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Resumo sobre síndrome de Dressler (completo)| Ligas

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Definição e epidemiologia:

A síndrome de Dressler (SD) trata-se de um tipo de pericardite, condição inflamatória das células miocárdicas,  desencadeada por uma hiperativação do sistema imunológico em resposta a exposição a antígenos miocárdicos. 

A epidemiologia ainda é escassa, mas calcula-se que ocorre em 6% dos doentes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) caracterizando-se pelo aparecimento, semanas a meses após o evento, de dor torácica pleurítica, febre, atrito pericárdico e elevação dos marcadores inflamatórios. Em 28% dos casos desenvolve-se também derrame pericárdico e pode ocorrer em pessoas de qualquer idade ou raça, mas parece ser mais comum em pessoas de 20 a 50 anos.

Fisiopatologia da síndrome de Dressler

            A causa exata da síndrome é desconhecida, porém, admite-se que a vizinhança com o miocárdio necrótico pós-infarto possa causar inflamação do pericárdio que, quando ocorre tardiamente, é denominado de síndrome de Dressler. A doença, em geral, ocorre entre 2 a 10 semanas após o início do quadro de infarto do miocárdio. Acredita-se que a patogênese da SD seja imunomediada, como evidenciado pelo início tardio da síndrome. A sequência patogênica começa com a lesão miocárdica que libera antígenos cardíacos e estimula a formação de anticorpos. Os complexos imunes que são gerados então se depositam no pericárdio, na pleura e nos pulmões, provocando resposta inflamatória. A inflamação do pericárdio pode causar acúmulo de líquidos no saco (derrame pericárdico). O fluido pode pressionar o coração, forçando-o a trabalhar mais e reduzindo sua capacidade de bombear sangue com eficiência. Inflamações recorrentes ou crônicas podem causar espessamento ou cicatrização do pericárdio. Além das cicatrizes, que podem reduzir a capacidade do coração de bombear sangue com eficiência (pericardite constritiva). A resposta do sistema imunológico que leva à SD também pode causar acúmulo de líquido nas membranas ao redor dos pulmões (derrame pleural). Sendo uma síndrome que possui intrínseca relação com pós cirurgias cardíacas ou injurias traumáticas. Sendo assim, relaciona-se a doença alguns agentes virais, como coxsackie B, adenovírus e o citomegalovírus.

Quadro clínico da síndrome de Dressler

A principal queixa apresentada na SD é a dor torácica de início súbito, localizada  anterior ou precordialmente, do tipo pleurítica ao qual piora com decúbito dorsal e melhora com a posição supina. Outras manifestações clínicas observadas são febre baixa, dor pleuro-pericárdica, atrito pericárdico e elevação de velocidade de hemo-sedimentação (VHS) de 24 horas a 3 semanas após o IAM. 

Diagnóstico

O diagnóstico inicia com a história clínica e com o exame físico. Com este é possível perceber, durante a ausculta cardíaca, o atrito pericárdico. Para tanto, são solicitados certos exames para identificação correta, como ecocardiograma para a verificação do espaçamento da membrana pericárdica e presenças de liquido; o eletrocardiograma para a busca de alterações características a doença como supra ST difuso, ondas T apiculada e infra PR, em 80% dos casos; o Raio x para detecção da presença de fluidos ao redor do coração e pulmões, buscando excluir outras patologias e o exame de sangue para analisar possíveis atividades inflamatórias.

Tratamento da síndrome de Dressler

O tratamento da síndrome busca manejar a dor e diminuir a inflamação. Para isso, a medicação indicada é aspirina (analgésico, antipirético e anti-inflamatório), anti-inflamatório não esteroidal (especialmente o ibuprofeno pelos raros efeitos colaterais) e colchicina (trata e previne a recorrência de pericardite).

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