Índice
- 1 Qual o objetivo do programa nacional de vacinação?
- 2 Como será o cronograma do programa nacional de vacinação em 2023?
- 3 Quais as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)?
- 4 Bacilo de Calmette-Guéri (BCG)
- 5 Vacina contra hepatite B
- 6 Vacina pentavalente no Programa Nacional de Vacinação
- 7 Vacina contra poliomielite
- 8 Pneumocócica 10-valente
- 9 Meningocócica C
- 10 Febre amarela
- 11 Tríplice viral
- 12 HPV
- 13 Vacina contra gripe
- 14 Por que há uma queda na cobertura vacinal no Brasil?
- 15 Faça sua pós em medicina de família e comunidade
- 16 Perguntas frequentes
- 17 Referência bibliográfica
- 18 Sugestão de leitura complementar
Programa Nacional de Vacinação: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!
O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa do governo brasileiro que tem como objetivo garantir a proteção da população contra diversas doenças infecciosas por meio da vacinação. O programa foi criado em 1973 e é coordenado pelo Ministério da Saúde.
Nesse sentido, o PNV oferece diversas vacinas gratuitamente para toda a população, com prioridade para grupos específicos, como crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas. Entre as vacinas disponibilizadas pelo programa estão a BCG (contra a tuberculose), a tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba), a vacina contra a gripe, a vacina contra a hepatite B, a vacina contra a febre amarela, entre outras.
Qual o objetivo do programa nacional de vacinação?
O calendário de vacinação é atualizado periodicamente e pode variar de acordo com as necessidades epidemiológicas do país.
O objetivo do programa é alcançar altas coberturas vacinais para prevenir a disseminação de doenças e, consequentemente, reduzir a morbidade e mortalidade causadas por elas. Além disso, o PNV também desenvolve ações educativas para conscientizar a população sobre a importância da vacinação.
É importante lembrar que o calendário de vacinação pode variar de acordo com a região e as necessidades epidemiológicas do país.
Como será o cronograma do programa nacional de vacinação em 2023?
O cronograma divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que essa campanha será dividida em 5 etapas:
- Etapa 1 – a partir de fevereiro: O foco será na vacinação contra Covid-19 (reforço com a vacina bivalente).
- Etapa 2 – a partir de março: intensificação da vacinação contra Covid-19, tendo como foco crianças com mais de 12 anos
- 3 – a partir de março: intensificação da vacinação de Covid-19 entre crianças e adolescentes
- Etapa 4 – a partir de abril: vacinação de Influenza
- Etapa 5 – a partir de maio: multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas
Quais as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)?
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza diversas vacinas gratuitamente para toda a população, com o objetivo de prevenir a disseminação de doenças infecciosas. Algumas das principais vacinas disponíveis no SUS são:
- BCG: contra a tuberculose;
- Hepatite B: contra a hepatite B;
- Pentavalente: contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B;
- Poliomielite: contra a poliomielite;
- Pneumocócica 10-valente: contra doenças causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonia e meningite; Rotavírus humano: contra a diarreia causada pelo rotavírus;
- Meningocócica C: contra doenças causadas pela bactéria meningococo do tipo C, como meningite e septicemia;
- Tríplice viral: contra sarampo, rubéola e caxumba;
- Febre amarela: contra a febre amarela;
- HPV: contra o papilomavírus humano, que pode causar câncer de colo do útero e outras doenças
- Influenza
- Vacina contra COVID
Bacilo de Calmette-Guéri (BCG)
A BCG é uma vacina utilizada para prevenir a tuberculose, uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. A vacina BCG é aplicada em dose única e é indicada para crianças de zero a cinco anos de idade, especialmente aquelas que têm maior risco de desenvolver a forma grave da doença, como filhos de portadores de tuberculose, crianças vivendo em áreas de alto risco e crianças que apresentam sinais de infecção por HIV.
A vacina é administrada por via intradérmica, geralmente no braço direito, e pode causar uma pequena cicatriz no local da aplicação. Embora a vacina BCG seja eficaz na prevenção de formas graves da tuberculose em crianças, ela não oferece proteção completa contra todas as formas da doença. Além disso, a vacina pode interferir em testes diagnósticos de tuberculose, fazendo com que a pessoa testada apresente resultados falso-positivos.
Vacina contra hepatite B
A vacina contra a hepatite B é uma vacina que protege contra a infecção pelo vírus da hepatite B, que pode causar inflamação e danos no fígado, incluindo cirrose e câncer de fígado.
A hepatite B é transmitida por meio do contato com sangue e outros fluidos corporais infectados, como sêmen e secreções vaginais.
Qual o público alvo da vacina contra hepatite B no programa nacional de vacinação?
Essa vacina é recomendada para todas as pessoas, especialmente aquelas com maior risco de infecção, como:
- Profissionais de saúde
- Pessoas com múltiplos parceiros sexuais
- Usuários de drogas injetáveis
- Pacientes com doença hepática crônica
- Pacientes com HIV
- Crianças recém-nascidas cujas mães são portadoras do vírus da hepatite B.
Como é a administração da vacina contra hepatite B?
A vacina é administrada em três doses, com intervalos de tempo específicos entre cada dose. As primeiras duas doses são geralmente aplicadas com um intervalo de um mês entre elas, e a terceira dose é aplicada entre seis meses e um ano após a primeira dose.
Essa vacina é administrada por via intramuscular, geralmente no braço ou na coxa. Nesse contexto, é uma forma segura e eficaz para prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B, e é uma das principais medidas para prevenir a transmissão da doença.
Vacina pentavalente no Programa Nacional de Vacinação
A vacina pentavalente é uma vacina combinada que protege contra cinco doenças:
- Difteria: doença respiratória que pode levar à obstrução das vias aéreas
- Tétano: doença que afeta os músculos e o sistema nervoso
- Coqueluche
- Hepatite B: doença viral que afeta o fígado, podendo levar a cirrose e câncer hepático
- Haemophilus influenzae tipo B: uma bactéria que pode causar meningite, pneumonia e outras infecções graves em crianças
Essa forma de prevenção é especialmente indicada para crianças, já que as doenças protegidas por ela são muito comuns na infância e podem ser graves e até mesmo fatais.
Como é feita a administração da vacina pentavalente?
A vacina pentavalente é administrada em três doses, geralmente aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um reforço aos 15 meses de idade.
Além disso, é administrada por via intramuscular, geralmente no músculo da coxa ou do braço. É importante lembrar que a vacinação deve ser realizada de acordo com o calendário de vacinação recomendado pelo Ministério da Saúde.
Vacina contra poliomielite
A poliomielite é uma doença viral que pode causar paralisia. Essa doença é transmitida por meio do contato com fezes ou secreções de pessoas infectadas pelo vírus.
Existem duas formas de vacina contra a poliomielite:
- Vacina oral contra a poliomielite (VOP)
- Vacina inativada contra a poliomielite (VIP).
Como é feita a administração da vacina contra poliomielite?
A VOP é administrada por via oral, em gotas, e é indicada para crianças com menos de um ano de idade. A VIP é administrada por via intramuscular, e é indicada para crianças com mais de um ano de idade e adultos.
A vacina contra a poliomielite é recomendada para todas as pessoas, especialmente para crianças. No Brasil, a vacinação contra essa doença é obrigatória para todas as crianças menores de cinco anos, sendo que a VOP é utilizada nas campanhas de vacinação e a VIP é utilizada no calendário regular de vacinação.
Pneumocócica 10-valente
A vacina pneumocócica 10-valente é uma vacina que protege contra dez tipos de bactérias pneumocócicas, que podem causar doenças graves, como:
- Pneumonia
- Meningite
- Sepse
Essas bactérias são transmitidas por meio do contato com gotículas respiratórias, como espirros e tosse, de pessoas infectadas.
Quem deve ser vacinado com a pneumocócica 10-valente no programa nacional de vacinação?
A vacina pneumocócica 10-valente é recomendada para crianças, especialmente aquelas com maior risco de infecção, como prematuros e crianças com doenças crônicas, como doença pulmonar, cardíaca ou renal.
Além disso, é recomendada para adultos com maior risco de infecção pneumocócica, como idosos e pessoas com doenças crônicas.
Como é feita a administração da vacina pneumocócica?
A vacina pneumocócica 10-valente é administrada em três doses, geralmente aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um reforço aos 12 meses de idade.
O local de escolha para aplicação da vacina é a via intramuscular, geralmente no músculo da coxa ou do braço.
Meningocócica C
A vacina meningocócica C protege contra a bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo C, que pode causar meningite meningocócica.
A meningite meningocócica é uma infecção que afeta as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, além de outras infecções graves.
Quem deve ser vacinado com a meningocócica C?
A vacina meningocócica C é recomendada para crianças, adolescentes e adultos, especialmente aqueles que apresentam maior risco de infecção, como:
- Pessoas com sistema imunológico enfraquecido
- Pessoas que viajam para regiões com maior incidência da doença.
Como é feita a administração da meningocócica C?
A vacina meningocócica C é administrada em duas doses, geralmente aos 3 e 5 meses de idade, com um reforço aos 12 meses de idade.
Vale lembrar que, para adolescentes e adultos, a vacina é administrada em dose única.
Febre amarela
A vacina contra a febre amarela é protege contra uma doença viral que pode causar sintomas graves, como:
- Febre alta
- Dores musculares
- Icterícia
- Sangramento
A febre amarela é transmitida por meio da picada de mosquitos infectados. Esse vírus é endêmico em áreas tropicais da África, América Central e América do Sul.
Quem deve ser vacinado contra febre amarela?
A vacina contra a febre amarela é recomendada para todas as pessoas que vivem em áreas de risco ou que viajam para essas áreas, especialmente para áreas rurais ou de mata.
Essa forma de prevenção contra a febre amarela é administrada em dose única, por via subcutânea, e é recomendada a partir dos 9 meses de idade. A vacinação deve ser realizada pelo menos 10 dias antes da viagem para áreas de risco, para garantir a proteção contra a doença.
A vacina tríplice viral protege contra três doenças virais:
- Sarampo: é uma doença altamente contagiosa que causa febre, erupção cutânea e outros sintomas
- Caxumba: é uma infecção viral que afeta as glândulas salivares, causando inchaço e dor
- Rubéola: é uma infecção viral que pode causar febre, erupção cutânea e inflamação das glândulas linfáticas.
A vacina tríplice viral é recomendada para crianças e adultos que não foram vacinados anteriormente ou que não têm imunidade contra essas doenças.
Essa forma de proteção é administrada em duas doses, geralmente aos 12 e 15 meses de idade, com um reforço aos 4 anos de idade. Para adultos que não foram vacinados anteriormente, a vacinação é realizada em dose única.
HPV
A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) protege contra certos tipos do vírus HPV, que podem causar câncer:
- No colo de útero
- Vulva
- Vagina
- Pênis
- Ânus
- Orofaringe,
A vacina contra o HPV é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade, preferencialmente antes do início da atividade sexual, quando a proteção contra o vírus é mais eficaz. A vacinação é realizada em duas ou três doses, dependendo da idade em que a vacinação é iniciada.
Vacina contra gripe
A vacina influenza protege contra uma infecção viral que pode causar sintomas como:
- Febre
- Tosse
- Odinofagia
- Dor muscular
- Fadiga.
Quem deve se vacinar contra a influenza?
A vacina contra a gripe é recomendada anualmente para pessoas com mais de 6 meses de idade, especialmente para aqueles que estão em grupos de risco, como:
- Idosos
- Crianças
- Gestantes
- Pessoas com doenças crônicas.
Quando é necessário se vacinar contra gripe?
A vacinação é realizada antes do inverno, quando a circulação do vírus da gripe é mais comum. Essa forma de prevenção é atualizada anualmente para proteger contra as cepas virais mais comuns e é composta por vírus inativados, o que significa que não pode causar a doença.
A vacinação é uma importante medida para prevenir a disseminação da gripe e reduzir o impacto da doença na saúde pública. É importante lembrar que a vacinação contra a gripe não protege contra outros tipos de infecções respiratórias, como o resfriado comum.
Por que há uma queda na cobertura vacinal no Brasil?
Infelizmente, o Brasil tem enfrentado uma queda na cobertura vacinal nos últimos anos. A vacinação é uma das intervenções mais importantes da saúde pública, pois previne doenças e evita surtos e epidemias.
O Brasil, que foi considerado um país pioneiro em campanhas de vacinação, desde 2016, vem apresentando retrocessos. Praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta. Na tabela abaixo é possível visualizar as coberturas vacinais por tipo de vacinas, por ano e por grupo no Brasil, de 2012 a 2022, sendo possível observar essa queda:

Existem várias razões que contribuem para a queda na cobertura vacinal no Brasil, como:
- Falta de acesso às vacinas
- Desinformação
- Resistência às vacinas
- Problemas de logística
Faça sua pós em medicina de família e comunidade
A vacinação é um tema frequente nos postos de saúde onde os médicos atuam. Devido a crescente falta de adesão dos pacientes, é necessário que os médicos atuem fazendo a promoção da saúde nesses ambientes.
A medicina de família e comunidade (MFC) é definida como a especialidade médica que presta assistência à saúde, de forma continuada, integral e abrangente, às pessoas, às suas famílias e à comunidade.
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- Reconhecer as afecções mais prevalentes em Atenção Primária à Saúde.
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- Gerenciar adequadamente essas situações baseada em evidência científica atualizada.
- Inserção em um ambiente colaborativo de comunidade médica.

Perguntas frequentes
- Quais as vacinas disponíveis no SUS?
Diversas vacinas são disponíveis no SUS. Dentre elas: BCG, hepatite, tríplice viral, COVID, entre outras. - Por que há uma queda na cobertura vacinal no Brasil?
Existem várias razões que contribuem para a queda na cobertura vacinal no Brasil, como falta de acesso às vacinas, desinformação, resistência às vacinas e problemas de logística.
Referência bibliográfica
- ABBAS, A.K; LICHTMAN, A.H; PILLAI, S. (org).Imunologia celular e molecular, 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
- BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. DEPARTAMENTO DE IMUNIZAÇÃO E DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/11/manual-centros-referencia-imunobiologicos-especiais-5ed.pdf. Acesso em 27 de Março de 2023.