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A cirurgia vascular é a especialidade médica que se destina ao estudo das doenças dos sistemas arterial, venoso e linfático e seu tratamento cirúrgico.
De forma mais completa, ela pode ser apresentada com o nome de angiologia e cirurgia vascular, já que o residente é treinado nesta área de atuação, apesar da mesma existir como uma especialidade clínica com formação específica.
Neste artigo, você vai conhecer a rotina desses especialista, o mercado de trabalho e a residência médica em cirurgia vascular. Continue lendo!
O especialista de cirurgia vascular e sua rotina
O paciente de cirurgia vascular se divide basicamente entre os dois grandes sistemas tratados pela especialidade: o doente arteriopata e o flebopata.
Este último corresponde à grande maioria dos atendimentos no consultório e a maior parte deles pode ser manejada clinicamente ou com procedimentos de menor porte.
O doente arterial, por sua vez, é o grande desafio do cirurgião vascular. Isso porque costuma ter idade avançada e manejo complexo por ser portador de uma série de fatores de risco e comorbidades típicas, como diabetes, hipertensão e dislipidemia. Esses doentes demanda acompanhamento pelo resto da vida.
Entre as doenças mais tratadas por esse especialista, estão:
- insuficiência venosa crônica;
- tromboembolismo venoso;
- doença arterial obstrutiva periférica;
- doença aneurismática;
- linfedema;
- trauma vascular.
As características do cirurgião vascular
O especialista deve dominar conhecimentos diversos, principalmente nas seguintes áreas:
- fisiologia;
- bioquímica;
- anatomia;
- patologia;
- técnica cirúrgica;
- clínica médica e cirúrgica.
Um bom profissional deve ser capaz de avaliar seu paciente como um todo, tendo em mente que a doença vascular costuma estar ligada aos hábitos de vida do indivíduo.
Também deve ter parcimônia na indicação de procedimentos cirúrgicos e estar atento aos avanços da área, desenvolvendo pensamento crítico diante da pressão da indústria farmacêutica, com o objetivo de praticar uma medicina mais eficaz e acessível aos pacientes.
Também é muito importante estar preparado para aceitar o insucesso, fruto de doenças graves e sem cura.

Mercado de trabalho
Apesar de realizar algumas atividades em consultório, o cirurgião vascular deve estar vinculado a alguma unidade de saúde de maior porte, onde possa desempenhar a prática cirúrgica. Por isso, esse especialista geralmente se estabelece em cidades de médio e grande porte.
As grandes cidades ainda dão conta de absorver alguma mão de obra, mas as melhores remunerações e oportunidade estão fora dos grandes centros.
O Brasil tem 5.741 especialistas titulados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A maioria deles atuam na região sudeste do país. Os dados são do último estudo Demografia Médica no Brasil, que foi divulgado em 2023.
A rotina de trabalho acaba levando o profissional a se dedicar mais à flebologia e fleboestética. Isso porque as doenças arteriais aparecem em menor prevalência e há dificuldades em conduzi-las. Além da baixa remuneração em relação a casos de menor complexidade.
O mercado tem ainda uma grande carência de cirurgiões vasculares dedicados à patologia linfática, pois, por sua natureza crônica, elas demandam tratamento complexo, demorado e multidisciplinar.
A interação com outras especialidades médicas é intensa. Constantemente, o cirurgião vascular é chamado para avaliar pacientes em virtude de complicações de outras patologias.
O mais comum são suspeitas de trombose venosa profunda, lesões em membros de pacientes diabéticos ou isquêmicos, acessos vasculares para diálise, aneurismas e lesões nas carótidas. Também é comum que esse profissional participe de cirurgias de outras especialidades, quando há comprometimento vascular pela patologia de base.
Remuneração cirurgião vascular
Um cirurgião vascular ganha em média R$ 7.071,15 para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais.
A faixa salarial do Cirurgião Vascular fica entre R$ 6.878,03 (média do piso salarial 2023 de acordos coletivos) e R$ 14.144,73 (teto salarial).
As informações são de acordo com pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web. O período de análise foi de março de 2022 a março de 2023.
Vale lembrar que área de atuação, experiência profissional e a região do país em que atua também tem influência sobre a remuneração que um cirurgião cardiovascular recebe.
A residência médica em cirurgia vascular
A residência médica em cirurgia vascular tem duração de dois anos e pré-requisito de outros dois anos de residência em cirurgia geral. Quem quiser, pode fazer um ano extra de especialização (R5) na área de cirurgia endovascular.
Primeiro ano
O residente trabalha nos diversos ambulatórios da especialidade, principalmente em primeiras consultas de pacientes arteriais, venosos e portadores de pé diabético.
Assim, será exposto às queixas mais comuns e poderá iniciar o raciocínio diagnóstico das principais patologias. Esses atendimentos geralmente são supervisionados pelos residentes do segundo ano e de um membro da preceptoria.
Em poucos meses de residência, o médico já participa de ativamente dos procedimentos cirúrgicos rotineiros, como amputações, acessos vasculares de longa permanência para hemodiálise ou administração de drogas, safenectomias, entre outras, e desempenha algumas etapas das cirurgias arteriais de maior porte.
Segundo ano
O residente fica encarregado de supervisionar e auxiliar os colegas do primeiro ano nas atividades citadas acima, na discussão e no preparo dos casos cirúrgicos a serem abordados.
Além disso, ele segue prestando assistência nas unidades de pronto atendimento, atendendo casos de urgência e discutindo as condutas a serem adotadas.
Orientações sobre residência
A residência médica em cirurgia vascular tem alto grau de exigência física e mental. Antes de escolher um serviço para prestar a prova, considere pontos como:
- existência de uma enfermaria própria para a especialidade,
- número de leitos,
- unidade de pronto atendimento,
- centro cirúrgico e
- estrutura para preparação no pré e pós-operatório.
Também é importante analisar a produção científica e a disponibilidade de aparelhos para exames de bioimagem, ultrassonografia com doppler etc.
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