Finanças para Médicos

9 respostas sobre finanças e investimentos para médicos

9 respostas sobre finanças e investimentos para médicos

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Tire suas principais dúvidas quando o assunto é finanças para médicos com as orientações do médico Caio Nunes!

Quais são os melhores investimentos para médicos? Se tempo é dinheiro, como valorizar meu tempo? É possível ter melhores hábitos financeiros?

Essas dúvidas são super comuns na vida de qualquer indivíduo, principalmente dos médicos. Por isso, eu, Luciano Tavares, especialista em finanças pessoais, e o Dr. Caio Nunes promovemos um bate-papo ao vivo com o tema “Como o médico deve investir na sua saúde financeira?”.

Para quem não conseguiu assistir, esse texto traz as principais dúvidas respondidas no bate-papo.

Confira nove questionamentos comuns quando o assunto é finanças para médicos:

1- Se o médico ganha bem, por que deve se preocupar com as finanças pessoais?

Existe um mito sobre a carreira médica: de que o médico ganha bem e por isso nem precisa se preocupar com as finanças pessoais. Esse é um grave erro que pode custar a saúde financeira do médico ao longo do tempo.

A realidade é que muitos médicos são profissionais liberais, ou seja, não trabalham com carteira assinada. Além disso, em muitos casos a renda varia de mês para mês, dependendo do volume de consultas e cirurgias realizadas, por exemplo. O fator sazonalidade tem peso importante.

O que fazer com a incerteza na renda?

A recomendação é: quanto maior a variabilidade e sazonalidade da sua renda, maior a sua necessidade de fazer provisionamentos.

No caso de um profissional liberal, essas provisões devem ser calculadas considerando, por exemplo, valores relativos a 13º salário, férias, aposentadoria – como se você tivesse carteira assinada.

Além disso, não esqueça de que se há incerteza sobre quanto será a sua renda no próximo mês, maior a importância de se poupar e investir dinheiro todos os meses para ter um fundo de emergência. Isso evita que o médico caia em dívidas caras e desnecessárias.

Nos meses das “vacas magras”, basta usar a reserva de emergência, que será reposta nos meses de “vacas gordas”.

2- Mais horas de trabalho significam mais dinheiro?

Os principais ativos do médico são sua mão de obra e seu conhecimento. Muitas vezes, em busca de elevar a renda, o profissional aumenta a carga horária de trabalho.

“Se eu aumentar o número de plantões, vou ter renda extra”, muitos pensam. Depois, ficam escravos desse ciclo e sempre passam a trabalhar mais, diminuindo a qualidade de vida. Na prática, diminuem o valor recebido por hora trabalhada.

É possível não ser escravo do trabalho?

A resposta é sim, claro. Há investimentos que você pode fazer para não ser escravo do trabalho e dos plantões. Escolhendo por investir seu dinheiro você poderá complementar sua renda ativa (fruto do trabalho) com uma renda passiva (fruto da rentabilidade das suas aplicações).

Ao fazer seu dinheiro crescer e trabalhar ao seu favor, você ganha tempo para se dedicar a sua carreira. Terá tempo disponível na agenda para fazer cursos, participar de congressos e fazer especializações.

3- Qual é a estratégia de investimento indicada para médicos?

Qualquer pessoa pode fazer investimentos por conta própria. Basta ter interesse, estudar e pesquisar bastante. Porém, não se pode esquecer de que isso demanda dedicação e que o mercado financeiro é complexo.

A recomendação que damos é:

gaste seu tempo se dedicando à sua profissão e aprimoramento, enquanto um especialista em investimentos te auxilia a investir do jeito certo.

Vale dizer que se você tem um problema de saúde, não precisa estudar Medicina, basta procurar o médico especialista correto. O mesmo vale para as finanças…

4- Devo me preocupar com a aposentadoria?

Não importa o quanto você ame a carreira médica, uma hora você vai querer se aposentar. Se não for isso, pelo menos vai querer reduzir a carga de trabalho e ter tranquilidade.

Outro ponto a se pensar aqui é que fica cada vez mais claro que a Previdência Social não vai dar conta da renda necessária para uma aposentadoria confortável. Por isso, os médicos devem se preparar para a aposentadoria.

Investimento e aposentadoria: qual a melhor indicação?

Assuma a responsabilidade pelo seu futuro. O quanto antes você começar a investir, mais renda terá para se aposentar. A diferença entre começar a poupar aos 30 anos de idade e aos 40 anos é brutal: pode significar três vezes mais renda na aposentadoria.

  • Lembre-se que investir para a aposentadoria não é sinônimo de previdência privada.

Os produtos dos bancos (PGBL e VGBL), apesar dos incentivos fiscais, em geral têm altas taxas de administração e de carregamento, que corroem a rentabilidade líquida.

Com isso em mente, considere que ter uma carteira diversificada de longo prazo pode ser a melhor opção para uma aposentadoria tranquila.

5- Como lidar com as dívidas da faculdade de Medicina?

Os juros de qualquer dívida, por menores que sejam, sempre são maiores que os juros que você ganha ao aplicar seu dinheiro.

Isso acontece por causa da maneira como o mercado funciona: o banco pega o dinheiro dos investidores (que compram um CDB, por exemplo) e transforma esse dinheiro em empréstimos para quem precisa.

E é claro que o banco quer lucrar nessa operação: por isso o juros que paga aos investimentos é menor do que o que ele cobra de quem faz um empréstimo. Enquanto a poupança rende em torno de 8% ao ano, os juros do cartão de crédito rotativo estão em mais de absurdos 450% ao ano!

Por isso, se você tem alguma dívida, o melhor investimento que pode fazer é paga-la primeiro. E, uma vez quitada a dívida, aí sim é hora de buscar um especialista em investimentos.

6- Finanças para médicos: tem como se planejar para ter tranquilidade financeira na residência?

Existe um período da carreira médica em que a renda é menor: é a fase da residência médica. E aí, como se planejar para essa fase de renda mais apertada?

Não tem milagre. O importante é tentar se planejar o quanto antes. Por exemplo, economizando dinheiro ao longo dos anos da faculdade. Além disso, é necessário manter as despesas enxutas, vivendo sem grandes luxos.

Dica de médico

O médico Caio Nunes contou que antes de entrar na residência, serviu nas Forças Armadas. Com isso, garantiu uma renda maior para viver o período da residência com mais tranquilidade. “Não funciona para todo mundo, mas funcionou para mim”, disse ele.

7- Muita gente acredita que todo médico é rico. Como não cair na tentação de “esbanjar”?

Há uma percepção social de que o médico tem maior status financeiro, é rico… Mas hoje o mercado mudou, há mais médicos sendo formados e na média os salários são menores.

Nós sempre tendemos a gastar proporcional ao que ganhamos. Por isso, a disciplina financeira é necessária a pessoas de qualquer nível de renda.

  • Evite gastos supérfluos que só servem para esbanjar. Afina, há um risco de você não conseguir poupar e, pior, cair em dívidas.

Em resumo: no longo prazo, bons hábitos financeiros te darão muito mais prazer do que o imediatismo dos gastos supérfluos.

8- Para o médico, é melhor ser pessoa jurídica ou pessoa física?

A pessoa física que tem carteira assinada tem uma série de benefícios, como 13º salário, férias e FGTS. Por outro lado, esses benefícios representam descontos pesados entre salário bruto e líquido. Isso não acontece na pessoa jurídica.

No entanto, o PJ deve ter claro que precisa fazer por conta própria os “descontos” sobre seu recebimento bruto. Ele precisa provisionar dinheiro que será usado nas férias e na aposentadoria, por exemplo.

Dica para os PJs: tenha uma visão anual das despesas. Todo ano tem IPVA, férias, gastos com cursos… Com essa forma de visualizar os gastos, fica mais fácil fazer os provisionamentos necessários.

9- Qual é o melhor investimento para quem acabou de sair da residência médica?

A resposta é que não existe um investimento certo. Existe o investimento indicado para cada pessoa. É preciso considerar:

  • perfil,
  • idade,
  • momento de vida
  • objetivos financeiros, entre outros fatores.

O investimento certo é aquele que se encaixa no seu perfil.

Quem é mais jovem, por exemplo, pode investir em ativos de maior risco, pois tem um horizonte maior de tempo para esperar o dinheiro render. É diferente de quem é mais velho e precisa de maior segurança.

Quer assistir o bate-papo sobre finanças para médicos e carreira? É só clicar aqui!

Tem mais alguma dúvida sobre finanças pessoais e investimentos? A Magnetis pode te ajudar, entre em contato conosco pelo contato@magnetis.com.br.

Fontes:

Sugestão de leitura complementar sobre finanças para médicos