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Colite é uma inflamação do cólon, o qual é a maior porção do intestino grosso. Essa patologia pode estar relacionada a diversas etiologias, surgindo de forma repentina, podendo ser leve, recorrente, aguda ou grave.
O tratamento varia de acordo com a etiologia, onde as principais são: causas isquêmicas, infecciosas e inflamatória intestinal.
Tipos de Colite
Retocolite Ulcerativa
Doença inflamatória intestinal definida por inflamação difusa da mucosa.
Risco de gravidade e pode estar associada a câncer colorretal. Sua manifestação é feita através de ulcerações e o diagnóstico requer endoscopia com biópsia.
O paciente pode apresentar dor abdominal, diarreia e melena.
Por ser um tipo que pode estar relacionada ao câncer de cólon e com recidivas frequentes. O paciente deve fazer um acompanhamento constante com profissional.
O tratamento é medicamentoso e vai depender da gravidade e extensão, tem por objetivo induzir e manter a remissão.
Isquêmica
É caracterizada pela falta de irrigação sanguínea pontual, onde a mucosa fica pálida e devido a esta interrupção de irrigação, gera-se lesões no cólon.
Fatores de risco para colite isquêmica: idade (idosos), doenças cardiovasculares graves, reparo de aneurisma de aorta e depósitos de gordura nos vasos que irrigam o cólon.
Se apresenta por dor súbita no quadrante inferior esquerdo e eliminação de sangue vivo.
O tratamento se baseia no alívio de sintomas com analgésicos, anticoagulantes, antibióticos e em alguns casos há necessidade de colocação de bolsa de colostomia.
Pseudomembranosa
É causada por uma bactéria oportunista devido ao uso prolongado de antibióticos, uma vez que, tal ato pode matar a flora intestinal, com isso, patógenos podem surgir, sendo um deles o Clostridium difficile, o qual pode levar à colite.
Alguns fatores diagnósticos são: diarreia, dor, desconforto e distensão abdominal, náuseas e vômitos.
O tratamento se baseia em antibiótico específico para o Clostridium, além de reposição da flora.
Doença de Crohn
Definida por inflamação transmural do trato gastrointestinal, sendo caracterizada por lesões descontínuas e segmentares.
Os sintomas são basicamente: diarreia crônica, perda de peso e dor abdominal em quadrante inferior direito, sendo confirmado o diagnóstico através de colonoscopia com ileoscopia e biópsia de tecido.
A doença de Crohn pode levar à síndrome da má absorção intestinal e provocar úlceras profundas.
Influência da alimentação
A alimentação em casos de colite é um fator contribuinte para melhorar os sintomas e a qualidade de vida.
Tanto na fase ativa da doença, quanto na remissão, é orientado a se tomar cuidado com alimentos:
- leite e derivados;
- alimentos à base de trigo;
- carnes vermelhas;
- açúcar;
- alimentos processados/ultra processados;
- bebidas alcoólicas;
- condimentos picantes.
É recomendado que o paciente ingira muita água e faça pequenas refeições a cada 4horas, evitando assim, comer grandes volumes de uma vez.
Pode-se fazer o uso de suplementação de probióticos para manter a microbiota intestinal saudável, contudo, é necessário o uso correto do mesmo.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito de forma cautelosa, com uma anamnese bem detalhada e um exame físico bem feito, uma vez que, se trata de uma patologia com várias etiologias.
Os sinais e sintomas mais clássicos de colite são:
- dor abdominal;
- inchaço abdominal;
- diarreia ou prisão de ventre prolongados;
- presença de muco e/ou sangue nas fezes;
- flatulência;
- vômitos e náuseas;
- desidratação;
- febre.
Exames complementares que podem ser usados para elucidar e fechar o diagnóstico:
- hemograma completo;
- exame de urina e de fezes;
- colonoscopia;
- enterotomografia computadorizada;
- enteroressonância magnética.
Além disso, temos os fatores de risco, tendo como os principais: etnia branca, histórico familiar e idade.
Antibioticoterapia
Os esquemas recomendados são baseados na gravidade da doença, além de levar em conta se é um episódio inicial ou recorrente.
Para episódios iniciais – não grave:
- Tratamento de primeira linha: fidaxomicina oral por 10 dias.
- Tratamento alternativo: vancomicina ou metronidazol oral por 10 dias.
Episódio inicial – grave:
- Tratamento de primeira linha: fidaxomicina oral por 10 dias.
- Tratamento alternativo: vancomicina oral por 10 dias.
Casos de primeira recorrência:
- Tratamento de primeira linha: um ciclo padrão de 10 ou 20 dias de fidaxomicina.
- Tratamento alternativo: um esquema prolongado de dose em pulsos de vancomicina oral, ou um ciclo padrão de 10 dias de vancomicina oral.
Recorrências subsequentes:
- Ciclo padrão de 10 ou 20 dias de fidaxomicina.
- Um esquema prolongado de dose em pulsos e reduzido gradualmente com vancomicina oral.
- Ciclo padrão de 10 dias com vancomicina oral seguida por rifaximina por 20 dias.
Indicação de cirurgia
É indicado em casos fulminantes, onde houve rompimento iminente ou já estabelecido do cólon, fazendo a resseção da região afetada.
Indicada também para pacientes que não respondem à antibioticoterapia ou aqueles os quais apresentam um aumento de contagem leucocitária ou nível de lactato.
O procedimento cirúrgico de preferência é a colectomia subtotal com preservação do reto, uma abordagem alternativa é a ileostomia em alça para derivação.
Referências
https://abcd.org.br/wp-content/uploads/2014/02/Dicas-de-alimenta%C3%A7%C3%A3o-para-DII.pdf
https://www.adrianalauffer.com.br/dieta-para-colite/
https://www.h9j.com.br/pt/sobre-nos/blog/entenda-a-diferenca-entre-os-tipos-de-colite
https://clinicalucidioportella.com.br/colite-tipos-sintomas-e-diagnostico/
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/42/history-exam#keyFactors
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/230/management-approach
https://www.nict.com.br/colite-por-clostridium-difficile/
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