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Conheça os tipos de Ultrassonografia | Colunistas

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Antes de conhecer os tipos de ultrassonografia que existem, vamos explicar como esse exame funciona. A ultrassonografia é um método de diagnóstico por imagem que fornece informações em tempo real da arquitetura (e alterações) dos órgãos e estruturas avaliadas. Ultrassom é um termo que se aplica à onda sonora cuja frequência é superior àquela percebida pelo ouvido humano. Essa onda se propaga pelos meios e sua velocidade de propagação depende das características desses meios, ou seja, sua velocidade de propagação é diferente em partes moles, ossos e através de cavidades.

Os
aparelhos de ultrassom possuem um transdutor que é responsável tanto por
produzir a onda como por absorver a energia mecânica gerada pela interação da
onda com o meio de propagação. Ele converte essa energia em um sinal elétrico que
é enviado e processado por um computador e este gera a imagem que vemos no
visor do aparelho. A escolha de um transdutor define a frequência de ultrassom
que deverá ser empregada em um exame em particular. Assim, cada equipamento tem
suas especificidades de acordo com as características da parte do corpo que se
deseja avaliar.

O
termo ecogenicidade refere-se à capacidade de diferentes estruturas em refletir
as ondas de ultrassom, gerando ecos. O cálculo da distância percorrida pelo
som, ou seja, entre o objeto de estudo e o transdutor, é feito com base no
tempo que a onda demora em chegar ao objeto, refletir e retornar ao transdutor.
Quanto maior o tempo que o som demorar a retornar ao transdutor, mais afastado
está esse objeto. O termo aneicóico é utilizado quando ocorre ausência de ecos:
uma estrutura anecóica é totalmente atravessada pelas ondas de ultrassom sem
gerar eco, como ocorre em estruturas líquidas que aparecem como imagens negras
no monitor.

A
reflexão parcial das ondas de ultrassom, descrevemos como hipoecóico, e neste
caso a imagem aparece no monitor em vários tons de cinza (como a maioria dos
tecidos moles). Diz-se hiperecóico quando há uma alta reflexão das ondas de
ultrassom e aparece como uma imagem branca e brilhante na tela (como acontece
com os ossos, por exemplo). Estruturas diferentes, mas que apresentam a mesma
ecogenicidade quando comparadas, são denominadas isoecóicas.

Para
entender melhor como as tonalidades se apresentam, devemos pensar na física: o
som se propaga em meios sólidos, gasosos e líquidos. Quando a onda sonora passa
de um meio para outro (por exemplo: atravessa um cisto cheio de líquido e
encontra a parede sólida do órgão que o abriga) suas características mudam.
Toda onda gera eco (onda de retorno) e as alterações da onda geram alterações
no seu eco. Essas alterações são percebidas pelo transdutor que gera a imagem.

Quando
as ondas sonoras atravessam um cisto cheio de líquido, elas enviam de volta
alguns ecos fracos e formam uma imagem preta no monitor. Quando as ondas batem
contra um tumor (sólido), criam um padrão de ecos que o computador mostra com
uma cor mais clara. Quanto mais eco gerado, mais clara a imagem no monitor. Outro conceito importante são os
artefatos, termo usado para descrever informações que não transmitem exatamente
a verdadeira imagem da área examinada. Os artefatos mais comumente observados são:

  • Reverberação:
    produção de ecos falsos. Os exemplos clássicos desse artefato são os ecos internos
    criados por segmentos intestinais localizados superficialmente e preenchidos
    por gás;
  • Imagem
    em espelho: são erros na interpretação da localização de órgãos e podem ocorrer
    quando é encontrada uma grande estrutura refletora, geralmente de formato arredondada
    (como o diafragma);
  • Refração:
    quando o feixe ultrassonográfico atravessa
    tecidos de diferentes impedâncias acústicas;
  • Sombra
    acústica: é quando uma estrutura absorve mais do que o tecido que a circunda, a
    porção distal aparece mais escura, como se houvesse uma sombra “onde a onda
    sonora não conseguiu chegar”. É útil na identificação de cálculos, por exemplo;
  • Reforço
    acústico: quando a estrutura em si absorve menos que o tecido que a circunda,
    ocorre o reforço, uma área de claridade intensificada. É útil na diferenciação de estruturas císticas de
    massas sólidas.

Vantagens
da Ultrassonografia

A ultrassonografia é um
método barato quando comparado a outros aparelhos utilizados no diagnóstico por
imagem. Outras vantagens são a não emissão de radiação, portabilidade e
disponibilidade.

Desvantagens
da Ultrassonografia

A
grande desvantagem da ultrassonografia é que, por ser um método avaliador-dependente,
seu grau de confiabilidade está diretamente relacionado com o grau de
conhecimento do profissional que executa o exame, de forma que sua segurança é
relativa quando consideramos este fator.

Usos
da Ultrassonografia no Cotidiano da Medicina

Ultrassonografia de Abdome Superior

Avaliação de fígado, vias biliares, vesícula biliar, baço e pâncreas. O estudo de doppler deve ser solicitado se necessário, especificando o órgão desejado, pois não está incluso nesta modalidade ultrassonográfica.

Ultrassonografia de Abdome Total

Avaliação
de fígado,
vias biliares, vesícula biliar, baço, pâncreas, rins e bexiga, além da aorta abdominal
e a veia cava inferior (sem doppler).
Também engloba a avaliação de estruturas retroperitoneais.

Ultrassonografia de Rins e Vias Urinárias

Serve para a avaliação
dos rins e bexiga. Deve estar inclusa a avaliação pós-miccional da bexiga. Não
inclui a avaliação de órgãos pélvicos (útero, ovários, próstata, e vesículas
seminais). Os ureteres e as glândulas adrenais são citados apenas se detectada
alguma patologia.

Ultrassonografia de Parede Abdominal

Avalia
a integridade dos grupos musculares da parede abdominal, pesquisa a presença de
hérnias, por exemplo. Não inclui a avaliação de hérnias inguinais e nem a
avaliação de órgãos intra-abdominais e pélvicos.

Ultrassonografia de Região Inguinal

Serve para a avaliação
de hérnias, massas, coleções e linfonodomegalias em região inguinal. A
avaliação pode ser unilateral ou bilateral, de acordo com a solicitação médica.

Ultrassonografia de Próstata (Via Abdominal)

Avaliação
volumétrica e estimativa de peso, avaliação da bexiga, avaliação das vesículas
seminais e aferição de resíduo vesical pós-miccional.

Ultrassonografia de Próstata (Via Transretal)

Este
exame não inclui a avaliação abdominal da bexiga nem a aferição de resíduo
vesical pós-miccional.

Ultrassonografia de Pelve Feminina:

Consiste
na avaliação transabdominal da bexiga, útero, ovários e regiões anexas. A
realização de avaliação pós-miccional da bexiga não é rotineiramente executada,
porém pode ser incluída a critério do médico executante do exame em respeito à
indicação clínica ou quando for explicitamente solicitada no pedido médico. É
muito utilizada para avaliação das estruturas citadas em mulheres que não
tiveram ainda a sexarca.

Ultrassonografia de Transvaginal

Este
exame realiza a avaliação endovaginal do útero, ovários e anexos. A vagina só é
citada no caso de identificação de alguma patologia. Também é utilizada na
avaliação pré-cirúrgica de pacientes com endometriose.

Ultrassonografia de Tireoide

Avaliação
volumétrica, ecotextura, pesquisa e caracterização de nódulos, além de outras
lesões focais da tireoide. Não inclui a avaliação dos linfonodos cervicais. O doppler de tireoide deve ser solicitado
à parte e este não inclui a avaliação de vasos cervicais (carótidas e
jugulares).

Ultrassonografia de Região Cervical

Avaliação
dos linfonodos, leito tireoidiano, lojas paratireoidianas e principais grupos
musculares cervicais. O exame de região cervical com doppler não inclui a avaliação de vasos cervicais (carótidas e
jugulares). Este exame possui um código próprio e sua avaliação deve ser
solicitada no pedido médico.

Ultrassonografia de Glândulas Salivares

Avaliação
das glândulas submandibulares, parótidas e sublinguais bilateralmente, sem
incluir a avaliação de estruturas como tireoide e da região cervical em geral.
O estudo com doppler deve ser
solicitado.

Ultrassonografia de Crânio Transfontanela

Este
exame é uma ecografia cerebral que permite diagnosticar e acompanhar lesões
cerebrais de neonatos e lactentes, auxiliando no acompanhamento de alterações
do desenvolvimento neurológico associados a estas lesões.

Ultrassonografia de Mamas

Estudo
das glândulas mamárias, englobando a sua ecotextura, pesquisa e caracterização
de nódulos ou outras lesões focais. Ao contrário do que se pensa, o uso de
prótese mamária não contraindica o exame. Não inclui o estudo das regiões
axilares, o que deve ser solicitado especificamente no pedido médico (incluindo
lateralidade). O método BI-RADS foi criado em 1992 como um guia de
recomendações, a fim de padronizar os critérios de avaliação e identificação de
lesões mamárias com potencial e/ou traços de malignidade.

Ultrassonografia de Axilas

Consiste
na avaliação das partes moles da axila direita ou esquerda (conforme o pedido
médico). Serve para pesquisar linfonodos.

Ecocardiografia

Utilizado
na detecção de doenças ou anomalias valvulares, tamanho das câmaras cardíacas,
para estimar a fração de ejeção e tensão do miocárdio e avaliação da presença
de trombos intracavitários.

Gestacional:

  • Primeiro trimestre
    (12 semanas): avalia a vitalidade embrionária, datamento gestacional, mede a translucência
    nucal (medida na nuca do feto e serve para diagnosticar possíveis malformações);
  • Segundo trimestre
    (20 semanas): estudo da morfologia fetal;
  • Terceiro trimestre:
    avaliação do crescimento fetal a partir da 28a semana gestacional;
  • Avaliação das
    artérias uterinas na 26a semana em gestações de alto risco.
    Alterações na artéria placentária (persistência de incisura) indicam risco de
    desenvolvimento de pré-eclâmpsia no terceiro trimestre;
  • Estudo da
    centralização fetal (relação entre o índice de pulsatilidade da artéria
    umbilical e artéria cerebral média fetal) para avaliação da oxigenação fetal a
    partir da 30a semana em gestações com risco aumentado de sofrimento
    fetal.

Avaliação Musculoesquelética

Utilizada na avalição dos músculos, tendões e nervos. Geralmente solicitada nos casos
de: displasia congênita de quadril (DCQ), artrite séptica e osteomielite.

Ultrassonografia Ocular

Pode parecer estranho, mas este exame existe e está indicado na avaliação ocular em casos nos quais não se consegue visualizar o fundo de olho por meio do exame do mapeamento de retina (por exemplo, na presença de catarata total, hemorragia vítrea, vitreítes e opacidades da córnea). 

Autora: Illana Machado

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