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O Comitê de Emergência da OMS se reuniu para discutir respostas de longo prazo para a COVID-19. A pandemia que o mundo vem enfrentando é de natureza ímpar. Única, talvez, neste século XXI que vivemos. Conforme começamos a passar do pico da curva de transmissão, nossos olhares precisam se voltar para medidas no futuro. É certo que os efeitos de um evento tão gigantesco serão sentidos por muitos anos a frente.
Com este objetivo, o encontro da OMS levantou pontos importantes a serem considerados, e pretendemos trazê-los aqui neste post.
Pandemia: ainda um problema de saúde pública
A reunião destacou que a pandemia da COVID-19 ainda deve durar bastante tempo. Segundo as declarações do comitê, é necessário que se mantenham os esforços comunitários, nacionais, regionais e globais.
Após discussão profunda e ampla revisão da literatura, o comitê unanimemente concordou que a pandemia constitui ainda um problema de saúde pública de interesse internacional.
Dr. Tedros, diretor geral da OMS, aceitou o conselho oferecido pelo comitê e manterá o estadode emergência de saúde pública internacional, cujo início havia sido declarado pelo mesmo no dia 30 de Janeiro, quando havia menos de 100 casos, e nenhuma morte fora da China.
“A pandemia é uma crise de saúde única no século, e seus efeitos serão sentidos nas décadas por vir. Muitos países que acreditavam ter superado o pior, estão agora lidando com novos surtos. Muitos que tinham sido pouco afetados nas semanas iniciais, estão agora vendo números crescentes de casos e mortes. E alguns que tiveram grandes surtos, conseguiram controla-los.” Fala proferida pelo Dr. Tedros.
Recomendações de longo prazo
O comitê trouxe uma série de recomendações para oferecer como conselho à OMS e partes estatais. Traremos aqui os principais deles:
1 – Aplicação das lições aprendidas de países que estão reabrindo a sociedade de forma bem sucedida, incluindo comércio, escolas e outros serviços;
2 – Fornecer suporte regional e global para respostas solidárias à COVID-19;
3 – Fortalecer e sustentar compromissos políticos e das lideranças para estratégias nacionais, bem como respostas locais, sejam elas de natureza científica, experimental ou de dados. Engajar todos setores para estimar os impactos da pandemia.
4 – Continuar a aumentar a capacidade dos serviços públicos de saúde nos campos da pesquisa, ampla testagem e rastreamento de contatos.
5 – Compartilhar informações, em tempo real com a OMS, sobre epidemiologia da COVID-19, medidas das respostas, e surtos de doenças concorrentes por meio das plataformas apropriadas.
6 – Aumentar engajamento da comunidade, empoderar indivíduos, construir confiança ao desmentir notícias falsas, fornecendo direções claras, racionais, bem como fornecer recursos públicos e medidas sociais.
7 – Participação em ensaios clínicos relevantes, bem como preparar-se para medidas terapêuticas efetivas e introdução de vacinas.
8 – Implementar, regularmente atualizar e compartilhar informações de medidas e conselhos de segurança para viagens, de acordo com o risco medido. Fornecer recursos necessários, inclusive nos pontos de entrada, com objetivo de mitigar o potencial risco de transmissão internacional, e facilitar rastreamento de contatos internacionalmente.
9 – Manter serviços essenciais de saúde com financiamento, recursos humanos e materiais adequados; preparar os sistemas de saúde para a influenza sazonal, outros surtos concorrentes de doença, bem como desastres naturais.
Conclusão
O Comitê de Emergência na COVID-19 forneceu recomendações essenciais, e continua a mobilizar organizações globais e regionais para o enfrentamento da pandemia.
As respostas de longo prazo para COVID-19 são de interesse e importância mundial, e permitem ganhar tempo enquanto a ciência avança nos conhecimentos necessários para a descoberta ou de terapêutica efetiva contra o novo coronavírus, ou implementação em larga escala da vacinação.
Até lá, mantenhamos os esforços individuais e coletivos, preparando-se para resistir, por longo prazo, aos efeitos produzidos pela pandemia.
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