A Parotidite infecciosa, também chamada de papeira ou caxumba é uma doença infecciosa aguda de alta morbidade e baixa letalidade, causada por um vírus da família Paramyxoviridae.
Normalmente apresenta-se em surtos, que acometem mais as crianças, mas também pode acometer adolescentes e adultos, sendo, nestes, mais grave. Os casos de parotidite esporádicos e isolados nem sempre são causados por infecção pelo vírus da caxumba; podem ser causados por outros vírus como parainfluenza do tipo 1 e 3, Epstein- -Barr, influenza, coxsackie A, echovirus, vírus da coriomeningitelinfocítica e vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Existem também causas não infecciosas, como drogas, tumores, doenças imunológicas e obstrução do ducto salivar, que devem fazer parte do diagnóstico diferencial da doença.
A transmissão do vírus da caxumba pode ocorrer por via aérea, pela própria saliva do indivíduo infectado ou por gotículas disseminadas.
Sinais e Sintomas
A principal manifestação da doença é o edema das glândulas salivares, sobretudo a parótida, acompanhado de febre, cefaleia, mialgia, hiporexia e dor à mastigação. O aumento da glândula ocorre dentro de 2 dias após o começo dos sintomas e pode apresentar-se também como dor no ouvido ou sensibilidade à palpação no ângulo da mandíbula.
Cerca de 20% dos indivíduos infectados são assintomáticos, ou pode a Caxumba manifestar-se como infecção do trato respiratório.
A parotidite infecciosa geralmente tem resolução espontânea, com redução do edema glandular em até 14 dias após o início dos sintomas.
Contudo, deve-se ficar atento às possíveis complicações potencialmente graves, como encefalite, meningite asséptica e ataxia cerebelar, visto que o vírus tem tropismo pelo sistema nervoso central.
Nos adultos e adolescentes, o quadro clínico é mais intenso: até um terço dos homens pode apresentar orquiepididimite; 15% das mulheres evoluem com mastite; e em 5% dos casos, ooforite.
A Orquite é a complicação mais comum pós-puberdade!
O Diagnóstico
É clínico-epidemiológico!
Nos exames laboratoriais não há muitas alterações, exceto em casos graves que cursaram com complicações, onde o hemograma pode apresentar leucocitose. Em alguns casos a amilase sérica pode estar elevada.
Pode-se realizar o isolamento viral ou PCR de swab bucal, saliva e liquor, para a confirmação da doença, porém não é corriqueiramente utilizado.
Tratamento
O tratamento da caxumba é de suporte e sintomático, visto que se trata de uma doença autolimitada.
Deve-se sempre fornecer orientações para hidratação, dietas com restrição de alimentos ácidos, repouso e não comparecimento a locais com aglomerações (como, por exemplo, escolas) durante nove dias após o início da doença.
Como se prevenir?
A prevenção mais indicada contra a doença é a vacinação!
Todas as crianças e adolescentes até 19 anos de idade devem ter duas doses de vacina. O Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde recomenda a aplicação de uma dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade e, aos 15 meses, a aplicação da tetraviral (tríplice viral associada à varicela).
Foi introduzida a segunda dose da vacina para Caxumba para a população de 20 a 29 anos, já para adultos de 30 a 49 anos, permanece a indicação de apenas uma dose.
Vale lembrar que a efetividade da vacina não chega a 100% (fica em torno de 88% com as 2 doses), porém a proteção proporcionada por ela é valiosa e de extrema importância para prevenção de surtos da doença.
Referências
https://www.infectologia.org.br/admin/zcloud/principal/2017/05/CAXUMBA_finalizado_06052017.1.pdf