É o exame mais usado no Brasil para identificar casos de ILTB (Infecção Latente de Tuberculose) em adultos e crianças; e auxiliar no diagnóstico de Tuberculose (TB) ativa em crianças. Sua positividade não configura infecção ativa (Tuberculose doença) e, sim a presença do bacilo no organismo.
O exame consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a esses antígenos. Dessa forma ocasionando uma reação inflamatória local.
No Brasil, usamos uma tuberculina especifica chamada de PPD-RT 23 (do alemão Renset Tuberkulin) que é aplicada por via intradérmica na face anterior do antebraço esquerdo. Com necessidade de ser conservada em temperatura entre 2 a 8° C, não podendo ser exposta à luz solar, devido a sua extrema fotossensibilidade.
A leitura necessita de experiência do leitor; devendo ser realizada de 48h até 72h após a aplicação, podendo, no máximo, ser estendida até 96h. Apresenta uma especificidade de 97% e uma sensibilidade de 77%. Quando aplicada por leitor experiente O PPD reativo, isoladamente, indica apenas a presença de infecção e não é suficiente para o diagnóstico da tuberculose doença. Ou seja, indica a presença do Mycobacterium tuberculosis e não a doença tuberculose.
E, tendo uma leitura com um valor ≥ 5mm, considera-se positiva. Mas um resultado negativo também não exclui TB ativa, especialmente em indivíduos imunocomprometidos. Como também, podemos ter um PPD reagente e ser devido a reação vacinal, especialmente se aplicado em período próximo a vacinação.
Abaixo algumas causas de falsos negativos:

A técnica para aplicação da PPD é semelhante a aplicação da vacina BGC, quando se injeta o líquido aparece uma área alaranjada com limites precisos semelhantes a uma casca de laranja.
A técnica de aplicação, leitura e conservação do material é padronizada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). O resultado da PT deve ser registrado em milímetros, inclusive quando não houver enduração. Nesse caso, o profissional deverá anotar com zero mm.
Robert Koch, no ano de 1890, relatou em um congresso de Medicina em Berlim que porquinhos-da-índia infectados pelo Mycobacterium tuberculosis apresentaram uma reação inflamatória no local da injeção de bacilos tuberculosos preparados por ele , esse fenômeno descrito por Koch levou ao testes práticos de triagem de tuberculose que foram introduzidos pela primeira vez por Von Pirquet , em 1909 e atualmente continuam sendo de uso comum e amplamente distribuídos.
Sabemos que nos Estados Unidos da América como em muitos outros países do primeiro mundo, a vacinação com a BCG não ocorre em larga distribuição como aqui no Brasil. Eles usam como argumento a reatividade à tuberculina induzida pela BCG pós-vacinação.
Que varia de não endurecimento a endurecimento de 15 mm no local do teste cutâneo. Doze semanas após a vacinação mais de 90% dos vacinados com BCG desenvolveram reações tuberculínicas de ± 10 mm. Essa reação diminui ao longo dos anos subsequentes, mas podem manter-se positivas gerando resultados falso positivos.
Sabemos que quando uma pessoa saudável é exposta ao M. tuberculosis apresenta cerca de 30% de chance de se contaminar. Esse risco pode ser maior ou menor conforme o grau/tempo de exposição.
Conforme fatores imunológicos, virulência do bacilo infectante, entre outros, alguns indivíduos adoecem, outros mantém-se como portadores assintomáticos, apresentam detecção do bacilo através dos testes de rastreamento, mas não transmitem a doença e tampouco apresentam sintomas e/ou alterações radiológicas.
A OMS estima que cerca de ¼ da população mundial seja portadora assintomática do bacilo de Koch em outras palavras tenham infecção latente da tuberculose.
Com risco maior de adoecimento nos 2 primeiros anos e conforme status imunológico maior ou menor risco de desenvolver a doença. Como em pessoas vivendo com HIV/AIDS, usuários de corticoide crônico, transplantados e paciente que fazem uso de terapia com imunobiológicos.
A infecção latente da tuberculose (ILTB) pode ser diagnosticada tanto pela reação de Mantoux; como pelo IGRA (Interferon-Gamma Release Assays) sendo sempre obrigatório descartar doença ativa após a positividade de qualquer um desses testes.
Concluindo, a prova tuberculina ou reação de Mantoux é um bom exame para diagnosticar a infecção (latente) pelo bacilo. É um exame com baixo custo se compararmos com o IGRA, porém de aplicação mais complexa( devido a necessidade de profissionais treinados; necessidade de mais de uma visita ao serviço de saúde)mas podendo ser aplicado nas unidades básicas de saúde, o que, além do baixo custo, tem a praticidade(não necessita de um laboratório) da aplicação.