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Tratamento devolve movimentos a pacientes crônicos de Parkinson | Colunistas

Tratamento devolve movimentos a pacientes crônicos de Parkinson | Colunistas

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1.      O que é a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é uma patologia degenerativa do sistema nervoso central, que acomete principalmente o sistema motor, mas que também pode cursar com alterações não motoras como fadiga, hiposmia, distúrbios cognitivos, autonômicos e psiquiátricos. Geralmente, em sua forma habitual, o início da doença ocorre por volta dos 60 anos, atingindo ambos os sexos e sem preferências por raças. 

As manifestações motoras da doença são relacionadas a perda progressiva de neurônios da parte compacta da substância negra, resultando na acentuada diminuição da produção de dopamina e levando a alterações funcionais no núcleo da base. A principal manifestação da doença é a chamada Síndrome Parkinsoniana composta por pelo menos 2 componentes dos seguintes: acinesia, rigidez, tremor e instabilidade postural.

Atualmente, o tratamento da doença é feito principalmente com medicamentos que objetivam o controle dos sintomas e retardar a progressão da doença, sendo o mais conhecido deles a Levodopa. Porém, esse tratamento tem efeitos limitados e a qualidade de vida dos pacientes tende a se deteriorar com os anos.

2.       Novas perspectivas terapêuticas  

Pesquisadores da Western University em Ontário no Canadá, desenvolveram um tratamento que se mostrou promissor na recuperação da marcha em pacientes com doença de Parkinson em estágio avançado. Para o estudo inicial do tratamento foram selecionados 5 participantes com doença de Parkinson em estágio avançado e com distúrbios motores significativos. Esses pacientes foram submetidos então a uma estimulação elétrica, com eletrodos, na espinha dorsal durante um período variável de 1 a 4 meses e os efeitos do tratamento foram estudados durante 6 meses.

Os pesquisadores verificaram que, mesmo após os eletrodos terem sido desligados, os pacientes apresentaram uma melhora significativa em suas dificuldades motoras, apresentando um ganho em qualidade de vida surpreendente.

Acredita-se que o estímulo elétrico na espinha dorsal reative o mecanismo de feedback da movimentação das pernas para o cérebro, que a doença de Parkinson danifica em seu processo de evolução. Com o mecanismo reestabelecido, mesmo após o desligamento do estímulo elétrico, os pacientes experimentam um fortalecimento dos sinais enviados das pernas para o cérebro, o que permite o retorno da marcha de forma normal.

Tomografias dos pacientes submetidos ao tratamento, mostram que antes do implante dos eletrodos as áreas cerebrais responsáveis pelo controle motor não estavam com funcionamento adequado. Após 3 meses de tratamento, as tomografias revelam uma reativação dessas áreas motoras.

3.      Conclusão

Novas perspectivas terapêuticas para doenças crônicas, como a doença de Parkinson, trazem esperança a milhares de pessoas que tem sua qualidade de vida comprometida diariamente com os desdobramentos da patologia.

Apesar dos resultados surpreendentes, o novo tratamento ainda não está disponível para o público geral. Novas pesquisas, com amostragens maiores, devem ser conduzidas em breve segundo a equipe responsável pelo desenvolvimento da terapêutica.