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Agressividade e agitação psicomotora são as principais causas de atendimentos em emergências psiquiátricas.
Definição
Síndrome comportamental caracterizada por um estado de excitação psíquica e aumento da atividade verbal e motora. É a principal causa de atendimentos em emergências psiquiátricas.
Avaliação do paciente com agressividade e agitação psicomotora
- Após melhora da agitação, investigar se os sintomas são causados ou exacerbados por uma condição orgânica. Além de avaliar o risco de violência e a presença de intoxicação e/ou abstinência de substâncias psicoativas.
- Sinais de violência iminente e os riscos de violência devem ser investigados. Os melhores previsores de comportamento violento são: ingestão excessiva de álcool, história de atos violentos, com prisões ou atividade criminosa e história de abuso na infância.
- A realização de exames toxicológicos, como screening urinário para droga, pode ser útil. Também deve-se investigar se o paciente não está em uso de algum de tipo de medicamento que possa causar quadros de agitação psicomotora.
Manejo do paciente com agressividade e agitação psicomotora
A primeira abordagem terapêutica do paciente agitado geralmente envolve a intervenção comportamental, ambiental e verbal.
Manejo comportamental e ambiental
- Manter-se em postura vigilante e em prontidão para a ação;
- Assegurar-se de que o paciente está fisicamente confortável;
- Evitar movimentos bruscos (nunca se aproximar pelas costas do paciente e com manejo rude);
- Respeitar o espaço físico do paciente, evitando o toque;
- Evitar confronto direto (não olhar diretamente nos olhos do paciente, tentar assumir uma expressão facial neutra, postura corporal relaxada);
- Estar atento a linguagem não verbal;
- Reduzir os estímulos (controle de ruídos, temperatura, iluminação e odores);
- Afastar fatores avaliados como estressores ou desestabilizadores;
- Procurar atender o paciente em uma sala ou área grande e calma, não isolada;
- O ambiente deve ser seguro. Deve-se retirar todos os objetos que possam ser potencialmente perigosos;
- Diminuir o tempo de espera;
- Fornecer informações para os parentes do paciente.
Manejo verbal
- Utilizar linguagem simples, clara e concreta (evitar linguagem abstrata ou metáforas);
- Evitar elevar o tom de voz;
- Estabelecer limites e contratos de maneira respeitosa;
- Evitar confronto direto (ou disputas) com o paciente;
- Estimular expressão verbal de sentimentos;
- Focalizar o assunto, resumir ideias, repetir as últimas ideias do paciente;
- Auxiliar o paciente a reconhecer a realidade (sem confronto);
- Assegurar ao paciente que você pretende ajuda-lo a controlar os próprios impulsos;
- Evitar ceder a testes, desafios e manipulações, bem como evitar promessas, ameaças, opiniões pessoais, manipulação ou faltar com a verdade;
- Explicar as condutas terapêuticas.
Contenções físicas
- As contenções físicas são usadas quando os pacientes são tão perigosos a si mesmos ou aos outros a ponto de construir uma ameaça grave que não pode ser controlada de nenhuma outra forma.
Manejo farmacológico
- As principais indicações do manejo farmacológico são comportamento violento ou agressivo, pânico ou ansiedade intensos e reações extrapiramidais, como distonia e acatisia.
- As três classes de medicações tradicionalmente utilizadas são:
- Antipsicóticos típicos (Clorpromazina, Levomepromazina, Haloperidol);
- Benzodiazepínicos (Diazepam, Clonazepam, Lorazepam, Midazolam);
- Antipsicóticos atípicos (Olanzapina, Ziprasidona, Risperidona, Aripiprazol).
Referências
- American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
- ASTETE DA SILVA, A.; BRAGA, M.C; PEREIRA SOUZA, M e colaboradores. Diretoria de Política de Urgência e Emergência: Protocolo de manejo das urgências. Curitiba, 2015.
- SADOCK, BJ; SADOCK, V; RUIZ, P. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
- SCHMITT, R; COLOMBO T. Programa de atualização em psiquiatria: emergências psiquiátricas. 2012;2(1): 119-164.
Créditos: