Ginecologia

Resumo de Nifedipino | Ligas

Resumo de Nifedipino | Ligas

Compartilhar

Definição

O nifedipino é um bloqueador dos canais lentos de cálcio que pertence à subclasse das di -hidropiridinas. É usado principalmente como medicamento anti-hipertensivo, inclusive durante a gestação, e no tratamento de angina (estável e instável).

Apresentação do Nifedipino

O nifedipino está disponível em comprimidos de liberação prolongada e imediato. Nas doses de 5 mg a 10 mg, podendo ser administrado por via oral ou sublingual, ocorre pico de concentração plasmática que pode se acompanhar de queda da PA de forma abrupta e inesperada. Vale ressaltar que não há nenhuma vantagem na administração da droga por via sublingual, quando for possível a administração por via oral. Por outro lado, se for necessário o uso da via intravenosa, em situações especiais desde que não haja outro medicamento apropriado disponível, a recomendação é de que se aspire o conteúdo da cápsula (10 mg), diluindo-o em 10 ml de água destilada, e se utilizem 2 ml a 3 ml da solução a cada vez, observando-se cuidadosamente a resposta pressórica.

Mecanismos de ação

Durante a fase de despolarização das células musculares lisas, ocorre um influxo de íons de cálcio por meio de canais voltagem-dependentes. O nifedipino inibe a entrada de íons de cálcio, bloqueando os canais de cálcio dependentes de voltagem de tipo L no músculo liso vascular e nas células do miocárdio. Uma vez que a contração muscular é amplamente dependente do cálcio, sua inibição causa relaxamento, principalmente nos leitos arteriais.  Assim, com o cálcio intracelular reduzido ocorre a redução da resistência vascular arterial periférica e dilatação das artérias coronárias, resultando na redução da pressão arterial sistêmica e aumento da oferta de oxigênio ao miocárdio.

Farmacocinética e Farmacodinâmica do Fluconazol

 

Farmacocinética: O Nifedipino é quase completamente absorvido após administração oral. A disponibilidade sistêmica de Nifedipino de liberação imediata é de 45 – 56%, devido ao efeito de primeira passagem e suas concentrações séricas e plasmáticas máximas são atingidas em um período de 30 a 60 minutos. A ingestão acompanhada de alimentos pode retardar, mas não reduz a absorção da droga. Já o comprimido de liberação prolongada possui uma biodisponibilidade que varia de 68-86% e sua interação com alimentos é similar ao de liberação imediata. Distribuição: o Nifedipino liga-se a 95% das proteínas plasmáticas (albumina). A meia-vida de distribuição após administração intravenosa tem sido determinada como 5 a 6 minutos. Metabolismo: Após administração oral, o Nifedipino é metabolizado na parede intestinal e no fígado, sobretudo por meio de processos oxidativos. Esses metabólitos não apresentam atividade farmacodinâmica. O Nifedipino é excretado na forma de metabólitos, predominantemente por via renal, e cerca de 5 – 15% são excretados por via biliar, nas fezes. Na urina recuperam-se somente traços da substância intacta (menos de 0,1%).

Farmacodinâmica: O Nifedipino é um antagonista do cálcio do tipo 1,4-diidropiridina. Os antagonistas do cálcio reduzem o influxo transmembrana de íons de cálcio para o interior da célula através do canal lento de cálcio. A droga age na musculatura lisa dos vasos de resistência periférica, diminuindo a pressão arterial. No coração, o Nifedipino dilata as artérias coronárias, especialmente os vasos de grande calibre, mesmo no segmento da parede livre de áreas parcialmente estenosadas. Além disso, o Nifedipino reduz o tônus da musculatura lisa vascular nas artérias coronárias e evita vasoespasmos. O resultado final é o aumento do fluxo sanguíneo pós-estenótico e aumento da oferta de oxigênio. Além disso, Nifedipino aumenta a excreção de sódio e água, tanto no tratamento de curto prazo como no prolongado. O efeito de redução da pressão arterial do Nifedipino é particularmente pronunciado em pacientes hipertensos.

Indicações

O nifedipino é indicado para o tratamento de angina crônica estável (angina de esforço), angina do peito vasoespástica (angina de Prinzmetal e angina variante), Hipertensão arterial e crise hipertensiva. Sendo que para crises hipertensivas está mais indicado o uso do medicamento em sua forma de liberação imediata e para os demais casos o mais indicado são os comprimidos de ação prolongada.

Contraindicações     

Contraindicações absolutas:

  • Hipersensibilidade à nifedipino ou seus componentes;
  • Infarto do miocárdio com elevação de  ST;

Contraindicações relativas:

  • Estenose aórtica severa;
  • Angina instável;
  • Hipotensão;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Insuficiência hepática moderada a grave.

Efeitos adversos

Os efeitos adversos mais comuns incluem rubor, edema periférico, tontura e cefaleia. As reações de hipersensibilidade, como prurido, urticária e broncoespasmos são relativamente raras. Importante salientar que a interrupção abrupta do medicamento após seu uso prolongado pode causar hipertensão rebote ou angina

Interações medicamentosas

O Nifedipino é metabolizado por meio do sistema citocromo P450 3A4, localizado tanto na mucosa intestinal quanto no fígado. Fármacos conhecidos por inibir ou induzir esse sistema enzimático podem, portanto, alterar o efeito de primeira passagem (após a administração oral) ou a depuração do Nifedipino. Nesse sentido, deve-se considerar a extensão e a duração das interações quando se administrar Nifedipino junto com os seguintes fármacos:rifampicina, antibióticos macrolídeos (p. ex. eritromicina),inibidores da protease anti-HIV (p. ex. ritonavir),antimicóticos azólicos (p. ex. cetoconazol), fluoxetina,nefazodona,quinupristina / dalfopristina,ácido valproico,cimetidina,cisaprida,fármacos antiepilépticos indutores do sistema citocromo P450 3A4, como fenitoínacarbamazepina e fenobarbital. Durante a coadministração com esses fármacos deve-se monitorar a pressão arterial e, se necessário, considerar o ajuste da dose de Nifedipino.

O Nifedipino pode acentuar o efeito redutor da pressão arterial de anti-hipertensivos administrados concomitantemente, como:

  • Diuréticos;
  • Beta-bloqueadores;
  • Inibidores da ECA;
  • Antagonistas do receptor de angiotensina II (AT-1);
  • Outros antagonistas de cálcio;
  • Agentes bloqueadores alfa-adrenérgicos;
  • Inibidores da PDE5;
  • Alfa-metildopa.

Ao se administrar Nifedipino simultaneamente com beta-bloqueadores, o paciente deverá ser monitorado cuidadosamente, pois em casos isolados observou-se um agravamento da insuficiência cardíaca.

Autor(a) : Larissa Neves Dias – @diasn.larissa

Revisor(a): Camila Pena Queiroz – @_camilapena

Orientador(a): Dra. Lídia Aragão – @liuaragao

Liga: Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia – LAGOB – @lagob_

Posts relacionados:

Resumo de Tratamento da Candidíase | Ligas

Resumo Candidíase Vulvovaginal | Ligas

Caso Clínico: Pré-eclâmpsia | Ligas