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Você viu que o Ministério da Saúde adotou medidas de redução do tempo de isolamento da Covid-19? Para saber tudo sobre o assunto e as considerações dos médicos sobre as medidas, continue lendo este post.
Os pacientes com caso leve ou moderado de covid-19 seguirão novos protocolos de isolamento. O principal ponto de mudança é a redução de dez para sete dias de isolamento. A novidade foi anunciada pelo atual Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante uma coletiva de imprensa.
De acordo com a atualização Segundo a atualização do guia de vigilância epidemiológica para a covid-19 da pasta, caso não haja mais sintomas no sétimo dia, a pessoa pode sair do isolamento.
Novas recomendações para pacientes com covid-19
As novas recomendações preveem três intervalos diferentes para o isolamento dos infectados. Os tempos passam a contar do início dos sintomas, e não da obtenção do resultado do exame positivo. Confira detalhes dos intervalos de isolamento:
Isolamento de 5 dias
A pessoa só poderá sair do isolamento nesse prazo se no fim do quinto dia:
- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre há pelo menos 24 horas;
- Não tiver utilizado antitérmicos há pelo menos 24 horas;
- Testar negativo com exames de PCR ou antígeno;
Mesmo se a pessoa testar negativo, é indicado continuar adotando medidas adicionais, como trabalhar de casa se puder, usar máscara em locais com pessoas. Se o indivíduo testar positivo, é necessário manter o isolamento até o décimo dia.
Isolamento de 7 dias
Ao fim de 7 dias, é possível sair do isolamento sem teste se o paciente:
- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre por pelo menos 24 horas;
- Não tiver tomado antitérmico há pelo menos 24 horas;
Se os sintomas respiratórios ou febre persistirem no sétimo dia, o indivíduo deve seguir outras orientações. Caso a pessoa teste negativo no sétimo dia, pode sair do isolamento, desde que o exame seja de PCR ou antígeno e desde que aguarde 24 horas sem sintomas respiratórios ou febre e sem uso de antitérmico.
Isolamento de 10 dias
Se o teste der positivo no sétimo dia, a pessoa deve manter o isolamento até o décimo dia. Para sair da quarentena no décimo dia é necessário:
- Estar sem sintomas respiratórios e sem febre por pelo menos 24 horas;
- Não ter utilizado antitérmico por pelo menos 24 horas.
O que estimulou o surgimento desses intervalos de isolamento distintos?
Para decidir pela redução do tempo de isolamento da Covid-19, alguns critérios foram levados em consideração pelo governo. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, o Ministério da Saúde usou como parâmetro as medidas de isolamento aplicadas nos Estados Unidos e no Reino Unido.
No primeiro, o isolamento termina após cinco dias caso não haja mais sintomas. No segundo, o tempo de isolamento é de sete dias, comprovado o fim da infecção com um teste negativo.
Na avaliação de Queiroga, a vacinação no Brasil tem avançado a ponto do governo reduzir o período de isolamento. “Como o Brasil tem avançado muito na campanha de vacinação, em relação ao número de doses de reforço, a população das grandes metrópoles está muito vacinada, podemos vislumbrar um cenário aqui no Brasil mais parecido com o que acontece em países como Reino Unido”.
Além disso, o governo tem se baseado no número de óbitos, que não tem aumentado na mesma proporção da contaminação pela variante Ômicron do novo coronavírus.
Impacto da redução do tempo de isolamento na prática
De acordo com um levantamento de dados da CNN Brasil, os epidemiologistas acreditam que há muitos critérios a se considerar para avaliar a possibilidade de ter impactos positivos ou negativos dessas novas decisões, principalmente diante do surgimento de uma nova linhagem do coronavírus. Além disso, uma avaliação assertiva desses critérios demanda tempo. Entre os critérios estão:
- Transmissibilidade;
- Gravidade da doença;
- Capacidade de detecção pelos testes de diagnósticos.
O que os médicos dizem sobre a redução do tempo de isolamento?
Em entrevista à CNN Brasil, a médica infectologista Luana Araújo pontua que faltam dados para realizar qualquer redução no prazo de isolamento de forma segura no contexto da variante Ômicron. Vale ressaltar que ela vem sendo a responsável pela maior parte dos casos de contaminação atualmente.
“As características clínicas da Ômicron parecem ser um pouco diferentes das outras variantes. Ela tem uma proliferação em via respiratória alta e outros fatores que podem interferir no tempo de transmissão. Não temos dados concretos reais para dizer se cinco dias são suficientes para que a redução seja feita de forma segura. Exatamente por isso a decisão do CDC tem sido tão criticada, ela não tem uma base científica, tem uma base de necessidade econômica, de recursos humanos”, avalia Luana.
O presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Carlos Fortaleza, compartilha da mesma opinião e ainda afirma que a medida “não faz sentido do ponto de vista científico”, já que o “pico da transmissibilidade acontece, justamente, entre o 5º e 6º dia após o diagnóstico positivo”.
O infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda, também chamou atenção para a alta transmissibilidade da variante Ômicron.
“Talvez não seja o período ideal para reduzir para cinco dias de isolamento. Tudo tem que ser observado. O risco-benefício, o número de trabalhadores afastados e o CDC está levando em conta justamente isso. O impacto econômico desses afastamentos, principalmente em atividades essenciais”, disse Croda em entrevista.
Fontes: Ministério da Saúde e CNN
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