Carreira em Medicina

Mamografia e Ultrassonografia X Câncer de Mama | Colunistas

Mamografia e Ultrassonografia X Câncer de Mama | Colunistas

Compartilhar
Imagem de perfil de Comunidade Sanar

Tudo que você precisa saber sobre mamografia e ultrassonografia das mamas e o câncer de mama!

Introdução:

O câncer de mama se trata de uma doença desencadeada por uma proliferação descontrolada de células anormais das mamas, que pode acometer e invadir outros órgãos adjacentes ou à distância, através da corrente sanguínea. Tal malignidade pode acometer mulheres e, raramente, homens, sendo considerada a principal causa de morte por cânceres em mulheres brasileiras.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorram mais de 1 milhão de novos casos de câncer de mama anualmente em todo o globo terrestre, sendo considerado o câncer que mais comumente afeta as mulheres.

O Brasil não é exceção, assim, o risco padrão de uma mulher com 74 anos de idade vir a desenvolver um tipo de câncer de mama é de cerca de 6,33%, sendo esse valor variado de acordo com o país analisado e com a idade da mulher em questão.

Alguns sinais e sintomas que devem ser avaliados como suspeitos, são: nódulos mamários de rápido crescimento, indolores, imóveis e endurecidos, secreção papilar sanguinolenta unilateral, presença de linfadenopatia em região axilar, mudanças mamilares e cutâneas.

Figura. 1 Sinais e Sintomas  do Câncer de Mama
Fonte: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizes_deteccao_precoce_cancer_mama_brasil.pdf

Os principais fatores de risco relacionados a esse tipo de câncer, são: histórico familiar de câncer, hábitos de vida, idade avançada e fatores ambientais. Ademais, o diagnóstico é feito através de dados clínicos, exame físico e exames complementares, como os de imagem e histopatológico.

Sendo o câncer de mama um grande problema de saúde a nível global, os exames de imagem, como a mamografia, a ultrassonografia e a ressonância magnética, são tipos como importantes ferramentas complementares para a detecção precoce, o diagnóstico e a conduta de inúmeras condições mamárias, a fim de reduzir as taxas de morbimortalidade da doença.

Mamografia:

A mamografia trata-se do exame de imagem mais importante para o rastreamento do câncer de mama na população feminina assintomática, sendo recomendado pelo Ministério de Saúde para as mulheres entre 50 a 69 anos de idade, bienalmente.

A sua imagem é obtida através de raios-x como nas radiografias convencionais, sendo a primeira opção de escolha para avaliação de queixas e alterações clínicas das mamas.

Este método radiológico objetiva permitir a detecção precoce do câncer de mama, permitindo, assim, a redução nas taxas de mortalidade pela enfermidade e aumentando as possibilidades terapêuticas e de sobrevida das mulheres acometidas.

A sensibilidade em detectar a malignidade varia, principalmente, de acordo com a nível da densidade radiológica mamária, sendo menor em mamas mais densas, assim, quando limitada, utilizamos outros meios de imagem para conseguir chegar ao diagnóstico correto.

Figura. 2 Recomendações do Ministério da Saúde para Mamografia
Fonte: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizes_deteccao_precoce_cancer_mama_brasil.pdf 

Ultrassonografia mamária:

A ultrassonografia é utilizada como exame complementar à mamografia para a investigação diagnóstica de alterações mamárias suspeitas de câncer de mulheres com mamas densas, entretanto, é o exame ecográfico de escolha para avaliação da população feminina abaixo de 35 anos com lesões palpáveis.

A imagem é obtida através da captação de ondas sonoras, não tendo relações com radiações ionizantes como a mamografia. Além disso, sua acurácia independe da densidade radiológica mamária.

Dentre as funções deste exame de imagem, temos: capacidade de diferenciação entre cistos e tumores sólidos mamários, direcionar biópsias mamárias para a realização do estudo histopatológico, avaliar implantes mamários e tratamentos quimioterápicos, entre outros.

Apesar de suas contribuições, o Ministério da Saúde brasileiro se posiciona contra o rastreio do câncer mamário, seja isoladamente ou com a mamografia.


Figura. 3 Recomendações contra do Ministério da Saúde para Ultrassonografia
Fonte: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizes_deteccao_precoce_cancer_mama_brasil.pdf 

Conclusão

Os cânceres têm sido responsáveis por grande porcentagem dos óbitos em todo o globo terrestre, seja por sua grande variedade de subtipos de malignidades, por sua agressividade ao sistema imunológico do paciente, pela falta de domínio completo acerca de suas fisiopatologias ou por falta ao acesso pleno às terapêuticas. É de suma importância ressaltar que o médico é capacitado em chegar ao diagnóstico dessas doenças através da anamnese, do exame físico e de exames complementares, como os laboratoriais e os de imagem, quando realizados adequadamente e em momentos oportunos.

Dessa forma, os exames de imagem são tidos como mecanismos de extrema relevância para auxiliar alcançarmos no diagnóstico exato do tipo câncer de questão. Ademais, tais exames são úteis para evidenciar se ocorreu disseminação hematogênica de metástases da doença de base, e se, quais foram os locais acometidos, além de permitir a monitorização e avaliação da efetividade dos mecanismos de tratamentos e das respostas do organismo em relação às terapêuticas utilizadas.

Sendo assim, é imperativo que os médicos saibam avaliar clinicamente e examinar os pacientes em momentos precoces, a fim de prevenir a malignização de lesões pré-cancerígenas e futuras complicações à saúde do indivíduo.

Saúde e prevenção vêm em primeiro lugar!

Autor: Shaira Salvadora Cunha

Instagram: @shairasalvadora

https://www.instagram.com/shairasalvadora/

Referências:

CHALA, L. F.; BARROS, N. de. Avaliação das mamas com métodos de imagem. Radiol. Bras. v. 40, n. 1, p. 4-6, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rb/a/Qv5hdXVhB4VRRdRn3VWRNVQ/?lang=pt&format=pdf

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Controle do Câncer de Mama – Documento de Consenso. 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Consensointegra.pdf. Acesso em: 12 agosto 2021.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil. 2015. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizes_deteccao_precoce_cancer_mama_brasil.pdf. Acesso em: 12 agosto 2021.

SILVA, P. A. da; RIUL, S. S. da. Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 64, n. 6, p. 1016-21, Nov.-Dez 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/TMQQbvwZ75LPkQy6KyRLLHx/?lang=pt&format=pdf



O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.