Nos EUA, o uso de plasma convalescente para tratamento da COVID-19 foi aprovada pela FDA para uso experimental, e está sendo testada em Nova York.
Diante do cenário atual de pandemia, os médicos e pesquisadores têm buscado alternativas que vão além do tratamento de suporte.
Não há qualquer outro tratamento específico que tenha sido aprovado cientificamente para pacientes graves vítimas do SARS-CoV-2.
Aqui no Brasil, no dia 03/04/2020, a ANVISA divulgou uma nota técnica sobre o tema e no dia 04/04/2020, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) autorizou o consórcio formado pelos hospitais paulistas Albert Eisntein, Sírio-Libanês e a USP, o uso em caráter experimental da técnica para tratamento.
O uso de plasma convalescente não é algo novo
Ele já foi utilizado em outras situações de pandemia. Em 2014, foi recomendado pela OMS para tratamento empírico do vírus Ebola. Em 2015, foi estabelecido um protocolo clínico para uso em pacientes com MERS.
No contexto da pandemia pelo vírus da influenza (H1N1) em 2009, uma coorte prospectiva mostrou significante redução do risco relativo de mortalidade em pacientes tratados com plasma convalescente. Outro estudo, desta vez multicêntrico, duplo-cego e randomizado, mostrou que o uso de plasma convalescente utilizado para tratar pacientes com influenza grave pelo H1N1, foi associado a uma menor carga viral e redução da mortalidade.
Um estudo de meta-análise mostrou mortalidade reduzida após os pacientes com infecções respiratórias graves receberem diversas doses de plasma convalescente, sem complicações ou efeitos adversos após o tratamento. As referências bibliográficas para os estudos citados podem ser encontradas no artigo da Lancet, referenciado no fim deste post.
De acordo com a OMS, os recursos utilizados até então para o enfrentamento da COVID-19 são a prevenção da infecção, a notificação e monitoramento, e o tratamento de suporte.