Coronavírus

Atenção à saúde mental em tempos de pandemia

Atenção à saúde mental em tempos de pandemia

Compartilhar
Imagem de perfil de Comunidade Sanar

Atenção à saúde mental: tudo o que você precisa saber sobre esse tema em tempos de pandemia!

A pandemia em decorrência do COVID-19 fez a população presenciar um cenário atípico, no qual aqueles que estavam acostumados a comemorar através de festas, passar a tarde de domingo com a família e demonstrar o amor através de abraços, passaram a respeitar o isolamento em suas casas, impedidos de abraçar e mantendo distanciamento.

Além das mudanças de hábitos, os sentimentos também mudaram. Alegrias e sorrisos se transformaram em lágrimas, medos, preocupações e luto. Mas, como tudo na vida, serve para aprendermos.

O que você aprendeu com a pandemia depende da sua vivência, mas eu tenho certeza que você aprendeu a valorizar muitas coisas, dentre elas, a importância de cuidar da sua saúde mental.

O que é saúde mental?

Se eu pedisse para pensar no significado da palavra saúde, provavelmente viria a sua mente uma combinação de alimentação saudável e atividade física para ter peso ideal, prevenir comorbidades etc. Porém, a saúde para ser completa depende não só do corpo, como também da mente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, “Saúde mental refere-se a um bem-estar no qual o indivíduo desenvolve suas habilidades pessoais, consegue lidar com os estresses da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a dar sua contribuição para sua comunidade”.

Ou seja, a saúde mental está relacionada a como você lida com as exigências, desafios e mudanças da vida e o modo como harmoniza suas ideias e emoções.

Efeitos da pandemia na saúde mental

Como medida profilática para controlar a disseminação do vírus e consequentemente não colapsar o sistema de saúde, foi estipulada a quarentena, na qual a recomendação para a população é: sair de casa apenas em caso de extrema necessidade, usar máscara e manter sempre uma distância de 1,5 m de outra pessoa. Para o comércio, as restrições oscilam conforme a classificação em fases, desde a diminuição do horário de funcionamento, número reduzido de clientes, atendimento drive-thru, delivery até a restrição total.

Além do estresse associado ao medo de contrair a doença, essas medidas restritivas podem levar ao desenvolvimento de transtornos mentais, como por exemplo: ansiedade, depressão, humor deprimido, insônia e estresse aumentado.

O isolamento

O isolamento, por exemplo, no início pode ter sido tranquilo para alguns, como eu, que o comparava a “férias” (um tempinho para relaxar acompanhado de muita Netflix, lives e pipoca). Porém, o excesso de isolamento gera um sentimento de solidão e uma aflição pela liberdade que aos poucos se transforma em ansiedade.

Quanto ao comércio, vários empresários aproveitaram para inovar a forma de vender através das redes sociais, marketing digital, delivery e drive-thru. Entretanto, outros viram as vendas caírem, o lucro diminuir até o fim de um sonho (falência) e consequentemente o aumento do desemprego. Diante disso, muitas famílias passaram e ainda passam dificuldades com a diminuição da sua fonte de renda.

O Luto 

Ei, você, pare e reflete comigo!

Pense na dor do luto! Quando perdemos alguém, ficamos desestabilizados e demora para cair a ficha que aquela pessoa que tanto amamos não estará mais entre nós. No momento do velório, passa um filme na nossa mente, relembrando todos os momentos bons que passamos juntos, nos despedaçamos em lágrimas e, aos poucos, os abraços de consolo nos ajudam a lidar com essa dor.

No caso da perda por COVID -19, o sentimento é ainda pior! Os familiares não podem visitar o paciente mesmo em estado grave para se despedir, as cerimônias fúnebres são restritas e rápidas, impedindo que familiares prestem a última homenagem.  Além disso, o distanciamento restringe o abraço de consolo, o que dificulta no momento de lidar com a dor.

Em profissionais de saúde

Os profissionais de saúde possuem importante papel na linha de frente do combate ao COVID-19 ao se distanciarem dos seus amores e ficarem expostos ao vírus para salvar o amor de alguém. Entretanto, a maçante carga horária de trabalho, associada a superlotação e alto índice de mortalidade afetou a saúde mental desses trabalhadores.

Os médicos se viram em uma situação na qual não possuíam o controle, por ser uma patologia nova, com evolução rápida e sem tratamento específico. Além disso, o aumento de casos e a falta de leitos fez esses profissionais ficarem de mãos atadas ao verem a rápida evolução e o falecimento de muitos pacientes que necessitavam de transferência. Diante desse cenário tão caótico, sem previsão de acabar e associado a grande carga horária dessa profissão, vimos a crescente contaminação desses profissionais, afastamento e até mesmo grandes perdas.

Conclusão

A pandemia nos fez presenciar um cenário totalmente atípico e indesejado, com muitas restrições, medo, ansiedade e tristeza. Mas como tudo na vida, ela fez a população valorizar coisas que antes eram deixadas de lado, como por exemplo: a higienização adequada das mãos, um simples abraço e as pessoas que estão ao seu redor.

Além disso, esse período de isolamento faz com que paremos para olhar para nós mesmos, não apenas no quesito de aparência, para mudar o cabelo ou começar a praticar atividade física para perder peso, mas, principalmente para percebermos que cuidar da saúde mental é de extrema importância para uma boa qualidade de vida.

Já sabe né? Vamos aproveitar e colocar o aprendizado em prática já!

Quem cuida da mente, cuida da vida!

Autora: Ana Flávia de Jesus Alves

Instagram: @_alemdamed

O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.


Referências