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Pesquisa brasileira, realizada na Universidade Federal de Santa Catarina buscará avaliar a eficácia da vacina tríplice viral contra a COVID-19.
O coordenador da pesquisa, professor Edison Fedrizzi, busca confirmar com sua pesquisa dados preliminares de estudos que apontavam a vacina como possível protetora ao ativar o sistema imunológico.
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Vacinas para outras infecções poderiam proteger contra a COVID-19?
Artigos publicados nas revistas mBio e Science sugeriram que tanto a vacina contra a poliomielite, como a vacina tríplice viral, poderiam ter algum efeito protetor de infecção contra o novo coronavírus, ou pelo menos atenuante dos sintomas.
Segundo os autores, ambas vacinas, por serem feitas de vírus atenuado, seriam capazes de ativar o sistema imune inato, aumentando a atividade de células de defesa inespecíficas, que poderiam atacar outros patógenos.
A prória vacina da poliomielite já esteve associada, em estudos passados, com redução de mortalidade por gripe, e a tríplice viral com menor taxa de mortalidade na população pediátrica.
Além disso, há a hipótese de que talvez as crianças sejam menos afetadas pela COVID-19 justamente pelo fato de terem sido vacinadas mais recentemente. Obviamente, tudo está ainda no campo das hipóteses, e precisa de comprovação.
Bom, tudo começou com uma observação curiosa de que, dentre 955 recrutas da Marinha dos Estados Unidos, apenas 1 deles foi hospitalizado.
Todos os demais que contraíram a doença, manifestaram apenas sintomas leves. Ao entrar na Marinha, todo americano precisa receber uma dose da vacina tríplice viral.
Diante disso, a Universidade Federal de Santa Catarina resolveu testar a hipótese. O estudo se dará entre os profissionais da área de saúde atendendo na linha de frente.
Para participar, os voluntários precisam ter entre 18 e 60 anos de idade. Antes de iniciar a pesquisa, todos serão testados contra a COVID-19. Ao todo, 300 voluntários devem participar da pesquisa.
Os voluntários serão divididos em 2 grupos iguais, sendo que 150 deles receberão as doses da vacina tríplice viral, e os restantes 150 receberão placebo.
Os participante serão então avaliados periodicamente para serem testados contra o SARS-CoV-2, bem como terem os sintomas apresentados graduados.
A vacina MMR é conhecida como tríplice viral e protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Como já faz parte do calendário nacional de vacinações, é segura e não possui contraindicações.
Tudo ainda no campo das hipóteses
É preciso ressaltar que os dados preliminares apontados pelos estudos foram apenas hipotéticos, e portanto não devemos tomar essa medida como eficaz até que os estudos possam comprovar tal associação.
Não há indicação no momento de procurar a vacina para receber uma dose da mesma. Devemos manter as medidas rigorosas que estão sendo adotadas para prevenir a infecção pela COVID-19, e não deixar que os possíveis tratamentos que apareçam relaxem nosso cuidado e produzam sensação falsa de segurança.
Confira o vídeo:
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