Índice
- 1 Qual a função dos neurônios?
- 2 Sistema sensorial
- 3 Quais são os receptores do sistema sensorial?
- 4 Como os receptores convertem os diversos estímulos físicos, como a luz ou o calor, em sinais elétricos?
- 5 Sistema fotorreceptor
- 6 Glaucoma: entenda como essa doença afeta os olhos
- 7 Estude fisiologia com o Sanarflix!
- 8 Sugestão de leitura complementar
Fisiologia dos órgãos sensoriais: tudo o que você precisa saber para gabaritar na prova!
A fisiologia dos órgãos sensoriais envolve o estudo dos processos biológicos e mecanismos pelos quais os órgãos do nosso corpo percebem os estímulos sensoriais, como visão, audição, olfato, paladar e tato.
Cada órgão sensorial tem funções específicas e sistemas sensoriais dedicados para processar as informações sensoriais e transmiti-las ao sistema nervoso central para interpretação.
Qual a função dos neurônios?
Os neurônios são células nervosas responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos. Além disso, influenciam diversas atividades do organismo e liberam os neurotransmissores e outras moléculas informacionais.
Os neurônios são formados pelo corpo celular ou pericário, que contém o núcleo e do qual partem prolongamentos. Em geral, o volume total dos prolongamentos de um neurônio é maior do que o volume do corpo celular.
Os neurônios apresentam morfologia complexa, porém quase todos se apresentam da seguinte forma:
- Dendritos: prolongamentos numerosos, especializados na função de receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios
- Corpo celular ou pericário: que é o centro trófico da célula e também capaz de receber estímulos.
Fonte: NEURÔNIO. Junqueira & Carneiro (2013, p.151).
- Axônio: prolongamento único, especializado na condução de impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células (nervosas, musculares, glandulares).
Sistema sensorial
Todas as vias sensoriais possuem certos elementos em comum. Elas começam com um estímulo, na forma de energia física, que atua em um receptor sensorial.
O receptor é um transdutor, o qual converte o estímulo em um sinal intracelular, que normalmente é uma mudança no potencial de membrana. Se o estímulo produz uma mudança que atinge o limiar, são gerados potenciais de ação que são transmitidos de um neurônio sensorial até o sistema nervoso central (SNC), onde os sinais de entrada são integrados. Alguns estímulos chegam ao córtex cerebral, onde geram a percepção consciente, porém, outros agem inconscientemente.
Os sistemas sensoriais mais complexos do corpo humano são formados por órgãos sensoriais multicelulares, como o olho para a visão e o nariz para o olfato.
Quais são os receptores do sistema sensorial?
Receptores do sistema sensorial variam amplamente em complexidade, desde terminações ramificadas de um neurônio sensorial único até células complexas extremamente organizadas, como os fotorreceptores. Os receptores mais simples são terminações nervosas não encapsuladas (“livres”).
Receptores são divididos em quatro grupos principais, com base no tipo de estímulo a que são mais sensíveis:
- Quimiorreceptores respondem a ligantes químicos que se ligam ao receptor (p. ex., olfação e gustação)
- Mecanorreceptores respondem a diversas formas de energia mecânica, incluindo pressão, vibração, gravidade, aceleração e som (p. ex., audição)
- Termorreceptores respondem à temperatura, e os fotorreceptores da visão respondem ao estímulo luminoso

Como os receptores convertem os diversos estímulos físicos, como a luz ou o calor, em sinais elétricos?
O primeiro passo é a transdução, a conversão da energia do estímulo em informação que pode ser processada pelo sistema nervoso.
Em muitos receptores, a abertura ou fechamento de canais iônicos converte a energia mecânica, química, térmica ou luminosa diretamente em uma mudança no potencial de membrana. Esse processo de mudança no potencial de membrana se relaciona com alguns mecanismos de transdução sensorial através da transdução do sinal e sistemas de segundos mensageiros.
A informação sensorial de grande parte do corpo entra na medula espinal e segue por vias ascendentes até o encéfalo. Algumas informações sensoriais vão diretamente para o tronco encefálico pelos nervos cranianos. Cada uma das principais divisões do encéfalo processa um ou mais tipos de informação sensorial.
Por exemplo, o mesencéfalo recebe informação visual e o bulbo recebe aferências geradas a partir dos sons e do gosto. As informações do equilíbrio são processadas principalmente no cerebelo. Estas vias, junto àquelas que levam informações do sistema somatossensorial, projetam-se ao tálamo, o qual atua como uma estação de retransmissão e processamento antes que a informação seja repassada ao cérebro.
O sistema olfatório é o único que não possui retransmissão sensorial feita pelo tálamo.
Sistema fotorreceptor
Os olhos são órgãos fotossensíveis complexos que alcançaram alto grau de evolução, possibilitando uma análise minuciosa quanto a forma dos objetos, sua cor e a intensidade de luz refletida.

Assim como os elementos sensoriais da orelha, o olho é protegido por uma cavidade óssea, a órbita. A órbita é formada pelos ossos cranianos da face. As estruturas acessórias associadas ao olho incluem seis músculos extrínsecos, que são músculos esqueléticos que se fixam a superfície externa do bulbo do olho (globo ocular) e controlam os movimentos oculares. Os nervos cranianos III, IV e VI inervam estes músculos.
Túnicas que formam os olhos
Cada olho apresenta basicamente uma câmara escura, uma camada de células receptoras sensoriais, um sistema de lentes para focalizar a imagem e um sistema de células para iniciar o processamento dos estímulos e enviá-los ao córtex cerebral. O olho é constituído por três túnicas dispostas concentricamente:
- Camada externa: formada pela esclera (ou esclerótica) e pela córnea;
- Camada média ou túnica vascular: constituída pela coroide, pelo corpo ciliar e pela íris;
- Interna ou retina que se comunica com o cérebro pelo nervo óptico; na realidade, a retina e o nervo óptico são partes do sistema nervoso central, tanto por suas estruturas como por suas funções e origens embriológicas, apesar de se localizarem fora do crânio.
Além desses envoltórios, o olho apresenta o cristalino ou lente, uma estrutura biconvexa transparente que é mantida em posição graças a um ligamento circular, a zônula ciliar, que se insere sobre um espessamento da camada média, o corpo ciliar. Em frente ao cristalino há uma expansão pigmentada e opaca da camada média, que o recobre em parte, a íris.
Compartimentos dos olhos
O olho tem três compartimentos:
- Câmara anterior: situada entre a íris e a córnea;
- Câmara posterior: entre a íris e o cristalino;
- Espaço vítreo: situado atrás do cristalino e circundado pela retina.
Na câmara anterior e na posterior existe um líquido que contém proteínas: o humor aquoso. O espaço vítreo, que é limitado pela retina e pelo cristalino, apresenta-se cheio de uma substância viscosa e gelatinosa, o humor vítreo.
O humor aquoso é um líquido com baixa concentração de proteínas, similar ao plasma, que sustenta a córnea e a lente. Ele também leva nutrientes e remove resíduos da camada epitelial da córnea, que não tem suprimento sanguíneo. Já o humor vítreo é uma matriz clara gelatinosa que preenche o corpo vítreo ajudando a manter a forma do bulbo do olho.
Camada externa ou túnica fibrosa
Apresenta-se opaca e esbranquiçada nos seus 5/6 posteriores. Esta região é denominada esclera. É formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas que se entrecruzam e seguem, de modo geral, direções paralelas à superfície do olho.
A superfície externa da esclera apresenta-se envolta por uma camada de tecido conjuntivo denso – a cápsula de Tenon – à qual se prende por um sistema muito frouxo de finas fibras colágenas que correm dentro de um espaço chamado espaço de Tenon. Graças a essa disposição, o globo ocular pode sofrer movimentos de rotação em todas as direções.
No seu sexto anterior, a túnica fibrosa apresenta-se transparente e recebe o nome de córnea. Distinguem-se cinco regiões: epitélio corneano anterior, membrana de bowman, estroma, membrana de descemet e epitélio posterior ou endotélio da córnea.
Glaucoma: entenda como essa doença afeta os olhos
A doença dos olhos glaucoma, caracterizada pela degeneração do nervo óptico, é a principal causa de cegueira em todo o mundo. Muitas pessoas associam o glaucoma com aumento da pressão intraocular (dentro do bulbo do olho). Contudo, os cientistas descobriram que o aumento da pressão é apenas um fator de risco para a doença.
Um número significativo de pessoas com glaucoma tem pressão intraocular normal. Além disso, nem todos que têm pressão intraocular elevada desenvolvem glaucoma. Muitos casos de pressão elevada no olho estão associados ao excesso de humor aquoso. Que consiste em um líquido que é secretado pelo epitélio ciliar próximo à lente.
Em geral, o líquido é drenado para fora, pelo seio venoso da esclera (canal de Schlemm), na câmara anterior do bulbo do olho. Mas se este fluxo é bloqueado, o humor aquoso acumula, causando aumento da pressão dentro do olho. Os tratamentos para diminuir a pressão intraocular incluem o uso de fármacos que inibem a produção de humor aquoso e cirurgia para reabrir o seio venoso da esclera.
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