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Resumos: diabetes mellitus – tipo 1 | Ligas

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Definição e Epidemiologia

O Diabetes Mellitus Tipo 1 é uma doença metabólica autoimune causada pela destruição das células beta das ilhotas de Langerhans, o que provoca uma deficiência na produção de insulina por essas células, gerando um excesso de glicose no sangue. No Brasil, o diabetes mellitus atinge cerca de 13 milhões de pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, sendo que a do tipo 1 ocorre entre 5% e 10% dessa população. A sua prevalência é maior em crianças e adolescentes, atingindo cerca de 95 mil pessoas com a idade entre 0 e 19 anos.

 

Fisiopatologia 

O processo de destruição das células beta pode ser desencadeado tanto por fatores genéticos, quanto por fatores ambientais, como infecções virais.  Ele ocorre devido a falhas na autotolerância das células T, causadas por problemas nas deleções clonais das células T autorreativas no timo, ou pela resistência destas a sua eliminação pelas células reguladoras. Desse modo, as células T autorreativas não são destruídas e agem contra os autoantígenos.

A princípio, as células T autorreativas são ativadas nos linfonodos peripancreáticos, chegando ao pâncreas em resposta aos antígenos liberados pelas ilhotas de Langerhans defeituosas, atacando a insulina, a enzima descarboxilase do ácido glutâmico (GAB) das células beta e o autoantígeno das ilhotas pancreáticas 512. No pâncreas, as células betas são lesionadas devido a ação das citocinas, principalmente IFN-γ e TNF-ß, secretadas pelas células T do tipo Th1 e pela ação direta das células T do tipo CTL5 CD8+, que causam a sua morte. Esse mecanismo de destruição das células beta causa uma deficiência progressiva de insulina, que chega a níveis muito baixos, afetando tecidos como o fígado, os músculos e o tecido adiposo.

Quadro clínico

Os sintomas do Diabetes Mellitus tipo 1, em geral, surgem de forma abrupta, uma vez que eles costumam aparecer após a destruição de mais de 80% das células beta. No entanto, o processo autoimune geralmente é lento, podendo demorar alguns anos para a evidenciação da doença. Por isso, o seu surgimento é mais frequente na infância e na adolescência. Dentre os sintomas os mais característicos estão a hiperglicemia e a cetoacidose, mas também podem haver a presença de polidipsia, polifagia e poliúria constantes, que são frequentemente acompanhados pela perda de peso, fadiga e fraqueza.

Diagnóstico

O diagnóstico mais comum é feito por meio de um teste simples de glicemia, em que é verificado se a taxa de glicose sanguínea é igual ou superior a 200 mg/dl ou, caso o paciente esteja em jejum entre 8 e 16 horas, igual ou maior a 126mg/dl. Nos dois casos será feita uma avaliação clínica para verificar a presença de outros sintomas característicos do diabetes.

Além disso, podem ser realizados dois testes:

  • Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), em que é administrado 75g de glicose via oral no paciente que está em jejum de 8 horas e será verificada a sua concentração, ao longo de 3 horas, em intervalos de 30 minutos.
  • Dosagem do peptídeo C e dos autoanticorpos IAA, GAD, ICA512 e do antitransportador do zinco para a verificação do caráter autoimune do diabetes.

Tratamento

O principal tratamento do diabetes mellitus tipo 1 é feito por meio da insulinoterapia, com uma dose padrão que varia de 0,5 a 1U por kg ao dia, que pode ser feita através de um tratamento intensivo. Nele há a aplicação de 3 ou mais doses diárias de insulina, que variam de acordo com vários fatores como idade, peso corporal, rotina do paciente, etc. O tratamento intensivo mais utilizado é feito pela administração de duas doses de insulina NPH, pela manhã e antes de dormir, e três doses de insulina regular antes das principais refeições do dia (café da manhã, almoço e janta). Esse tratamento visa regular os níveis de glicose no sangue. 

Além disso, para que a terapia seja eficaz, deve ser promovido uma melhoria na qualidade de vida do paciente por meio de uma educação alimentar e da prática de atividade física.

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