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O sinal de Rovsing no diagnóstico de apendicite aguda | Colunistas

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O sinal de Rovsing foi expostoem 1907 por Niels ThorkildRovsing, cirurgião dinamarquês, descrevendo-o como um sinal que, quando positivo, sugere a presença de inflamação peritoneal por apendicite aguda, caso o paciente possua outros sintomas que condizem com o panorama.

Também intitulado como “sensibilidade rebote referida”, é um sinal de baixa especificidade, mas bastante importante para semiologia e diagnóstico.

Assim, ao palpar o quadrante inferior esquerdo do abdômen do paciente e o mesmo referir dor no quadrante inferior direito, o sinal de Rovsing é dado como positivo. Logo, ao fazer a palpação, ocorre a compressão retrógada dos gases, causando dor na fossa ilíaca direita. Desse modo, ao impulsionar os gases do cólon esquerdo no sentido antiperistáltico até o ceco, ocorre a distensão do mesmo e do apêndice, ocasionando desconforto, o que auxiliará a diagnosticar a inflamação do apêndice.

Apendicite aguda

O apêndice é um divertículo verdadeiro normal
do ceco. A apendicite é justamente a inflamação aguda desse divertículo.
Adolescentes e crianças são os comumente afetados, sendo os indivíduos do sexo
masculino mais acometidos por essa enfermidade, quando comparados com os do
sexo feminino. Caso não seja diagnosticado corretamente, a apendicite aguda
pode ser confundida com linfadenite mesentérica, salpingite aguda, gravidez
ectópica e diverticulite de Meckel; logo, um diagnóstico preciso é de grande
importância para que não ocorra essa confusão, salientando o papel do sinal de Rovsing
para essa determinação.

A apendicite aguda é o resultado de aumentos progressivos da pressão intraluminal, que gera o comprometimento do fluxo venoso, sendo que, na maioria dos casos (50-80%), ocorre a obstrução luminal evidente (podendo ser por fezes endurecidas ou gordura). A proliferação bacteriana é favorecida pela inércia do conteúdo luminal e pela lesão isquêmica, o que resulta em uma resposta inflamatória.

Os sintomas de um paciente com apendicite
aguda são: dor periumbilical no quadrante inferior direito, vômitos, náuseas,
perda de apetite, febre baixa, calafrios, distensão e rigidez abdominal.

Em casos mais graves, há formação de abcessos
fecais dentro da parede, resultando em uma apendicite supurativa, que, caso não
seja tratada, pode ocasionar úlceras hemorrágicas e necrose gangrenosa, dando
origem a uma apendicite gangrenosa aguda, a 
qual pode ser seguida de ruptura e periotonite supurativa, por conta do
contato das fezes e/ou pus coma cavidade abdominal. Nesse caso, a cirurgia para
a remoção do apêndice e limpeza é de extrema urgência.

Caso haja suspeita de apendicite, geralmente o
médico inicia o tratamento com antibióticos. Mas a operação para extrair o
apêndice, ou apendicectomia, é o único modo de tratar essa enfermidadecom total
êxito. A cirurgia pode ser de modo convencional (aberta) ou por
videolaparoscopia, dependendo dos fatores de risco do paciente e preferência do
profissional, é considerada uma cirurgia com um pós-operatório bom e de rápida
duração.

Como é realizado

Com o paciente em decúbito dorsal, realiza-se uma apalpação procurando “ordenhar” o intestino grosso, a partir do sigmoide, retrogradamente; depois você se direciona para o cólon descendente, transverso e finamente ascendente, local onde fezes e/ou gases acumuladas geram dor, onde também se dispõe o apêndice. Você pode ver um vídeo do passo a passo acessando o link: https://youtu.be/8uZ6L4iascs.

Fonte: SemioblogHumanitas

Autor: Paula Vaccarezza Lopes

Instagram: @paulavaccarezza


O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.


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