A síndrome dolorosa miofascial é um problema muscular muito comum, causado principalmente por atividades cotidianas, problemas posturais e traumas. Afetando as regiões cervical, lombar e escapular em sua maioria, ela pode ser definida como uma dor difusa ou localizada em pontos, chamados de pontos gatilhos, que acometem músculos, fáscias e tecido conectivo.
Como identificar os pontos gatilhos?
Os pontos gatilhos (PGs) são bandas palpáveis e muito dolorosos a estimulação, podendo causar dor local ou à distância. Durante o exame físico, pode ser realizada essa estimulação por punção ou palpação para identificar a presença dos pontos que irá reproduzir a queixa e originar contração muscular visível.
É importante destacar que a dor causada pela palpação dos PGs não terá padrão neuropática.
Diagnosticando a SDM
A identificação dos PGs durante o exame físico é essencial para o diagnóstico da síndrome. Contudo, pesquisa detalhada da história do paciente e realização de exame físico completo também são fundamentais para definir a causa e, consequentemente, eliminar o ciclo de recidivas do problema.
Durante a anamnese, é importante questionar sobre hábitos de vida, frequência e tipos de exercícios físicos realizados, ocupação, ambiente de trabalho e hábitos posturais. Já no exame físico, o tipo de marcha, desvios de coluna e assimetrias devem ser pesquisadas. Essa investigação ajudará a esclarecer a etiologia da síndrome, além de facilitar a resolução permanente dela.
Tratamento
A primeira preocupação no tratamento da SDM é o alívio da dor, por isso medicamentos anti-inflamatórios com ação analgésica são os mais utilizados. Entretanto, os relaxantes musculares não apresentam boa resposta nesses casos, por esse motivo a associação com antidepressivos tricíclicos é recomendada, já que tem maior eficácia.
Apesar do tratamento farmacológico ser importante, não soluciona definitivamente o problema. Para isso é recomendada a combinação: inativação dos pontos gatilhos somado a alteração de hábitos e fatores desencadeantes, pesquisados anteriormente. As técnicas mais comuns para inativação dos PGs são acupuntura, agulhamento em seco e liberação miofascial manual, todas realizadas por profissionais específicos.
Orientações complementares também podem auxiliar na recuperação a longo prazo, como melhoras na dieta e na qualidade do sono. Atividades físicas que aumentam a percepção corporal e postural são alternativas que melhoram a qualidade de vida desses pacientes.