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Caso clínico Pós-operatório

LBCC-CASOS-CLINICOS

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1. História Clínica

R. A.
B. , sexo masculino, 65 anos, natural e procedente de Salvador (BA),
encontra-se em 6º dia pós-operatório tardio de Revascularização miocárdica, diabético
(sem tratamento regular), hipertenso e dislipidêmico há 10 anos em uso regular
de propranolol e sinvastatina. O cateterismo cardíaco realizado mês anterior ao
procedimento cirúrgico evidenciou lesões
obstrutivas de 80% em terço médio de coronária direita, de 60% em tronco de
coranária esquerda e de 90% em óstio de artéria descendente anterior. Paciente
dá entrada no hospital LBCC com queixa de dispneia súbita, sem fatores de piora
ou melhora, associado a dor pleurítica e hipoxemia, nega tosse e hemoptise. Paciente
ainda se queixa de dor no local da incisão cirúrgica, em pontada, 6/10, sem
fatores de piora ou melhora, sem irradiação, associado a drenagem de secreção
purulenta pela esternotomia e febre de 38ºC. Observou ainda deiscência de 2 cm
na porção medial da ferida. Realizou angioTC que
evidenciou trombo pulmonar em artérias pulmonares, iniciada terapia com
heparina e tomografia de tórax sem contraste que revelou coleção no mediastino
anterior de 4 x 5 cm. Introduziu-se Vancomicina EV 500mg 6/6h e 15 dias depois
foi submetido a toracotomia exploradora com limpeza do esterno e drenagem
mediastinal.

Exame
físico

  • Geral: Paciente em regular estado geral, lúcido e orientado no tempo e no espaço, emagrecido, mucosas normocrômicas, escleras anictéricas e febril (38ºC).
  • Dados vitais: PR = 115 bpm, FR = 30 ipm, Tax = 38°C, TA = 135x70mmHg, Saturação de oxigênio: 93%.
  • Pele e fâneros: incisão cirurgia na região média esternal hiperemiada, com drenagem de secreção purulenta e presença de deiscência em porção medial da sutura.
  • Aparelho respiratório: tórax em plano, simétrico, sem regiões de hipersensibilidade, com expansibilidade e frêmito toracovoral preservadas bilateralmente. À percussão, som claro pulmonar. Murmúrio vesicular bem distribuído, sem ruídos adventícios.
  • Aparelho cardiovascular: precórdio calmo, ausência de impulsões visíveis. Ictus cordis palpável no 5° EIC, na linha hemiclavicular esquerda. Bulhas rítmicas, normofonéticas em dois tempos. Ausência de sopros.
  • Abdome: à inspeção, abdome plano, cicatriz umbilical intrusa, ausência de lesões cutâneas, cicatrizes, equimoses, circulação colateral ou herniações. Na ausculta, ruídos hidroaéreos presentes, sem sopros arteriais. À percussão, abdome timpânico difusamente, presença de macicez em loja hepática e espaço de Traube livre. Palpações superficial e profunda sem alteração.
  • Demais sistemas sem alterações. 

2. Pontos de Discussão

  • Como
    o pós-operatorio é classificado?
  • Como
    realizar uma adequada vigilância pós-operatoria?
  • Quais
    as principais complicações cirúrgicas no pós operatório?
  • Quais
    sistemas devem ser avaliados nesse caso?

3. Discussão

A
cirurgia é dividida em 3 momentos: pré-operatório, intraoperatório e
pós-operatório, sendo que este último ainda se subdivide em pós-operatório
imediato, até 48 horas pós procedimento cirúrgico e pós -operatório tardio, até
30 dias. Cabe ao profissional de atentar a esse tempo para que realize a
correta avaliação pós-operatória do paciente.

Uma
adequada vigilância pós-operatória é essencial para detecção precoce de
possíveis complicações e intervenção precoce para solucionar o problema. Ela
consiste na avaliação rotineira das feridas cirúrgicas, ingestão nutricional e
hídrico do paciente bem como o débito urinário, avaliação da dor, temperatura e
estado nutricional.

Paralelo
a isso, as complicações cirúrgicas estão relacionadas a associação de diversos
fatores como o estágio avançado da doença, erros técnicos, natureza da
patologia dentre outros. Elas podem ser prevenidas e minimizadas a partir de
algumas condutas, como uma avaliação pré-operatória meticulosa, manipulação
suave dos tecidos, realização cuidadosa dos tempos cirúrgicos.

As
principais complicações cirúrgicas são relacionadas a ferida operatória, aos
sistemas respiratório, cardíaco, termorregulação, urinário, gastrointestinal,
hepatobiliar e neurológico. A seguir, vamos nos ater aos 4 mais prevalentes.

Ferida

Respiratória

Cardíaca

Termoregulação

Trato urinário

Trato gastrointestinal

Hepatobiliares

Neurológicas

Seroma

Embolia pulmonar e TVP

Hipertensão

Hipotermia

Retenção urinária

Ílio e Obstrução intestinal precoce

Lesões do ducto biliar

Delírio, distúrbios cognitivos e psicose

Hematoma

Atelectasia

Isquemia e infarto periopera-

tória

Hipertermia maligna

Insuficiência renal aguda

Aderências e fístulas

Distúrbios convulsivos

Deiscência

Pneumonia

Choque

cardiogênico

Febre pós-operatória

Abcessos

AVE e AIT

Infecção

Edema pulmonar

Arritmias

Hérnias internas

 

Trauma pulmonar

Insuficiência

cardíaca

Intussuscepção

 

SARA

Síndrome compartimental

Ferida:

Seroma:

  • Conceito: É um achado
    benigno, relacionado a coleção gordurosa liquefeita, soro e líquido linfático
    que se forma sob a incisão. É um líquido claro e amarelado, viscoso encontrado
    no subcutâneo. Ocorre principalmente após mobilização de grandes retalhos
    cutâneos;
  • Quadro
    clínico:
    edema localizado, bem circunscrito, ocasional drenagem de líquido claro
    pela ferida operatória e desconforto a pressão;
  • Prevenção: colocação de
    drenos de sucção sob os retalhos de pele ou potencial espaço morto criado pela
    linfadenectomia;
  • Tratamento: um seroma que
    reacumula após pelo menos duas aspirações é evacuado pela abertura da incisão e
    limpeza da ferida com gaze umedecida com solução salina para permitir
    cicatrização por segunda intenção. Na presença de tela sintética opta-se pela
    drenagem aberta na sala de operações com o posterior fechamento da incisão para
    evitar infecção da tela. Um seroma infectado também é tratado por drenagem
    aberta.

Hematoma:

  • Conceito: acúmulo
    anormal de sangue no subcutâneo ou espaço potencial. Existe uma falha em dos
    tempos da cirurgia, a hemostasia. Isso pode estar associado a diminuição dos
    fatores de coagulação e coagulopatias. Requer vigilância pois é um potencial
    sítio infeccioso.
  • Quadro clínico: possui
    dimensões e localizações variáveis. Manifesta-se com descoloração púrpura/azul,
    com o sem dor que pode estar associado a drenagem de liquido vermelho pela
    ferida.
  • Prevenção: atentar no
    pré-operatório para suspensão de anticoagulantes e correção de distúrbios  de coagulação, avaliação de fatores de risco
    para coagulopatias preexistentes e dos parâmetros de coagulação (TP, TTPA, RNI
    e plaquetas).
  • Tratamento: depende do
    tamanho do hematoma, se for pequeno apenas observa (provável reabsorção), se
    for de médio a grande segue-se com provável drenagem em centro cirúrgico.

Deiscência:

  • Conceito: separação das
    camadas musculoaponeuroticas. É muito temida devido a possibilidade de
    evisceração e infecção da ferida. Ocorre principalmente entre 7 a 10 dias após
    a operação.
  • Quadro clínico: súbito, rompimento
    de parte da sutura, com drenagem de grande quantidade de líquido claro, cor
    salmão que precede o início dos sintomas.
  • Prevenção: atenção no
    fechamento da aponeurose e quando possível optar por suturas descontinuas.
  • Tratamento: depende do
    tamanho da deiscência. Se for pequena é indicado tratamento conservador, cobrir
    a ferida com gaze umedecida em SF e bandagem. No caso de evisceração deve-se
    cobrir o local com compressa umedecida e abordagem cirúrgica após reposição
    volêmica.

Fatores associados a Deiscência da ferida

Emergência

Uso crônico de corticoesteroides

Infecção da ferida, seroma e hematoma

Deiscência prévia da ferida

Idade avançada

Radioterapia/ Quimioterapia

Pressão interna elevada

Doenças sistêmicas (DM, uremia)

Obesidade

Erro técnico do profissional

O
paciente R.A.B. cursou com deiscência de 2 cm na região medial da ferida
operatória. Ele apresenta como fatores de risco a idade avançada, pois a
diminuição de colágeno dificulta a cicatrização. Além disso possui também uma
infecção da lesão, com saída de secreção purulenta e sinais flogisticos e
também é portador de diabetes há 10 anos, sem tratamento regular, todos esses
fatores contribuem para a abertura da ferida operatória.

Infecção
da ferida:

  • Conceito: são causadas
    por contaminação bacteriana do sítio operatório e podem ocorrer devido a
    transecção ou penetração do lúmen de víscera oca, fonte de bactérias presente
    na pele do paciente, falha técnica cirúrgica (infecção exógena). É um problema
    significativo para os cirurgiões atuais pois possui grande impacto na
    morbimortalidade do paciente e nos custos hospitalares. É categorizada em 3
    grupos: superficiais, que incluem pele e tecido subcutâneo; profundas, que
    incluem fáscias e músculos e espaço orgânico, que inclui os órgãos internos do
    corpo. Os Centers for Disease Control and Prevention propõem critérios
    específicos para o diagnostico de infecções no sitio da operação.
    Paralelamente, a ferida operatório ainda pode ser classificada em limpa, limpa
    contaminada, contaminada e suja.
  • Quadro clínico: mais frequente
    entre o 5º e 6º dia pós-operatório. Cursa com edema, eritema, drenagem, consistência
    mole e pode cursar com leucocitose e febre.
  • Prevenção: aplicadas
    antes e depois da cirurgia.
  • Tabagistas:
    parar de fumar durante o tempo de pré e pós-operatório imediato;
  • Obesos: perder
    peso, se o procedimento for eletivo;
  • Diabéticos:
    controle rigoroso dos níveis de glicose;
  • Uso crônico de
    corticoesteroides: suspender ou diminuir a dose;
  • Cirurgias abdominais:
    lavagem intestinal preparatória;
  • Antibioticos
    pré-operatorios para profilaxia são administrados seletivamente.

Critérios dos Centers for Disease Control para definição de      Infecção no Sítio Cirúrgico

Incisional superficial

Incisional profunda

Espaço orgânico

Infecção com <30 dias após operação

Ocorre <30 dias após operação sem implante ou comprometimento dos tecidos moles

Infecção que ocorre <30 dias após operação, sem a presença de implante

Compromete a pele e o tecido subcutâneo + um dos fatores abaixo:

Infecção que ocorre em um período inferior a 1 ano após a operação com implante e a infecção envolve os tecidos moles profundos (fáscia e músculo) + um dos fatores abaixo:

Infecção que ocorre em período inferior a 1 ano após operação, com implante e infecção. Envolve qualquer parte da operação aberta ou manipulada + um dos seguintes fatores:

1. Drenagem purulenta;

1. Drenagem purulenta oriunda de espaço profundo;

1. Secreção purulenta em um dreno instalado em um espaço orgânico;

2. Diagnostico de infecção no sítio da operação superficial pelo cirurgião;

2.  Abcesso encontrado em espaço profundo;

2. Organismos cultivados no material aspirado do espaço orgânico;

3. Sintomas de eritema, dor, edema local.

3. Diagnostico pelo cirurgião;

3. Abscesso;

4. Sintomas de febre, dor e sensibilidade.

4. Diagnóstico de infecção por um cirurgião em um espaço orgânico.

Classificação das Feridas Operatórias

Categoria

Critérios

Índice de infecção

Limpa

Sem penetração de víscera oca;

Fechamento por primeira intenção;

Sem falhas na técnica asséptica;

Procedimento eletivo.

1-3%

Limpa contaminada

Víscera oca penetrada, mas controlada;

Sem inflamação;

Fechamento por primeira intenção;

Pequena falha na técnica asséptica;

Utilização de dreno mecânico;

Preparação intestinal no pré-operatório.

5-8%

Contaminada

Extravasamento descontrolado de uma víscera;

Inflamação aparente;

Ferida aberta, traumática;

Grande falha na técnica asséptica.

20-25%

Suja

Não tratada, extravasamento descontrolado de uma víscera;

Pus na ferida cirúrgica;

Ferida aberta supurativa;

Inflamação grave.

30-40%

O
paciente R. A. B. cursou com infecção do sítio cirúrgico no 6º dia
pós-operatório, está dentro da faixa de maior frequência desse achado. Ele apresentou
hiperemia do local, dor, drenagem de secreção purulenta e febre. O diagnostico
dessa infecção de sitio cirúrgico segundo a Centers for Disease Control and
Prevention
é do tipo incisional profunda, já que o paciente apresenta
drenagem purulenta e febre, na TC de tórax foi verificado coleção em mediastino
anterior. O procedimento de revascularização miocárdico foi eletivo e por isso
é classificado como ferida limpa e apesar do baixo índice de infecção (1-3%) o
paciente apresentou infecção. Isso pode ser justificado pelos fatores de risco
inerentes ao paciente tais como DM e idade avançada.

Respiratória:

Quase
todos os pacientes apresentam diminuição da capacidade residual funcional no pós-operatório.
Isso pode ocorrer por conta de diversos fatores tais como distensão abdominal,
incisão dolorosa no tórax ou região abdominal superior, obesidade, tabagismo
associado a DPOC, decúbito dorsal prolongado e sobrecarga de liquido levando a
edema pulmonar. Incisões torácicas e abdominais promovem alterações
significativas nos padrões respiratórios. Vale salientar que 25% das mortes no pós-operatório
se relacionam a complicações pulmonares que ainda se associam a ¼ de outras
complicações letais.

A
complicação pulmonar mais comum é  a
atelectasia, devido a ação dos anestésicos, da incisão abdominal e dos
narcóticos pós-operatórios, os alvéolos periféricos colabam. A pneumonia também
pode ocorrer devido a aspiração dos conteúdos orofaríngeos ou gástricos, devido
principalmente ao uso do anestésico que diminui os reflexos da tosse e relaxa o
esfíncter esofagiano. O trauma pulmonar e SARA também podem ocorrer devido a
uma hipo-oxigenação causada por uma resposta inflamatória fisiopatológica, que
leva ao acúmulo de liquido nos alvéolos, bem como ao espessamento no espaço
entre os capilares e os alvéolos.

Paralelamente,
uma das complicações respiratórias mais temidas devido a alta taxa de mortalidade
é a  trombose venosa profunda (TVP)
associado ao tromboembolismo pulmonar (TEP). A TVP é causada por um desequilíbrio
de fatores que estão agrupados na tríade de Virshow: hipercoagulabilidade, estase
venosa e agressão a camada íntima do vaso. Paciente cursa tipicamente com dispneia
súbita, taquipneia, taquicardia, hipoxemia e pode ter dor pleurítica.
Atualmente o D-dímero, produto de degradação de um coágulo de fibrina, é muito
utilizado nas emergências, pois tem alta sensibilidade, caso o D-dímero seja
elevado, o paciente segue para Angio TC pulmonar.

O
paciente R. A. B. apresentou TEP no pós-operatório tardio, cursando com dipneia
súbita, taquicardia e hipoxemia. O surgimento dessa patologia pode estar
relacionado ao procedimento cirúrgico, devido a estase venosa por conta da
imobilização prolongada durante o procedimento. Outro fator relacionado é a
lesão a camada íntima do vaso, devido ao acesso venoso necessário para o
procedimento. Vale salientar que seria importante a solicitação de USG venosa
com doppler dos MMII já que 80% dos pacientes com TEP têm TVP.

Termoregulação:

Hipotermia: significa
queda de 2ºC na temperatura corporal; mais de 80% dos procedimentos cirúrgicos
estão associados a uma queda na temperatura corporal e 50% dos pacientes com
trauma apresentam hipotermia quando chegam à sala de operação. Isso é
desencadeado por perda dos mecanismos termorreguladores do corpo. Vários
fatores podem ser responsáveis por essa perda, tais como: trauma com lesão em
ambiente frio, reanimação rápida com líquidos intravenosos frios, anestésicos,
grandes áreas expostas das feridas, operação prolongada, idade avançada,
opioides. A hipotermia está relacionada a um aumento de 2 a 3 vezes na
incidência de isquemia no pós-operatório. Isso ocorre por conta da liberação de
noradrenalina que promove vasoconstrição periférica e órgãos menos nobres e
elevação da pressão arterial. Desse modo, a hipotermia repercute no sistema
cardiovascular, de coagulação e na cicatrização da ferida e por isso deve ser
devidamente monitorada, sobretudo no pós-operatório imediato.

Hipertermia
maligna (HM):
é uma crise hipermetabolica potencialmente fatal que se manifesta
durante ou após exposição a um anestésico geral deflagrador em pessoas
suscetíveis. O paciente possui regulação alterada de cálcio no músculo
esquelético resultando em efluxo aumentado de cálcio proveniente do reticulo
sarcoplasmático. Quando o indivíduo suscetível a HM é exposto ao anestésico deflagrador,
ocorre liberação anormal de cálcio, que provoca ativação prolongada dos
músculos, culminando em rigidez e hipermetabolismo. A ativação muscular
continua resulta em geração excessiva de calor. Se não for tratada, a morte de
miocitos e a rabdomiólise resultam em hipercalemia e mioglobulinúria, levando a
quadro de ICC, isquemia intestinal, síndrome compartimental e morte. É
necessária avaliação minuciosa pré-operatória para saber os riscos do paciente
e se utiliza o anestésico com ou sem o deflagrador.

Febre
pós-operatória:
é um dos achados clínicos mais preocupantes no
pós-operatório. A febre se refere ao aumento da temperatura corporal. Ela
resulta da invasão bacteriana ou de suas toxinas, que estimulam a produção de
citocinas. Pode ocorrer em até 2/3 dos pacientes, e sua causa é infecção em
cerca 1/3 dos casos. As infecções mais comuns são as associadas a assistência à
saúde: infecção do local operatório, infecção do trato urinário (cateter),
infecção relacionada com cateter intravascular e pneumonia. As febres altas com
grandes flutuações ou persistentes e que ocorrem de 5 a 8 dias após a operação
são mais preocupantes do que aquelas que acontecem logo em seguida à operação. Durante
as primeiras 48 a 72 horas após a cirurgia, acredita-se que a principal causa
de febre seja atelectasia. Sendo assim, o paciente precisa ser monitorado
adequadamente no pós-operatório quanto a presença de febre e se existe alguma
infecção que precise de intervenção rápida.

Trato urinário:

A retenção urinária é uma complicação pós-operatória comum, que pode ter incidência alta em pacientes submetidos a cirurgias perianais e reparos de hérnias. É uma anomalia reversível que resulta da descoordenação entre o trígono e o músculo detrusor, devida à dor e ao desconforto pós-operatório. O profissional deve se atentar para a eliminação de urina no pós-operatório, que deve ocorrer entre as 6 a 7 horas após o procedimento. Caso o paciente curse com desconforto intenso e constante no hipogástrico e esteja anúrico, uma cateterização vesical pode ser um cuidado pós-operatório eficiente até o restabelecimento da função normal.

4. Objetivos de aprendizados/competências

  • Entender a importância da avaliação pós-operatória detalhada para detecção precoce de complicações;
  • Abordar as principais complicações pós-operatórias e entender como preveni-las;
  • Correlacionar os conhecimentos com o caso clínico.

Autora: Yasmin Seixas de Freitas

Confira o vídeo:

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