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Transtorno de conduta: sintomas, diagnóstico e tratamento

transtorno de conduta

Índice

O transtorno de conduta consiste em um padrão repetitivo de conduta antissocial, marcado por brigas excessivas, crueldade com animais ou pessoas, destruição de propriedades, incêndios, furtos, mentiras, ataques de birra excessivos. Além disso, existe agressividade e comportamento desafiador.

O transtorno de conduta em geral tem início no final da infância ou no começo da adolescência e é mais comum em meninos do que em meninas.

A hereditariedade e o ambiente provavelmente influenciam o desenvolvimento de um transtorno de conduta. A criança geralmente tem pais com um distúrbio da saúde mental, como abuso de substâncias, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, transtorno do humor, esquizofrenia ou transtorno de personalidade antissocial. No entanto, as crianças afetadas podem vir de famílias saudáveis que funcionam bem.

O transtorno da conduta está freqüentemente associado a TDAH (43% dos casos) e a transtornos das emoções (ansiedade, depressão, obsessão-compulsão; 33% dos casos). A comorbidade com o TDAH é mais comum na infância, envolvendo principalmente os meninos, enquanto a comorbidade com ansiedade e depressão é mais comum na adolescência, envolvendo principalmente as meninas após a puberdade.

Sintomas

Na base do transtorno da conduta está a tendência permanente para apresentar comportamentos que incomodam e perturbam, além do envolvimento em atividades perigosas e até mesmo ilegais. Esses jovens não aparentam sofrimento psíquico ou constrangimento com as próprias atitudes e não se importam em ferir os sentimentos das pessoas ou desrespeitar seus direitos. Portanto, seu comportamento apresenta maior impacto nos outros do que em si mesmo. Os comportamentos anti-sociais tendem a persistir, parecendo faltar a capacidade de aprender com as conseqüências negativas dos próprios atos.

A conduta anti-social é marcada por:

  • Excesso de brigas ou intimidações;
  • Crueldade com animais e pesosas;
  • Destruição grave de propriedade;
  • Comportamento incendiário;
  • Roubo;
  • Mentiras repetidas;
  • Faltar aulas ou fugir de casa;
  • Ataques de birra muito frequentes e graves;

O transtorno de conduta afeta meninos e meninas de maneira diferente. As meninas são menos propensas a ser fisicamente agressivas. Em vez disso, elas normalmente fogem, mentem e, às vezes, se prostituem. Os meninos tendem a brigar, furtar e vandalizar. Ambos os sexos são propensos a usar e abusar de substâncias. (Consulte também Problemas de comportamento dos adolescentes.)

A violação de regras é comum e inclui fugir de casa e cabular aula frequentemente. As crianças têm propensão a usar e abusar de drogas ilícitas e têm dificuldades na escola. A ideação suicida pode ocorrer e ela precisa ser levada a sério.

A criança com transtorno de conduta costuma ter outros transtornos, como depressão, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ou um distúrbio de aprendizagem .

Diagnóstico

O quadro clínico do transtorno da conduta é caracterizado por comportamento anti-social persistente com violação de normas sociais ou direitos individuais.

Os critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno da conduta incluem 15 possibilidades de comportamento anti-social:

(1) frequentemente persegue, atormenta, ameaça ou intimida os outros;

(2) freqüentemente inicia lutas corporais;

(3) já usou armas que podem causar ferimentos graves (pau, pedra, caco de vidro, faca, revólver);

(4) foi cruel com as pessoas, ferindo-as fisicamente;

(5) foi cruel com os animais, ferindo-os fisicamente;

(6) roubou ou assaltou, confrontando a vítima;

(7) submeteu alguém a atividade sexual forçada;

(8) iniciou incêndio deliberadamente com a intenção de provocar sérios danos;

(9) destruiu propriedade alheia deliberadamente (não pelo fogo);

(10) arrombou e invadiu casa, prédio ou carro;

(11) mente e engana para obter ganhos materiais ou favores ou para fugir de obrigações;

(12) furtou objetos de valor;

(13) freqüentemente passa a noite fora, apesar da proibição dos pais (início antes dos 13 anos);

(14) fugiu de casa pelo menos duas vezes, passando a noite fora, enquanto morava com os pais ou pais substitutos (ou fugiu de casa uma vez, ausentando-se por um longo período); e

(15) falta na escola sem motivo, matando aulas freqüentemente (início antes dos 15 anos).

Os critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno da conduta aplicam-se a indivíduos com idade inferior a 18 anos e requerem a presença de pelo menos três desses comportamentos nos últimos 12 meses e de pelo menos um comportamento anti-social nos últimos seis meses, trazendo limitações importantes do ponto de vista acadêmico, social ou ocupacional.2

Diagnósticos diferenciais incluem os transtornos reativos a situações de estresse e comportamento anti-social decorrente de quadros psicóticos (por exemplo, episódio maníaco).2 Crianças vítimas de violência doméstica podem apresentar comportamentos anti-sociais como reação a situações de estresse e adolescentes em episódio maníaco podem furtar, falsificar assinaturas em cheques ou provocar brigas com luta corporal em decorrência da exaltação do humor e não devido a transtorno da conduta.

Tratamento

Os tratamentos citados na literatura são bastante variados, incluindo intervenções junto à família e à escola (por exemplo, psicoterapia familiar e individual, orientação de pais, comunidades terapêuticas e treinamento de pais e professores em técnicas comportamentais). Apesar de nenhum deles ser muito eficaz, principalmente como intervenção isolada, quanto mais precocemente iniciados e quanto mais jovem o paciente, melhores os resultados obtidos.

Quanto mais jovem o paciente e menos graves os sintomas, maior a probabilidade do indivíduo se beneficiar de uma psicoterapia. Quando trata-se de adolescente que já cometeu delitos, observa-se maior resistência à psicoterapia, podendo ser útil o envolvimento com profissionais especializados no manejo de jovens anti-sociais através de oficinas de artes, música e esportes. Nessas oficinas, o adolescente tem a oportunidade de estabelecer vínculo afetivo com os profissionais responsáveis pelas atividades, tomando-os como modelo, além de perceber-se capaz de criar, o que favorece o desenvolvimento da auto-estima. Sempre que possível, a família dos pacientes deve ser incluída no processo terapêutico, lembrando que muitas vezes os pais necessitam de tratamento psiquiátrico (por exemplo, abuso de drogas).

O tratamento com psicofármacos faz-se necessário em algumas situações nas quais os sintomas-alvo (por exemplo, idéias paranóides associadas à agressividade, convulsões) ou outros transtornos psiquiátricos (por exemplo, TDAH, depressão) estão presentes. Recomendamos cautela no uso de neurolépticos para o tratamento da agressividade, pois os riscos podem superar os benefícios.

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Perguntas Frequentes:

1 – O que é?

Transtorno de conduta é um padrão persistente ou recorrente do comportamento que viola os direitos dos outros ou as principais normas e regras próprias para a idade.

2 – Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é pela história clínica

3 – Qual o tratamento?

O tratamento de comorbidades e psicoterapia pode ajudar; mas muitas crianças exigem supervisão considerável.

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