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Resumo de Carbidopa-levodopa | Ligas

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A carbidopa-levodopa é uma associação de dois agentes neurológicos que atuam sinergicamente no tratamento para a doença de Parkinson (DP).

A carbidopa é um inibidor da DOPA descarboxilase. A levodopa, por sua vez, é o precursor metabólico da dopamina, sendo o melhor medicamento (isoladamente) para tratar a DP.

Apresentação Carbidopa-levodopa

Comumente, encontra-se a associação de Carbidopa com Levodopa sendo denominado comercialmente de algumas formas: Carbidol ®, Levocarb ®, Parklen ®, Parkidopa ®, Cronomet ®, Duodopa ®, Sinemet ®. O fármaco tem três apresentações:

1.         Comprimido oral de: Levodopa (250mg) + Carbidopa (25mg);

2.         Comprimido oral de: Levodopa (250mg) + Carbidopa (50mg);

3.         Comprimido oral de: Levodopa (100mg) + Carbidopa (25mg).

Mecanismos de Ação

Na DP há a formação de estruturas chamadas corpos de Levy, que são identificados como corpos estranhos aderidos aos neurônios dopaminérgicos, levando a morte neuronal e consequentemente uma queda nos níveis de dopamina. Essa baixa de dopamina faz com que os níveis de GABA aumentem (pois ela atua em sua inibição), causando uma repolarização excessiva do neurônio. Com base nessa fisiopatologia, a associação carbidopa-levadopa age das seguintes formas:

A Levodopa é um precursor metabólico da dopamina e aumenta o nível de dopamina no Sistema Nervoso Autonômico (SNA), principalmente nos gânglios da base. No cérebro, a levodopa sofre conversão em dopamina por descarboxilação, principalmente dentro das terminações pré-sinápticas de neurônios dopaminérgicos do corpo estriado.

A dopamina produzida é responsável pela eficácia terapêutica desse fármaco na DP; depois de ser liberada, a dopamina é transportada de volta às terminações dopaminérgicas pelo mecanismo de captação pré-sináptica, ou é metabolizada pelas ações da MAO e da catecol-O-metiltransferase (COMT).

A Carbidopa é um inibidor da DOPA descarboxilase, uma enzima que faz a descarboxilação periférica da levodopa em dopamina. Esta enzima, uma vez inibida, não converte levodopa em dopamina e, com isso, possibilita a passagem de uma maior quantidade de levodopa para o cérebro, já que a dopamina não ultrapassa a barreira hematoencefálica.

Farmacocinética e Farmacodinâmica da carbidopa-levadopa

A absorção da levodopa se dá pelo intestino delgado e ocorre de forma rápida, porém depende do pH do suco gástrico e da velocidade de esvaziamento gástrico. A ingestão de alimentos diminui a velocidade de absorção da Levodopa, mas pode diminuir o desconforto gastrintestinal.

A meia-vida plasmática do fármaco é cerca de 1 e 3 horas, e sofre metabolismo hepático e periférico. É excretada pelos rins, principalmente na sua forma metabolizada. A levodopa consegue atravessar a barreira hematoencefálica.

A carbidopa possui absorção, também, pelo intestino delgado, mas se dá de forma mais lenta que a da levodopa. Possui uma meia-vida entre 1 e 3 horas, sofre metabolismo hepático e excreção renal.

Quando se administra esses fármacos conjuntamente, a carbidopa diminui o metabolismo periférico da levodopa, aumenta sua meia-vida e, dessa forma, mais quantidade do fármaco fica disponível para entrada no cérebro.

Indicações

Este medicamento é indicado para tratar a Doença de Parkinson, parkinsonismo pós-encefalite e parkinsonismo sintomático. Não deve ser utilizado para tratar parkinsonismo medicamentoso.

É muito útil para aliviar alguns sintomas da DP, como a rigidez e bradicinesia. Pode ajudar também no controle de tremores, disfagia, sialorreia e da instabilidade postural, associados com a doença e a síndrome de Parkinson.

Quando a resposta terapêutica ao uso isolado de levadopa é irregular, é indicado sua associação com a carbidopa, mostrando-se altamente eficaz entre os portadores de DP.

Contraindicações

Não se deve usar simultaneamente com inibidores da monoaminoxidades-A (MAO-A), devendo esses serem suspensos duas semanas antes do início do tratamento com carbidopa-levadopa.

Em caso de hipersensibilidade a um dos compostos da formulação também fica desaconselhado o uso.

É contra-indicado o uso durante a gestação e por lactentes. A levadopa pode inibir a lactação. A possibilidade de excreção no leite materno é desconhecida.

Efeitos adversos

Quando a levodopa é administrada sem a associação com o carbidopa, os efeitos mais comuns são sintomas gastrintestinais como anorexia, náuseas e vômitos. Pode apresentar manifestações cardíacas como arritmias, porém estas são raras e tendem a diminuir com a associação de um inibidor periférico da descarboxilase, como o carbidopa.

Quando a levodopa é associada à carbidopa os efeitos gastrintestinais se tornam raros e aumenta-se o risco de apresentar Hipertensão Arterial Sistêmica (porém continua sendo rara). Ainda pode apresentar sintomas comportamentais como ansiedade, agitação, insônia, sonolência, depressão, confusão, delírios, alucinações, pesadelos, euforia e alterações do humor ou da personalidade. Além disso, pode causar midríase e discinesias.

Autores, revisores e orientadores:

Autor: Rafael Burlacchini de Carvalho Magalhães – @rafaelburlacchini;

Co-autor: Pedro Souza Andrade – @peu_andrad;

Revisor: José Gilmar Correia Gonçalves – @zeca_goncalves

Orientador(a): Alecianne Azevedo Braga

Liga: LBE – Liga Baiana de Emergência – @lbeunifacs

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