Leucemias agudas:
- É um tipo de câncer relacionado a uma anormalidade da Medula Óssea, levando a produção anormal de células sanguíneas, sendo dividida em Leucemia Mieloide e Linfoide aguda.
- Diagnóstico: mais de 20% de Blastos no sangue periférico ou na Medula Óssea.
- Um dos diagnósticos diferenciais das Leucemias agudas das crônicas é porque há o bloqueio da maturação e predomínio de blastos.
Leucemia Mieloide Aguda (LMA):
- Geralmente acomete mais a faixa etária adulta + presença do bastão de Auer.
- Tratamento: Quimioterapia (dividida em 2 fases. Fase de indução: quando a clínica normal e menos de 5% de blastos na Medula Óssea. Fase de Consolidação: em pacientes sem acesso ao transplante de Medula Óssea ou em pacientes jovens com bom prognóstico, se faz Quimioterapia agressiva em 4 blocos de uma semana cada. Com Cítarabina).
- A Terapia Medula Óssea (TMO) é a terapia de escolhas recidiva de LMA.
Leucemia Linfoide Aguda (LLA):
- Diagnóstico: Acomete mais crianças e se apresenta com febre + astenia + dor óssea + adenomegalia cervical + hepatoesplenomegalia + anemia normo/normo + trombocitopenia + leucocitose com atipia + blastos no sangue periférico, porém, pode ter leucopenia.
- Fatores de mal prognóstico na LLA: Idade menor que 1 ano, leucocitose maior que 50mil, anomalias genéticas como cromossomo Philadelfia, translocação do cromossomo 9-22, 4-11, 1-19.
- Complicação principal da LLA: Neutropenia febril após quimioterapia (febre + neutrófilos menor que 500).
- Conduta: 2 amostras de hemocultura + analise urinária + Radiografia de tórax para pesquisar o foco da febre e iniciar ATB amplo espectro.
- A leucemia Promielocítica aguda (M3) se manifesta C CIVD-tem que repor fatores de coagulação e transfusão de plaquetas. Introduzir TRETINOINA-ATRA.
- Pode fazer uma: Hiperleucocitose apresentando cefaleia, confusão mental, dispneia, turvação visual Síndrome de Leucostase – faz Leucosferese.
- Síndrome de Lise tumoral: durante a Quimioterapia, destrói os blastos que liberam ácido úrico e pode levar a nefropatia. Para isso se hidrata e utiliza Alopurinol ou Rasburicase.
Leucemia Crônica
- Doença das células Pluripotentes, com hiperproliferação celular, com leucócitos acúmulo de células diferenciadas na periferia, em todas etapas de maturação. Pode ser Mieloide (associada ao cromossimo9:22- Philadelfia) estimulando a hiperproliferação.
- Clínica: Perda de peso, sudorese noturna, esplenomegalia, astenia.
- Costuma evoluir com 3 fases: Crônica, acelerada, blástica (comporta como aguda).
- Tratamento: inibidores da Tirosina Quinase (Imatinibe).
- Leucemia Linfoide crônica: mais comum, as vezes indolente. Encontrada em adultos maiores de 60 anos. Baixo potencial de cura, mas nem sempre precisa tratar.
- Diagnóstico: Encontrada com uma linfocitose, pode haver sintomas constitucionais.
- Marcadores de mal prognóstico: Estadiamento de Binet e de Raí.
Linfomas
Linfoma de Hodgkin:
- Pico entre 20-30 anos e 60-70 anos. (Tem associação com EBC, HIV, genética, doenças autoimunes) linfonodomegalia periférica >3cm tem maior risco, principalmente cadeias cervicais e claviculares, é endurecido e aderido associados a sintomas B (emagrecimento + febre + sudorese noturna).
- Punção aspirativa do linfonodo: com apresentação da célula de Reed Sternberg com infiltrado ao redor da célula é o que define o histopatológico.
- O diagnóstico não é por Paaf e sim por biópsia incisional do linfonodo.
- Tipos histológicos: São 5 tipos clássicos, que precisamos relembrar informações pontuais. A definição é histopatológica, mas há dados clínicos que suspeitos.
Tipos histológicos:
- Esclerose nodular: E o subtipo mais comum a história clássica é de mulher jovem com massa Mediastinal.
- Celularidade mista: É o mais associado ao HIV.
- Predomínio linfocitário: Melhor prognóstico.
- Depleção de linfócitos: Pior prognóstico.
- Linfócitos-nodular: Apresenta uma variante da célula de RS – célula em pipoca.
- Estadiamento: Modelo de Ann Arbor e sintomas B. Recebem a classificação B se houver febre, perda ponderal imotivada (>10% em 6 meses) ou sudorese noturna; se assintomático, recebe a letra A.
- Tratamento: A base é Quimioterapia e/ou Radioterapia, dependendo do tipo e Estadiamento.
Estadiamento:
- TAC com envolvimento somente da cervical posterior e da subclavicular.
- Estadiamento de ANN ARBOR: doença localizada (I), doença presente em vários locais em apenas um lado do diafragma (II), doença linfática em ambos os lados do diafragma (III) e doença extranodal disseminada (IV).
- Tratamento: 1-2: Radioterapia+Quimioterapia e 3-4: Quimioterapia.
Diferença de linfoma de hodgkin (LH) vs não-hodgkin (LNH).
- A cura e mais provável no LH.
- Evolução: no LH costuma ser por contiguidade; no LNH pode afetar cadeias distantes.
- Comprometimento: LH costuma ser centrípeto (cadeias centrais); LNH costuma afetar cadeias aleatórias, como periféricas. Envolvimento de órgãos distantes. Mais provável no LNH
- Ingestão de álcool: Pode gerar dor nos gânglios do LH.
- A definição é histopatológica, mas há dados clínicos que suspeitos.
Linfoma não-hodgkin (LH).
- Epidemiologia: Mais comum em homens, entre 50-65 anos.
- Patogênese: Associação com EBV, HIV, HTLV, Helycobacter pylori (linfoma MALT).
- Indolentes: Crescimento lento, mas cura difícil; o mais comum é o folicular: agressivos. Costuma responder melhor ao tratamento, que tem de ser imediato; o mais comum é o difuso de grandes células B.
- O mais clássico é o linfoma de Burkitt.
- Estadiamento: Segue o modelo de Ann Arbor.
- Tratamento: Varia conforme histologia e estadiamento.
Autora: Flavia Cristina Rodrigues de Sena
@flaviasena87
Referências Bibliográficas:
Shih LY, Liang DC, Huang CF, Chang YT, Lai CL, Lin TH, et al. Cooperating mutations of receptor tyrosine kinases and Ras genes in childhood corebinding factor acute myeloid leukemia and a comparative analysis on paired diagnosis and relapse samples. Leukemia. 2008.
Ribeiro FSN, Wunsch-Filho V. Avaliação retrospectiva da exposição ocupacional a cancerígenos: abordagem epidemiológica e aplicação em vigilância em saúde. Cad Saúde Pública 2004.
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Diretrizes para vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Rio de Janeiro: INCA; 2012.
LEUCEMIA. Disponível em: http://www.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/leucemia/subtipos. Acesso em: 22-12-2021.
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.
Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.



