Índice
- 1 Causas de anemia ferropriva
- 2 Fatores que favorecem a absorção de Ferro
- 3 Fatores que diminuem a absorção
- 4 Estágios da Anemia ferropênica:
- 5 Achados no exame físico
- 6 Fatores de risco:
- 7 Como confirmar ou afastar?
- 8 Profilaxia:
- 9 Programa nacional de Suplementação de Ferro (PNSF)
- 10 Tratamento:
- 11 Diagnósticos diferenciais:
- 12 Referências:
A definição de anemia se da pela diminuição na concentração de eritrócitos e hemoglobinas, patologia a qual afeta aproximadamente 2 milhões de pessoas no mundo, sendo um problema de saúde pública, uma vez que é prevalente em populações as quais estão em estado de vulnerabilidade alimentar e social.
As anemias são mais prevalentes em crianças pré-escolares e gestantes, dentro das anemias carenciais temos: Deficiência de ferro, de folato e de vitamina B12, neste artigo iremos focar na deficiência de ferro.
Causas de anemia ferropriva
A anemia ferropriva (ADF) é a causa mais comum de anemia, dentre suas causas estão: redução da ingestão de ferro e aumento da perda deste. Normalmente a falta de ferro é decorrente da deficiência da ingesta, porém pode ser ocasionada por perda crônica de sangue ou por defeitos de absorção. Nas mulheres a principal causa é a menstruação excessiva.
De modo geral, tal patologia é decorrente de carências prolongadas especialmente em períodos de maior demanda, como crianças e adolescentes onde estes possuem velocidade de crescimento. O ferro é encontrado em diversos alimentos de origem animal e vegetal, contudo, deve-se analisar a capacidade do organismo em aproveitar e exercer assim, suas funções, determinando sua biodisponibilidade. Vale ressaltar que o ferro é em sua maior parte (aproximadamente 65%) encontrado na hemoglobina, a qual tem por função o transporte de gás carbônico e oxigênio, nela o átomo de ferro divalente é encontrado no centro do núcleo tetrapirrólico, dando origem ao núcleo heme, em outras palavras, o ferro é indispensável para a formação de hemoglobina.
Fatores que favorecem a absorção de Ferro
- agentes solubilizantes
- gestação
- hemocromatose hereditária
- forma heme
- forma ferrosa
- ácidos
Fatores que diminuem a absorção
- forma férrica
- aumentos da hepcidina sérica
- diminuição da eritropoiese
- inflamação
- ferro inorgânico
Estágios da Anemia ferropênica:
1°) Depleção do ferro: diminuição dos depósitos de ferro no fígado, baço e medula. Há redução da ferritina sérica
2°) Deficiência do ferro: redução do ferro sérico e da saturação da transferrina, há aumento da capacidade total de ligação da transferrina.
3°) Anemia ferropriva (final): sinais clínicos + redução da hemoglobina e hematócrito
Achados no exame físico
- Língua lisa e dolorosa
- queda de cabelo
- unhas fracas e quebradiças
- ter vontade ou comer terra e/ou gelo
- quelite angular
- escleras azuladas
- Fadiga
- Dispneia aos esforços
- palidez
- desânimo
Fatores de risco:
- Gestantes
- menorreia
- doença celíaca
- uso de anti-inflamatórios não esteroidais
- doença renal crônica
Como confirmar ou afastar?
- Hemograma- em casos leves VCM e HCM estarão normais
- Ferro sérico e ferritina baixos
- Índice reticulocitário baixo, depois de tratado este aumenta
- Se o histórico alimentar não for sugestivo de carência, deve-se pesquisar a perda crônica, como em casos de parasitas nas fezes e de doenças crônicas do trato gastrointestinal.
Profilaxia:
Suplementação de ferro medicamentosa em doses profiláticas em conjunto de ações na educação alimentar e nutricional, além de acesso ao saneamento básico. Vale ressaltar que o aleitamento materno protege a criança, visto que há a passagem e absorção sistêmica do ferro.
Nas gestantes além da suplementação profilática, a ingesta de alimentos que contenham farinhas enriquecidas com ferro e ácido fólico, e seguir uma alimentação saudável com ingesta de ferro de alta biodisponibilidade.
Há para crianças prematuras e/ou com baixo peso ao nascer também a suplementação, além do aleitamento exclusivo até os seis meses.
Programa nacional de Suplementação de Ferro (PNSF)
Consiste em um programa criado pelo ministério da saúde, onde há a suplementação profilática com sulfato ferroso para todas as crianças de seis a dois anos e gestantes, segue abaixo o esquema de administração:

Tratamento:
Pode ocorrer por reposição oral de ferro, onde deve-se iniciar com doses baixas e aumentar progressivamente – forma mais lenta, há também a forma parenteral, a qual é utilizada na impossibilidade da via oral.
Possuímos três formas de se aumentar as reservas orgânicas de ferro através da dieta:
Aumentar o consumo de ferro heme e o consumo de vitamina C, além de outros estimuladores de absorção nas refeições.
Diminuir, durante as refeições, o consumo dos inibidores da absorção de ferro (chá, café, alguns cereais, leite e derivados).
Investigação para diagnóstico:
- hemoglobina e hematócrito
- volume corpuscular médio
- contagem plaquetária
A monitorização deve ser feita pelos exames: reticulócitos, hemograma completo a cada 30-60 dias.
O tratamento é feito até se ter a reposição dos estoques de ferro, o qual dura cerca de seis meses.
É de suma importância pesquisar e tratar causas de baixo aporte alimentar e parasitoses intestinas.
Segundo a Associação Paulista de Medicina, o ferro é melhor absorvido em jejum, seguido por alimentos ricos em vitamina C e alimentos amargos.
Diagnósticos diferenciais:
- Anemia de doença crônica
- Anemias sideroblásticas
- Distúrbios da síntese de globina
Referências:
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/94
https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/anemia-ferropriva
Fundamentos em hematologia de Hoffbrand, 7 ed, 2018
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_suplementacao_ferro_condutas_gerais.pdf
Blackbook clínica médica, 2° edição, Reynaldo Oliveira, páginas 531 e 535https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/23523/13910

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