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De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, a Intolerância á Lactose é uma patologia bastante comum, reunindo mais de 2 milhões de casos por ano, no Brasil.
Fisiopatologia
A intolerância à lactose é uma condição que afeta indivíduos com reduzida ou nenhuma produção da enzima lactase, que por sua vez é responsável por tornar a lactose (um tipo de açúcar presente no leite e também em seus derivado) um açúcar menor e de mais fácil absorção pelo organimo.
Assim, com tal deficiência, a lactose chega ao intestino grosso sem ser devidamente digerida e as bactérias presentes acabam por transformá-la em ácido lático e gases.
Deste modo, logo após a ingestão de leite, queijos, iogurtes ou outros alimentos que contenham a lactose, a pessoa começa a apresentar os sintomas provenientes desta fermentação bacteriana.
Existem diferentes formas de intolerância à lactose que devem ser diagnosticadas através de uma boa história com o paciente, além de exames complementares, como o teste de tolerância à lactose.
O que é Síndrome do Intestino Irritável?
Epidemiologia
A síndrome do intestino irritável (SII) é uma condição crônica, ainda sem tratamento curativo, que afeta cerca de 10% da população mundial e é descrita como uma síndrome de causa funcional, haja vista que não existem fatores orgânicos que justifiquem a sintomatologia da SII.
Desta forma, exames laboratoriais ou de imagem não demonstram alteração. Geralmente os sinais e sintomas aparecem no início da vida adulta e são mais comuns em mulheres numa faixa etária média de 30-50 anos ou em pessoas que já possuem caso familiar de SII.
Fisiopatologia
Embora não se tenha esclarecimento total da fisiopatologia da doença, admite-se que ela está diretamente associada a fatores neurológicos, que, ligados a uma hipersensibilidade visceral dos intestinos, acarreta em seus sintomas, como alterações na motilidade intestinal com períodos de diarreia e constipação, por exemplo.
Quadro Clínico
Sintomas da Síndrome do Intestino Irritável
Os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável podem variar de pessoa para pessoa e são influenciados por vários aspectos, como estado emocional e substâncias ingeridas, por exemplo. O quadro clínico da SII é composto por três características:
- Dor abdominal relacionada á evacuação;
- Alterações na motilidade intestinal;
- Ausência de doença orgânica que justifique os sintomas.
Em relação ao ritmo intestinal, podemos dividir os pacientes em três grupos:
- predomínio de diarreia;
- predomínio de constipação;
- forma mista.
Atenção, essa divisão terá importância no direcionamento da terapia medicamentosa.
Sintomas da Intolerância à lactose
Os sintomas da intolerância à lactose costumam aparecer após a ingestão de alimentos que contenham essa enzima, como o leite e seus derivados. Os mais frequentes são:
- Dor abdominal;
- Gases;
- Desconforto abdominal;
- Diarréia;
- Mal estar;
- Cólicas;
- Náusea e vômito.
Diagnóstico
Síndrome do Intestino Irritável
Tradicionalmente, os critérios diagnósticos utilizados são os de Manning e de Roma IV, o mais utilizado pelo gastroenterologistas. Um novo dado muito relavante trazido pelo novo critério de Roma IV, é que a SII já não é mais entendida como diagnóstico de exclusão. Sendo assim o paciente pode ser diagnosticado sem necessariamente fazer uma bateria de exames, caso preencha corretamente os critérios. Além disso, doenças funcionais não costumam apresentar sinais de alarme.

Intolerância à Lactose
Os testes para a detecção de disabsorção de carboidratos baseiam-se na fermentação de bactérias intestionais ou mensuração direta da absorção
Teste de Tolerância à Lactose
Após a ingestaão de 50g de lactose, a glicemia do paciente é monitorizada em 0, 60 e 120 minutos. Um aumento da glicemia < 20mg/dL na presença de sintomas é diagnóstico. Resultados falso-negativos podem ocorrer em paciente com diabetes ou super-crescimento bacteriano.
Tratamento
Síndrome do Intestino Irritável
O tratamento da síndrome do intestino irritável vai desde o tratamento psicológico, passando pela mudança de hábitos alimentares e chegando ao tratamento farmacológico. Primeiro, é importante estabelecer uma boa relação médico paciente a fim de que a pessoa confie no profissional que está tratando a doença, pois isso ajudará na boa adesão e evolução do tratamento. Além disso, é necessário que o paciente entenda que sua condição pode ser, muitas vezes, desencadeada por fatores emocionais. Assim ele reconhecerá a importância do tratamento psicológico para uma melhor qualidade de vida.
Ademais, a pessoa deve estabelecer mudanças nos seus hábitos de vida, buscando praticar exercícios físicos e se alimentar da melhor maneira possível, incluindo, por exemplo, fibras na sua dieta, como as frutas e vegetais. Além disso, é de extrema importância que ele evite alimentos que possam irritar seu intestino, como condimentos e comidas picantes.
O tratamento farmacológico visa aliviar os sintomas, e o profissional da saúde pode lançar mão de anticonstipantes, antidiarreicos e antiespasmódicos. Os probióticos podem ser eficazes na diminuição da produção de gases. Fármacos com os antagonistas do receptor 5-HT de serotonina ajudam no alívio da hipersensibilidade do intestino, e os antidepressivos tricíclicos podem ser benéficos na modulação da dor. O tratamento será feito avaliando o paciente em sua individualidade e analisando seus sintomas predominantes.
Intolerância à lactose
O tratamento da intolerância à lactose varia de acordo com o grau de intolerância do paciente, de forma que pessoas com graus mais leves não apresentam uma necessidade tão grande de abolir completamente a ingestão de alimentos que contenham o açúcar. Ademais, para pacientes com graus maiores, pode-se fazer necessário o corte destes alimentos da dieta, bem como o uso da enzima lactase, comercializada em comprimidos, assim que ingerir o leite ou alimentos que contenham seus derivados.
É importante que o paciente adquira o hábitos de conferir os rótulos dos alimentos pois muitas vezes eles podem conter lactose e precipitar uma crise dos sintomas. Também faz-se muito necessário que, em caso de opção pelo não uso de leites e seus derivados, a pessoa busque outras formas de ingerir cálcio, através do consumo de vegetais verdes escuro, como brócolis e couve, por exemplo.
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Produzido por:
- Liga: NUDEMES – Núcleo de Desenvolvimento Médico
- Autores: Ana Caroline de Moraes Mittri
- Revisor: Silvia Flávia Alves de Freitas
- Orientador: Geison Vasconcelos Lira