Coronavírus

Resumo: Tratamento da COVID-19

Resumo: Tratamento da COVID-19

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Vamos iniciar uma série de posts sobre recomendações para médicos no tratamento da COVID-19. Nesse primeiro post, abordaremos resumidamente quais as recomendações sobre medicações inespecíficas.

Em um outro momento abordaremos o manejo das medicações de uso crônico. Posteriormente, as medicações específicas antivirais contra o SARS-CoV-2 serão tema da nossa discussão.

Então vejamos quais as recomendações para o uso de algumas medicações inespecíficas no tratamento da COVID-19:

Antibióticos no tratamento da COVID-19

Para pacientes com COVID-19 confirmada, não se realiza tratamento com antimicrobianos, já que a coinfecção bacteriana não parece ser uma característica proeminente da doença. Por outro lado, naqueles pacientes em que há dúvida do diagnóstico, pode-se tentar terapia antibiótica empírica.

Ainda nos pacientes com COVID-19 documentada, caso haja mudança no quadro que leve à suspeição de infecção bacteriana concomitante, estaria indicado o uso de antibióticos. Por exemplo, estes casos seriam aqueles pacientes que apresentam febre novamente, após período de remissão, bem como nova consolidação no exame de imagem.

Prevenção de Tromboembolismo Venoso

Diversos estudos mostraram altas taxas de complicações relacionadas à tromboembolismo em pacientes críticos com COVID-19. Portanto, a profilaxia de tromboembolismo venoso é recomendada por diversas sociedades de especialistas.

Veja aqui nosso post que trata mais detalhadamente sobre o assunto.

AINEs no tratamento da COVID-19

Há poucos dados na literatura sobre o risco do uso de AINEs em pacientes com COVID-19. Nesse sentido, não é recomendado descontinuar tratamento com AINEs para aqueles pacientes que estejam em uso crônico devido a outras condições.

No manejo da febre, a droga recomendada e de escolha tem sido o acetaminofeno (paracetamol).

Caso outro AINE seja necessário, a recomendação é a utilização na mais baixa dose terapêutica possível para alcançar o efeito desejado.

Nebulização

Quando medicações inalatórias foram necessárias, é recomendado que estas sejam feitas, sempre que possível, pelos inaladores dosimetrados (bombinhas).

A nebulização deve ser evitada devido o grande risco de geração de aerossóis, aumentando as chances de contaminação.

Caso seu uso seja estritamente necessário, todas as precauções específicas para evitar a contaminação devem ser seguidas.

Glicocorticoides no tratamento da COVID-19

Os glicocorticoides foram associados com risco aumentado de mortalidade em pacientes com influenza, e maior tempo de eliminação viral nos pacientes com MERS.

Portanto, a recomendação da OMS e CDC é não utilizar glicocorticoides sistêmicos, a não ser que exista uma indicação específica para isto. Por exemplo, exacerbação de DPOC.

Caso o paciente não apresente doença pulmonar prévia, também não é indicado uso de Glicocorticoide inalatório.

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