o vírus é mais eficaz. A vacinação é realizada em duas ou três doses, dependendo da idade em que a vacinação é iniciada.

Vacina contra gripe

A vacina influenza protege contra uma infecção viral que pode causar sintomas como:

  • Febre
  • Tosse
  • Odinofagia
  • Dor muscular 
  • Fadiga. 

Quem deve se vacinar contra a influenza? 

A vacina contra a gripe é recomendada anualmente para pessoas com mais de 6 meses de idade, especialmente para aqueles que estão em grupos de risco, como: 

  • Idosos
  • Crianças
  • Gestantes 
  • Pessoas com doenças crônicas. 

Quando é necessário se vacinar contra gripe? 

A vacinação é realizada antes do inverno, quando a circulação do vírus da gripe é mais comum. Essa forma de prevenção é atualizada anualmente para proteger contra as cepas virais mais comuns e é composta por vírus inativados, o que significa que não pode causar a doença. 

A vacinação é uma importante medida para prevenir a disseminação da gripe e reduzir o impacto da doença na saúde pública. É importante lembrar que a vacinação contra a gripe não protege contra outros tipos de infecções respiratórias, como o resfriado comum. 

Por que há uma queda na cobertura vacinal no Brasil? 

Infelizmente, o Brasil tem enfrentado uma queda na cobertura vacinal nos últimos anos. A vacinação é uma das intervenções mais importantes da saúde pública, pois previne doenças e evita surtos e epidemias. 

O Brasil, que foi considerado um país pioneiro em campanhas de vacinação, desde 2016, vem apresentando retrocessos. Praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta. Na tabela abaixo é possível visualizar as coberturas vacinais por tipo de vacinas, por ano e por grupo no Brasil, de 2012 a 2022, sendo possível observar essa queda:

Existem várias razões que contribuem para a queda na cobertura vacinal no Brasil, como: 

  • Falta de acesso às vacinas
  • Desinformação
  • Resistência às vacinas 
  • Problemas de logística

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A vacinação é um tema frequente nos postos de saúde onde os médicos atuam. Devido a crescente falta de adesão dos pacientes, é necessário que os médicos atuem fazendo a promoção da saúde nesses ambientes.

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Perguntas frequentes

  1. Quais as vacinas disponíveis no SUS?
    Diversas vacinas são disponíveis no SUS. Dentre elas: BCG, hepatite, tríplice viral, COVID, entre outras.
  2. Por que há uma queda na cobertura vacinal no Brasil?
    Existem várias razões que contribuem para a queda na cobertura vacinal no Brasil, como falta de acesso às vacinas, desinformação, resistência às vacinas e problemas de logística.

Referência bibliográfica

Sugestão de leitura complementar