Coronavírus

Relação de 96,2% entre SARS-CoV-2 e vírus do morcego-ferradura é encontrada em estudo com 781 espécies de coronavírus

Relação de 96,2% entre SARS-CoV-2 e vírus do morcego-ferradura é encontrada em estudo com 781 espécies de coronavírus

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A partir de um estudo, um grupo analisa as sequências genéticas de 781 vírus da mesma família do Sars-Cov-2. De acordo com os pesquisadores, há uma forte suspeita de que os morcegos-ferradura possuam um grupo de vírus que originou o atual coronavírus, sendo responsável também pela transmissão para os seres humanos, tanto no caso do Sars-CoV-1, em 2002, quanto do Sars-CoV-2 causador da pandemia de 2020. Eles seriam uma espécie de “reservatório” da doença em constante evolução.

Fonte: Zoological Society of London

A evolução e a diversidade da família coronavírus ainda não possui um estudo completo que nos esclareça estas informações. Os cientistas tentaram ampliar os conhecimentos acerca da transmissão interespécie e a disseminação na China por meio de análises estatísticas, estudo da genética de diversas espécies de morcegos e das centenas de amostras dos vírus disponíveis.

Pesquisadores e cientistas, porém, ainda não puderam afirmar qual é a real origem do Sars-CoV-2. Por outro lado, descobriu-se que entre a família de morcegos Rhinolophidae há uma troca genética maior e, como meio crucial para a evolução da família coronavírus no hospedeiro, está o gênero Rhinolophus.

Durante entrevista à “Science”, Peter Daszak, o autor deste estudo, disse que “parece que, por pura má sorte filogeográfica, histórica e evolutiva, os Rhinolophus acabam sendo o principal reservatório de coronavírus relacionado à SARS”.

Entre os cientistas está a pesquisadora Shi Zheng-Li, especialista em morcegos pelo Instituto de Virologia de Wuhan. Em dezembro do ano passado ela recebeu uma ligação telefônica do diretor do instituto chinês, para informar que um novo vírus havia sido detectado em dois pacientes de um certo hospital. Sendo o início do que seria a pandemia de hoje.

Os pesquisadores do estudo capturaram alguns morcegos e começaram a juntar material genético, fezes dos animais e extraíram o RNA para ampliar em laboratório. Foi construído com o tempo uma árvore genealógica das espécies e, utilizando o mapa genético viral já existente, foi descoberto que com a pandemia atual neste ano de 2020, um coronavírus encontrado nos Rhinolophus era cerca de 96,2% idêntico ao vírus SARS-CoV-2. De acordo com a “Science”, este é o parente mais próximo do vírus que já foi encontrado até os dias de hoje.

Pesquisa aponta que este é o parente mais próximo já encontrado.
Fonte: NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH/AFP/JC

De qualquer forma, até então não há veredito. O que o estudo mostra na realidade é a grande variedade de espécies e famílias de coronavírus existentes e a atual dificuldade de encontrar a origem de como tudo começou.

A pesquisa acabou passando por uma pausa por conta da verba que foi cortada, portanto acabou sendo continuada por uma organização sem fins lucatrivos, a EcoHealth Alliance, que é dirigida por Daszk, tendo recebido doações de milhões de dólares para a continuação da pesquisa.

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