Coronavírus

Coronavírus e o álcool gel: Mitos e verdades | Colunistas

Coronavírus e o álcool gel: Mitos e verdades | Colunistas

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Muito tem sido dito a respeito do uso do álcool gel para higienização, mas precisamos esclarecer algumas coisas.

O Novo Coronavírus trata-se de uma variante dos coronavírus (conhecidos desde 1960), denominada COVID-19 e que foi inicialmente diagnosticado na cidade chinesa de Wuhan,  em dezembro de 2019.

Os coronavírus integram uma família de vírus que receberam esse nome devido à sua característica de possuir espículas na superfície que parecem uma coroa, gerando o termo corona, do latim (Figura 1).

Figura 1 – Imagem ilustrativa do Novo Coronavírus mostrando suas espículas de superfície (coroa).

Covid-19 - Sanar Medicina
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:3D_medical_animation_corona_virus.jpg.
Acesso em 20/03/2020.

Pessoas infectadas com esses vírus podem desenvolver desde um resfriado comum (sintomas leves), até síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS).

Ressalta-se que o COVID-19 é menos infectante que outros patógenos já bem conhecidos como o causador do sarampo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um indivíduo infectado pode gerar entre 1,4 e 2,5 novos infectados, ao passo que no caso do sarampo, um indivíduo pode infectar de 12 a 18 pessoas. Entretanto, é preciso ficar atento às medidas de prevenção, entre elas:

  • Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas.
  • Lavar frequentemente as mãos por pelo menos 20 segundos (especialmente antes de se alimentar).
  • Usar álcool gel 70% para higienizar as mãos.
  • Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir.
  • Evitar tocar mucosas com as mãos não higienizadas.
  • Manter ambientes abertos e bem ventilados.
  • Evitar aglomerações.

Qual a função do álcool gel no combate ao COVID-19?

O etanol (álcool etílico) atua como desinfetante e antisséptico, agindo na desnaturação proteica e lipídica dos microrganismos patogênicos que possam estar depositados nas superfícies de objetos e da própria pele.

Estudos mostram que a concentração mais eficaz contra os microrganismos é a de 70%, valores próximos abaixo ou acima deste (60 – 80%) também mostram resultados satisfatórios.

Isso porque, há necessidade de um percentual de água na composição desse produto para que a evaporação do álcool não seja imediata, fato que diminuiria a eficácia em lisar a estrutura do patógeno.

Além disso, é por meio dessa água que o álcool é levado para o interior da bactéria, vírus ou fungo.

Em relação ao COVID-19, o uso do álcool gel 70% é uma recomendação da OMS. Salienta-se que não se deve produzir o próprio álcool gel, visto que a concentração resultante pode não ser a necessária para atuar como germicida tornando o indivíduo susceptível à contaminação.

É recomendado, também, lavar bem as mãos com água e sabão – sabões, detergentes ou sabonetes – frequentemente.

Esses compostos possuem composição polar e apolar, dessa forma, a parte apolar, com afinidade por lipídeos, se liga ao patógeno por meio de sua membrana celular.

Ao passo que a extremidade polar, com afinidade pela água, interage com ela possibilitando que o microrganismo seja retirado da superfície da pele e seja levado pela própria água.

Fique atento(a)!

Tendo em vista o grande aumento da procura por álcool gel e o consequente aumento de preço, o PROCON do estado do Paraná disponibilizou um formulário para denúncias sobre aumento abusivo no preço do álcool gel – 70%.

Você pode ter acesso ao formulário clicando aqui.

** Caso a prática seja constatada em outro estado, procure o Procon de sua região.

Autora: Letícia Madureira Pacholak

Biomédica, mestre em Ciências Aplicadas à Saúde e estudante de Medicina da Unioeste.

Redes sociais: @lee.pacholak e @vem.residencia

Confira o vídeo: