Índice
- 1 Exemplos de patologias que alteram o hemograma:
- 2 Eritograma: composto por parâmetros e índices hematimétricos.
- 3 O hemograma no diagnóstico das anemias:
- 4 Alterações morfológicas:
- 5 INFECÇÕES BACTERIANAS e suas alterações no hemograma:
- 6 INFECÇÕES VIRAIS e suas alterações no hemograma:
- 7 CONCLUSÃO:
- 8 Referência Bibliográfica:
O Hemograma estuda as células sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas), bem como as patologias ligadas ao sangue. Está composto pelo eritrograma, leucograma e plaquetograma.
Exemplos de patologias que alteram o hemograma:
- Anemias ferropênicas e megaloblásticas (carenciais);
- Anemias de doenças crônicas;
- Anemias hemolíticas (genéticas);
- Infecções bacterianas e virais;
- Leucemias;
- Neoplasias.
Eritograma: composto por parâmetros e índices hematimétricos.
Os parâmetros são:
- RBC : Número total de hemácias;
- HEMATÓCRITO: Percentagem da hemácia no volume total de sangue;
- HEMOGLOBINA: Proteína responsável pela oxigenação do sangue.
Os índices hematimétricos são:
- VCM: Volume Corpuscular Médio;Indica o tamanho das hemácias
- HCM: Hemoglobina Corpuscular Média ; Expressa a cor das hemácias;
- CHCM: Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média; Expressa a cor das hemácias;
- RDW: Índice Geral de Anisocitose.Expressam as diferenças de tamanho que podem existir entre as hemácias na lâmina do paciente. Elevado (acima de 15%. Não tem importância clínica quando abaixo da referência.
Nomenclatura usada no eritrograma
- Anisocitoses por microcitose ou macrocitose:
Microcitose: Termo técnico usado para descrever as hemácias diminuídas de tamanho.
Este termo deve ser usado quando o VCM estiver abaixo da referência! VCM abaixo de 80 fentolitros(adultos).
Macrocitose: Termo técnico utilizado para as hemácias aumentadas de tamanho.
Este termo deve ser usado quando o VCM estiver acima da referência. VCM acima de 100 fentolitros.(adultos)
- Hipocromia:
- → Redução da coloração do eritrócito.
- Pode ser citado quando ocorre a diminuição do HCM (*) e/ou do CHCM.
- Qualquer condição que provoca microcitose pode vir acompanhada de hipocromia
- Policromasia:
- Presença de reticulócitos em sangue periférico (hemograma).
- O termo é usado para descrever hemácias com cores diferentes.
- O significado clínico é que a medula está mandando a célula precursora da hemácia para o sangue periférico.
- Anisocromia
- Pecilocitoses ou Poiquilocitoses:
- Qualquer formato anormal da hemácia caracteriza uma poiquilocitose ou pecilocitose.
Algumas PECILOCITOSES:
- Esferócitos
- Dacriócitos (lágrima)
- Codócitos ( hemácias em alvo)
- Estomatócito
- Drepanócito (hemácia em “foice”)
- Eliptócitos
- Esquizócitos
- Principais causas de poiquilocitoses ou pecilocitoses:
- Anemias carenciais e hemolíticas;
- Hepatopatias;
- Patologias gástricas;
- Neoplasias;
- Trauma ou choque celular.
O hemograma no diagnóstico das anemias:
As anemias são caracterizadas pela redução da concentração de hemoglobina no sangue .
Segundo a OMS para indivíduos adultos do sexo feminino, o ideal é uma hemoglobina de 12g/dl e para homens hemoglobina de 13 g/dl. Anemias que se instalam mais rapidamente, os sintomas são mais evidentes, em geral com HG entre 9 a 10g/dl.
Anemia ferropênica e suas características do eritrograma:
- Hemoglobina e hematócritos abaixo do valor de referência;
- VCM e HCM abaixo do valor de referência;
- RDM acima do valor de referência;
- Presença de microcitose, hipocromia e na maioria dos casos pecilocitoses por eliptócitos e células em alvo.
- Com a diminuição da hemácia e diminuição da concentração da hemoglobina, o morfologista descreverá a microcitose e hipocromia presentes na lâmina do paciente!
- Como ocorrerá diferença no tamanho das hemácias, o RDW estará aumentado também caracterizando uma anisocitose!
- Na anemia em estágio inicial os índices ainda estão normais!
- A única maneira de descobrir a anemia é solicitando a dosagem de ferritina, que é a proteína de reserva do ferro!
- No início da depleção do ferro,observamos uma população mista, com hemácias normocíticas e microcíticas. Com o progredir da deficiência, aumenta a população de hemácias microcíticas, acrescidas de outras alterações de forma, características da anemia ferropriva.
Anemia Megaloblástica e características do eritrograma:
- Hemoglobina e hematócritos diminuídos;
- VCM e HCM aumentados!
- RDW : Acima do valor de referência!
- Anisocitose por macrocitose, policromasia, hemácias jovens (eritoblastos)
ANEMIA DE DOENÇAS CRÔNICAS: Ocorre sempre associada a infecções crônicas como tuberculose, HIV, neoplasias, doenças inflamatórias como o Lúpus e artrite reumatóide, doenças inflamatórias intestinais, doenças renais, dentre outras.
- É definida como uma anemia hipoproliferativa e é o tipo mais frequente entre pacientes
- hospitalizados.
- Laboratorialmente pode apresentar-se por hipoferremia na presença de estoques adequados de ferro.
- Neste tipo de anemia, os índices hematimétricos estão normais!(*) Apenas a hemoglobina e hematócritos estão diminuídos!
Quem caracteriza uma anemia é a HEMOGLOBINA!
Mulheres adultas: Hemoglobina =12g/dl.
Homens adultos: Hemoglobina = 13g/dl.
LEUCOGRAMA: Os leucócitos englobam os granulócitos, os monócitos e a série linfocitária.
São células responsáveis pela defesa do nosso organismo contra uma grande diversidade de microrganismos.
Está composto pelo:
- WBC: Número total de leucócitos;
- Contagem diferencial dos leucócitos presentes em sangue periférico.
Nomenclatura usada no leucograma:
- Leucocitose: Número total de leucócitos elevados;
- Leucopenia: Número total de leucócitos diminuídos;
- Normal: 4.000 a 11.000 leucócitos por mm3 de sangue.
Granulócitos: estão divididos em:
- Neutrófilos:
- Maior proporção no sangue periférico.
- Fagocitose.
- Destruição intracelular de bactérias: enzimas e proteínas presentes em seu citoplasma.
- Eosinófilos:
- Atividade em distúrbios cutâneos alérgicos e neoplásicos.
- Principal proteína: MBP=Proteína básica.
- Destruição de larvas de parasitas e células tumorais.
- Basófilos:
- São os granulócitos mais escassos do sangue.
- Possuem grânulos metacromáticos ricos em histaminas, serotonina e leucotrienos.
- Principal fonte de histamina em circulação, que contribui como agente quimiotático para os eosinófilos para atraí-los para o foco inflamatório.
Agranulócitos: estão divididos em:
- Monócitos:
Possuem vida curta: 4 a 8 horas em circulação, onde migram para os tecidos recebendo o nome de macrófagos.Participam de fagocitose de células mortas, bactérias, destruição de células tumorais e apresentação de antígenos.
- Linfócitos:
São o segundo grupo em proporção numérica no sangue periférico; Estão diretamente ligados as respostas imunológicas contra vírus.
Sangue periférico:
é normal encontrarmos os leucócitos maduros durante a contagem diferencial:
1.Neutrófilos segmentados: 40% a 65%
2.Linfócitos: 20% a 40%
3.Monócitos: 02% a 08%
4.Eosinófilos: 01% a 05%
5.Basófilos: 0 a 1%
Alterações morfológicas:
- • Granulações tóxicas em neutrófilos!
- • Vacúolos citoplasmáticos em neutrófilos e monócitos!
- • Atipias linfocitárias!
- • Presença de blastos
- • Hipersegmentação de neutrófilos!
INFECÇÕES BACTERIANAS e suas alterações no hemograma:
- WBC: Acima de 11.000 leucócitos!
- Neutrófilos e bastonetes aumentados!
- Linfócitos diminuídos!
- Monócitos aumentados ou não!
- Granulações tóxicas nos neutrófilos
- Vacúolos citoplasmáticos em neutrófilos e monócitos!
- NOMENCLATURA: LEUCOCITOSE; NEUTROFILIA; DESVIO A ESQUERDA; MONOCITOSE; LINFOPENIA
INFECÇÕES VIRAIS e suas alterações no hemograma:
- WBC : Abaixo de 4.000 mm3 de sangue
- Neutrófilos diminuídos!
- Linfócitos aumentados!
- Podem aparecer atipías nos linfócitos!
- Podem apresentar plaquetopenias! (Diminuição dos números de plaquetas)
- NOMENCLATURA: LEUCOPENIA; NEUTROPENIA; LINFOCITOSE.
Plaquetograma:
Está composto por:
• Contagem geral de plaquetas: ( 150.000 a 450.000);
• MPV : Volume Plaquetário Médio;
• PDW : Distribuição das Plaquetas pelo Volume.
CONCLUSÃO:
• O Hemograma é na maioria das vezes o primeiro passo na investigação de inúmeras patologias;
• Na maioria das vezes é sugestivo de várias patologias, que tornam-se necessário exames
complementares para sua conclusão.
• Não adianta um hemograma bem executado se o profissional de saúde não souber interpretá-lo corretamente.
Autora: Jéssica N. Borba – @borbajessica_
Referência Bibliográfica:
Laboratório de hematologia: teorias, técnicas e atlas / Márcio Antonio Wanderley de Melo / Cristina Magalhães da Silveira – 1. ed. –Rio de janeiro: Rubio, 2015.
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.