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As futuras mamães passam por uma longa jornada no processo chamado gravidez, pois além de alterações fisiológicas, ocorrem modificações em sua rotina habitual: alterar hábitos alimentares e sociais, visitas à médicos estão entre possíveis novas atividades.
Durante a gravidez, o ultrassom está entre os exames mais aguardados pelas gestantes e toda a família. Além de permitir um contato maior com seu filho e a construção de memórias durante a gestação, a ultrassonografia tem como principal objetivo avaliar a formação e o desenvolvimento do bebê.
A ultrassonografia morfológica, permite, quando realizada no momento adequado, avaliar as estruturas fetais e assim possibilitar a descoberta precoce de malformações e síndromes fetais, além de indicar condições de saúde que possam exigir uma investigação mais profunda, por meio de outros exames mais específicos, e um acompanhamento mais rigoroso da gestação.
Desse modo, é de imensa importância realizar esse exame, afim de obter informações para um acompanhamento da gestação, com o intuito de proporcionar uma maior segurança à mamãe e ao bebê.
O que é ultrassom morfológica?
Também chamado de ultrassonografia e ecografia, o ultrassom é um exame de imagem realizado por um transdutor, que o médico encosta na pele da pessoa e que emite e capta ondas sonoras por meio do contato com o corpo humano. Com base nessa avaliação, imagens são formadas e investigadas por um médico. Entretanto, o aparelho para realizar a USGm tem uma maior resolução se comparado, por exemplo, com a máquina de um ultrassom mais “convencional” (exemplo: USG transvaginal).
Quando fazer?
No primeiro trimestre, este exame é realizado entre 11 semanas e 3 dias e 13 semanas e 6 dias, mais precisamente quando o bebê estiver medindo entre 45mm e 84mm de comprimento da cabeça à nádega. O exame pode ser realizado por via abdominal, entretanto algumas vezes pode ser complementado pela via transvaginal, que permite imagens de maior qualidade. No segundo trimestre, preferencialmente a USGm é realizada entre 20° e 24° semana. Exame morfológico de segundo trimestre deve ser realizado prioritariamente entre 20 e 24 semanas de gestação, pois esta é a melhor época para visualizar com o ultrassom as alterações anatômicas. Trata-se de um exame de rotina em todas as gestações, no qual é feita uma avaliação detalhada sobre a anatomia fetal. Mesmo considerando as limitações técnicas inerentes ao ultrassom, a sensibilidade do ultrassom morfológico para detecção de malformações fetais é de aproximadamente 85%, sendo o exame de escolha para o acompanhamento de malformações já diagnosticadas em qualquer fase da gestação. Devido a sua importância, deve ser realizado por profissional habilitado em Medicina Fetal, o que permite que a maioria das malformações possam ser vistas já nesta época.
Em associação com este exame, de acordo com a solicitação do obstetra, também podemos realizar:
- Avaliação do colo uterino para avaliação de risco de parto prematuro (via transvaginal);
- Avaliação das artérias uterinas para risco de pré-eclâmpsia (Dopplerfluxometria).
Principais alterações que podem ser observadas
Como o nome sugere, esse ultrassom serve para avaliar a morfologia do bebê. Assim, por meio dele, é possível ver com clareza os órgãos internos e membros do feto. O médico avalia se o desenvolvimento está de acordo com a idade gestacional, se há anomalias ou sinais de alerta que indiquem a necessidade de uma investigação mais profunda por meio de outros exames mais específicos. Com USG morfológico é possível descobrir possíveis malformações no feto como:
- Espinha bífida;
- Anencefalia;
- Síndrome de Down;
- Hidrocefalia;
- Complicações renais;
- Hérnia diafragmática;
- Doenças cardíacas.
O procedimento
No ultrassom morfológico, geralmente, o médico passa a sonda na superfície do abdômen e regiãopélvica. Com o auxílio de um gel transparente, a sonda desliza facilmente pela pele, transmitindo para o monitor as imagens formadas pelas ondas sonoras emitidas pelo aparelho.
Em alguns casos, o exame também pode ser feito por via intravaginal ou endovaginal, quando uma sonda especial é inserida pela vagina da gestante, para uma melhor visualização do colo uterino.
Em ambos os casos o exame é indolor e dura, em média, de 30 a 45 minutos.
Conclusão
Métodos para avaliar o feto antes do advento da ultrassonografia eram muito limitados e a ultrassonografia oferecia um potencial enorme para esse fim. Na década de 1990, a mortalidade perinatal nos países desenvolvidos chegou à casa de um dígito. As razões para isso são complexas, mas não há dúvida de que a ultrassonografia tem desempenhado o seu papel e tem sido de grande benefício para muitos pacientes. A padronização de exames, apesar de valiosa no aspecto de manter a qualidade do exame, é algo muito recente na Medicina. O contraste entre o rápido crescimento da ultrassonografia em obstetrícia e a falta de protocolos nacionais sobre a padronização do exame torna o método muitas vezes questionável. Não se pode admitir nos dias de hoje que somente após o nascimento se diagnostiquem malformações que poderiam ser detectadas durante a gestação pelo ultra-som, como, por exemplo, a ausência de dedos, de mãos ou até de membros. Exames ultra-sonográficos bem feitos são capazes de diagnosticar grande parte das malformações e, por esse motivo, não é de estranhar que os programas de monitorização de malformações congênitas devam assinalar nos próximos anos decréscimo acentuado de nascimento de fetos com malformações múltiplas. Acredita-se que a padronização dos exames de ultrassonografia em obstetrícia é algo inevitável, necessário e urgente.
Confira o vídeo:
Autoria: Isael Silva
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.